Social
e politicamente a Classe Média concentra a parte mais desgraçada da população e
isso perdurará enquanto entender-se parte do processo não devido a consciência,
e sim porque o faz por osmose. Desse lapso se orgulha ao mesmo tempo que
desconhece, baseada, muito no fato de que suplanta o coitado, o mais
necessitado e totalmente desassistido e a partir dessa base escrota se quer
visível às superiores enquanto é esfolada viva. Afinal o imenso grupo tido como
vulnerável – expressão atual e oportuna -, totalmente acuado, uma vez que
conhece seus limites; entendeu de uma vez por todas que o melhor a fazer é
assumir uma situação de penúria. O miserável não tem como fazer frente ao
mecanismo lento, egoísta e falho a gestar toda desordem burocrática, portanto,
não tem escolha. Diferente dos indivíduos das classes qualificadas como
medianas que deveriam entender e assumir que ainda que, subjetivamente, também
não podem se lançar em escolhas muito além das classes que desprezam, lançando
mão de pretenso entendimento imaginando fazer a diferença mais por conta da
luxúria esquecendo-se da objetividade de sua força de volume se somada,
neutralizada devido à falta de organização entre seus pares que, mesmo
negligenciando se tratar suas células de bases que suportam todas as outras
classes, não conseguem, devido a cegueira inerente: mínima narrativa sob os augúrios
de alguma união coerente; e daí reivindicar seus direitos ao que, consequentemente,
continuam elegendo ações, considerando estados sociedades que não apenas não os
reverenciam como prejudica todo o grupo se comparados aos sempre fechados níveis
superiores: aqueles, fruto de suas intermináveis divagações enquanto torcem.
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