sábado, 29 de maio de 2021

Da intuição, do conhecimento e da imaginação

 




Do momento que finalizei este título – tenho muita responsabilidade para com eles -; cria-lo, pensar sobre o que escrever e porque cheguei até ao assunto não se passaram dois minutos.




Por que isso? Parece que estamos sempre tentando compactar o tempo. A sempre ilusão de que estamos no comando. Dificilmente meus textos/exercícios matinais do domingo que se resumem a três páginas escrita a caneta estendem-se superando extensões de tempo entre meia e três quartos de hora. Jamais o tenho em mente. Apanho a caneta, coloco a data, somando os números – uma mania - penso o título e inicio a escrita e na maioria das vezes não sei o que escrever, crio na hora, em algumas situações como hoje, nem mesmo imagino o porquê ou melhor, como preencherei três páginas quando não tenho argumentos didáticos sobre “intuição” e “imaginação”. Alguns poucos que me conhecem sabem que sempre martelo primeiro dando ênfase ao “conhecimento”, a intuição está mais para a natureza do indivíduo, para não alongar o papo para situações estranhas à maioria. Já a imaginação tem muito dá natureza, porém pode ser exponenciada através do conhecimento. Neste instante arriscaria apontar que tudo o que posso falar sobre estas três situações está aqui contido. Assim, como um autodidata nato vou dissertar e completar meu exercício de três páginas somando estes três elementos; intuição, conhecimento e imaginação acrescendo o grude como um apêndice. O ingrediente que não pode faltar ao sujeito não escolado; a malandragem. Não me entendam mal; a boa malandragem, e para aqueles que não a suportam vou substitui-la por dialética se é que me entendem.



Tenho como hobby a escrita e volta e meia me pego questionando como lançar mão da criatividade na minha forma de escrever. Sei que ela é densa, morosa, enfadonha para a audiência desconhecida e ansiosa. Não é fácil; não é para qualquer um que se arisca nas letras, fazer por exemplo, como o admirável Arnaldo Antunes ou como o singularíssimo Paulo Leminski. Sou do texto, do textão como se fala agora, um pouco de aforismo e apaixonado por frases, porém não me adaptei bem a construção de palavras rápidas ou montadas com significados ágeis; articulando entre amigos até que a coisa anda, porém no papel o universo é outro. Como então ser criativo, usar da criatividade para impactar, não digo a audiência, eu próprio – entendo que preciso antes me convencer; só -, quando não há dúvidas de que se é ou não, nascemos ou não, criativos? Estou mais para criador, de criar, do que construir, e pouco para o criativo. De resto, dentro das minhas possibilidades estou feliz com os resultados obtidos com a “intuição” e o “conhecimento”. Entendo que a intuição é o ato de não estar só, é o ato de estar aberto, plural, o plural que o torna singular; tentando a todo custo ampliar as perspectivas para finalmente receber através de fendas/portais: inspiração; o quarto elemento dessa série, para a materialização do ainda não imaginado ou coisa que o valha.



Dia desses apontei que o conhecimento é imitado e limitado, diferente da imaginação. O empirismo é importante, porém, não é essencial. Quando realizamos calcados no conhecimento puro e simples não somos por si só abertos para a amplidão dos multiversos, e mais, dos multiplanos – mesmo quando os temos como base de estudos -, nossa realidade é uma cópia ampliada do que aprendemos. Simplesmente, quando espetacular, ela agregou elementos do que é conhecido, diferentemente da intuição/imaginação criadora que se solta na inspiração libertadora de uma consciência plena a explorar e liberta das opiniões maceradas, ainda que razoáveis, oprimidas às chaves do molecular.



Da minha parte tento deixar a pena solta. Afirmo que minha autoconfiança vem surpreendendo a velha mente quadradona. Tenho dado passos importantes ao mesclar o aprendizado que busco limitar por conta de mestres passados que afirmam que conhecer demais é prejudicial ao livre pensar. A intuição tem se apresentado com regularidade, porém na imaginação ainda há caminhos a percorrer. A inspiração! Ah! Essa não me decepciona há anos. Se a deixar agir não faço grana para manter a matéria viva. Lúcido, saltando de base em base promovo a cada dia mais o, deixar-se ir; entendo razoável a construção atual e compreendo a importância de um pensar aberto como a melhor via para conexões que fazemos com portais de outros agoras a serem acessados.




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