A, “minha“ cultura, “minha“ pátria, “minhas“ tradições,
“minha“ religião, só o são por conta do momento. Um árabe, um bilionário, um
caboclo dos confins da Amazônia, um mercenário francês ou membros do Eta, do
IRA, das FARCS etc, etc, têm outra concepção de “meu” que seriam, genericamente,
os “meus” nas mesmas condições destes todos separadamente. Caso haja um
entendimento sobre esse ponto, é certo que o “meu” é uma das maiores ilusões
que carregamos.
“Para nós parece
difícil eliminar os condicionamentos, porque eles estão assentados no cérebro,
na memória. A ilusão não é um fato, mas sua existência na nossa mente é. Quando
compreendemos isso, não nos identificamos mais com ela. Se entendermos que
nossas próprias opiniões são apenas um produto da nossa cultura, do ambiente
onde crescemos, sua importância na nossa consciência diminui. Isso é o que
significa liberdade dos condicionamentos; não quer dizer que o cérebro deixará
de projetar opiniões. Ele fará o seu trabalho, mas por que teríamos que nos
identificar com as opiniões? Por que não olhamos para elas da mesma forma que
olhamos para as opiniões de um amigo ou de um estranho? Uma opinião não é a
verdade – nem a nossa nem a de mais ninguém.”
P. Krishna
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