Até onde aprendi nossa cultura fragilizada insiste que não devemos nos jactar de um feito em um ambiente sério – o qual exige comedimento, equilíbrio, sobriedade -, e devemos divisar severamente as nossas ações das ações superiores, tidas como santas ou sacras. Talvez seja por separar nossos feitos, – ou não saber como fazê-lo – que os depreciamos; que menosprezamos nossa existência em detrimento de poderes superiores considerando-os apartados. Por não nos entendermos parte do divino, do todo excepcional, do que é grande, do que é poderoso, do Olimpo dos Deuses; que muitos de nós seguimos não valorizando o trabalho, a obra, quando exatamente o contrário é a realidade: nós somos um com o Todo, com os Deuses.
Essa talvez
seja a primeira lição que deveriam nos ensinar para não apenas, de posse de
propriedades, valorizar o que fazemos, mas a nós, especialmente, como pessoas,
e mais, como deuses que transitoriamente estão homens.
Este não
entendimento faz com que todos arrastemos fardos indevidos, inapropriados,
inúteis ao longo de uma série de existências. A partir da conscientização
particular de que se é um ser superior aos modos adquiridos é nítida a vontade
de abandoná-los...
...e o que
pode ser criado a partir daí?
Somos o que nos entendemos...
...estamos
muito longe de sermos o que verdadeiramente somos.
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