sábado, 1 de outubro de 2022

Do absurdo possível II

 





































Ao olhar de fora a situação é insustentavelmente inaceitável. Para quem a vivencia, porém, agora, uma vez consolidada, já não é mais: a necessidade faz o extremo se tornar suportável.








A autoajuda e o aconselhamento amistoso do entorno compadecido sempre buscaram a comparação como forma de aquietar almas atormentadas após uma queda, uma perda, um desejo não alcançado. Esse expediente de recorrência comum no mais das vezes ameniza ao tranquilizar o indivíduo que sofre; que, passada a quarentena, ao ser assimilada e parcialmente esquecida, uma nova realidade toma de assalto a vítima, letrado ou não. No entanto, um sentido real e nobre é negligenciado, pois, serenada a tormenta, a procura se volta a oportunizar ações a recuperar o tempo perdido, por exemplo; e, uma vez mais, em nenhum momento olhamos a situação, ora precária, como uma solução viável para a possibilidade de finalmente vivenciar um caminho regrado a valores mais simples, com menos, portanto de mais fácil controle, afinal a bagagem existe o que falta agora é acondiciona-la em um compartimento conscientemente menor.





Isto posto, uma questão me assalta: o homem é o que é por conta de sua transformação em homo ativo - homo faber - enquanto instigado a superar seus limites sem o devido preparo e uma vez que abandonou sua civilidade simplória a medida que sua culturalização insiste em avanços é o que é tão somente por apreciar essa transformação ao se tornar um aguerrido conquistador implacável!?!


  



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