“Portanto, não é possível encontrar em narrativas e nos discursos da linguagem algum elo com o sagrado. A linguagem foi desenvolvida pela cultura como um método de distinguir uma coisa de outra coisa, assim como também para compreender coisas num mesmo gênero, de modo a lhe atribuir sentido geral por meio de palavras substantivas. Mas como compreender o sagrado, se o sagrado é uma coisa, mas também outra e seu inverso?
O sagrado está fora da cultura, porque é incompreensível. A cognição que provém do sagrado é ininteligível – não pode ser substantivada, não pode ser nomeada, não pode ser dita, falada ou significada. Deus, portanto, não habita nos livros sobre o sagrado, pois estes não são mais que visões antropológicas, coleção de ordenamentos, ritos e procedimentos cerimoniais estabelecidos pelo próprio homem para conter sua insensatez longe da cidade (polis) humana. ”
Camargo. M. H. O sagrado e o profano
Friedrich Nietzsche; entre o passado e o futuro
Editora Escola
Da Entidade
das Palavras
Busco um
tempo em que a escrita seja a entidade inesperada, inacreditável, sentada à
sala a desviar caminhos.
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