Ainda que
aqui, neste espaço tempo consciente do que se é agora, se de alguma sorte
tivéssemos a oportunidade de viajar até o passado qual seria a opção ideal; reviver
momentos ou consertar ações que, de posse de um novo pensar, mudaram após duas,
três ou mais décadas; como oportunizar este momento, este acontecimento
inusitado?
Estou,
sempre que posso, buscando otimizar minhas ações. Não posso afirmar se é isso
que me mantém ansioso ou se o sou por conta de a todo instante buscar manter-me
atento ao que parece ser mais importante ou o menor percurso, dentro da razão,
a atingir o objetivo.
Uma frase
questionando a dificuldade de tornar o mundo mais fácil através da razão chamou
atenção no jornal de hoje; ela termina fazendo referência a uma escritora
estadunidense referenciada por suas peculiaridades e conhecida por seu senso de
observação e questionamentos ácidos; Fran Lebowitz. Imediatamente a veia
crítica pulsou. Pensei, não quero tornar o mundo mais fácil, isto é impossível,
porém minha lucidez aponta para o executar de ações que, sendo sensatas abarcam
conviver o menor tempo possível com pessoas que não se utilizem ainda da razão
para viver - ainda que fraca e oportunista, para uma conclusão de pronto não é
de todo descartável.
Esta semana
assistimos ao filme Tenet. Uma película muitíssimo interessante; como relatei
ao colega que a indicou. O que chama atenção é a existência de uma ferramenta
que permite a passagem para outras dimensões, ou seja, a engenhoca; o
instrumento, a coisa tá pronta. Se foi plantada de algum tempo para este, não
se sabe, não é relevante especular, aventando sobre sins, nãos e ses. Porém é
essencial registrar nosso exercício um dia depois da sessão; meu junto a Minha
Esposa. Onde comentamos sobre algumas ações há muito praticadas que seria ótimo
se as apagássemos, retornando até o ato e não executando esta ou aquela vontade
que, foram efetivadas sob efeito de álcool, da impetuosidade da idade ou da
falta de respeito por pessoas ou animais; pressa e negligência, por exemplo,
somados ao presente ignorar à época.
No filme
estas questões são amenizadas sob forma de bordão; “o que está feito está
feito” ou, “a ignorância é uma arma” ou coisa que o valha, porém quando
adquirimos um nível maior de consciência não é fácil voltar às ações
inconsequentes que nossa (in)consciência então ignorava.
Quantas
vezes não fui suficientemente ou nada agradecido, ou ainda pior; fui totalmente
ingrato? Ações que atingiram a moral de alguém, demonstraram total falta de
respeito, inapropriadas, desnecessárias, intolerantes, contra a ética e a
etiqueta social, desaforadas ou de incompreensão aos pais.
As
respostas a este confrontar agora, na fase adulta, com alguém que se possa
contar, se fazem com gestos compadecidos; ponderando para que “éramos jovens”,
mas isto nem sempre é suficiente, é claro que não é para desanimar, porém ao
assistir a fita me parece que seria melhor consertar um ato que não acrescenta
ou denigre minha sequência de ações otimizadas a retornar, antes, às situações
fáceis para reviver os melhores momentos.
O bom
raciocinar ensina que tudo o que nos é apresentado é passível de ponderação.
Discordar de autores que aventam à possibilidade da dúvida da razão como forma
de tornar este mundo mais fácil é precipitado – toda observação tem seu viés
próprio que pode ou não estar explicitado. Porém desprovido de lucidez, este
mundo, materialmente falando, é razoável somente para o desprovido totalmente
intelecção.
É certo que
não li a matéria do jornal e com certeza incorro em erro - estou apenas
pegando-a emprestado para alinhavar meu exercitar matinal. Quem sabe se refira
o colunista justamente a falta de razão como um sobreviver anódino para
suportar os absurdos que viemos assistindo, afinal, quando imaturos não apenas
não temos consciência do valor da percepção como sua ausência facilita a
passagem enquanto praticamos uma série de atos que, aí sim, de posse de
mentalidades providas de algum senso particular adquirido no caso, irá cobrar
seu preço. Agora; apoiar-se na inconsequência arquitetada ou em certa dose de
ignorância forjada, para levar a vida sem responsabilidades é estender o véu
que cobre nossas ações em volume que fatalmente cada um poderá em algum tempo
revisitar...
Para
amenizar o peso da pincelada, no caso calhe de algum personagem que finge
desatenção vir esmiuçar este ponto de vista, entendo que é certo que podemos
nos conformar com as afirmações de alguns compêndios arcaicos que aludem à
eternidade que tudo ajeita.
080.t cqe