Que “depois”
é esse?
O “depois”
vem após outros “depois”.
Que “depois”
virá depois de descobrirmos
que tudo o
que pareceu nos bastar
trouxe a
humanidade para este gargalo instransponível?
O que
sabemos sobre o que não sabemos?
Seríamos
nós as derradeiras gerações; o culminar tácito e trágico de todo o negligenciar
humano? Falidos e Fadados a herdeiros de todo o débito; é certo afirmar que
estarmos totalmente sobrecarregados de dívidas cujas faturas improrrogáveis
recaíram sobre nossas costas são a razão de nossos maiores pesadelos – e que
muitos de nós estão dormindo tão profundamente que nem mesmo atingiram esta
fase de percepção?
Negociatas; desvio de consciência, corrupção, conchavos, interesses comuns e o famoso toma-lá-dá-cá, fortalecendo a casta particular daqueles que passaram pelo crivo da irmandade de homens poderosos que têm como particularidade individual a inegociabilidade: poder suficiente para manter-se ingressado no Grupo Principal de Comando – muito além das vistas de simples mortais que arrotam poder e figuram nas listas de senhores influentes do planeta.
É somente
quando eles pingam as burras – com o viés único da obscuridade do ganho, óbvio
- que boa parte do resto se movimenta, no entanto esse movimento drena as
moedas novamente aos Césares. Não há mais como sair deste vórtice nefando.
Os castelos pertencem a eles, porém lá não moram há séculos; descobriram que vazios lhes rendem mais ao arrendarem para um grupo fiel de vassalos para impressionadas visitações vigiadas. Ainda assim vivem encastelados, “escondidos”, camuflados em endereços seguros e discretos.
Não há mais
necessidade de que terras sejam conquistadas; a maioria dos bárbaros da
atualidade não possuem honra e podem ser facilmente dobrados. E as terras que
proprietários legítimos gabam-se ter adquirido: serão permitidas enquanto suas
produções são escoadas por veias – modais - predefinidas.
Escravos
escravizando escravos - os proprietários fora da irmandade nada possuem; são os
novos arrendatários - escravos empossados. A propriedade fora da irmandade é um
fardo que o leigo efusivamente chama de sua vida, porém ele jamais perceberá
que não pode desfrutar a vida enquanto mantém a “sua vida” - “isto aqui é minha
vida”; e o que você faz com “sua vida”? Tenta mantê-la pungente, pulsante,
ainda que não entenda realmente por que.
Enquanto envolvido nesta roda tola se mantém suficientemente ocupado para se equilibrar entre ações sofríveis o bastante para gerir simultaneamente três vidas. Porém só se tem uma dentro de um dia que termina em 24 horas, então outro alugado buzina no ouvido para olhar para o concorrente do negócio ao lado que tem feito apostas melhores; “ei, você tem 24 horas no dia igual a ele; corrija o que você está errando”.
A arte da irmandade é fazer com que nos esqueçamos da beleza contida na singularidade de cada um. Como se referia o Raulizito ao sistema insano; o Monstro Sist, paradoxalmente prega a igualdade se referindo, aludindo maquiavelicamente à disputa, à concorrência, ao embate, à competição. Se ele pode você também pode e, se não for bem sucedido sob o véu dos argumentos habituais; apelam se utilizando até da lição Daquele que somente é referência na hora do merchan, “lembre-se, vocês podem o que Eu posso e podem ainda mais”. Porém o poder de cada um precisa ser despertado e as possibilidades de um igualar-se a um determinado outro qualquer provavelmente exigirá dispêndios despropositais de energia - realidade aprendida somente no adiantado da hora.
Não há o
que se possa fazer. São muitas gerações praticando o mantra da obtenção de
posses, terreno, carro, televisão, geladeira, até a família deixou de lado a
importância maior e hoje se não é uma posse é uma frente maravilhosa de
dispêndio inútil ferozmente incentivada pela irmandade.