Após
pouco ter entendido do que explanou, falei-lhe, num tom que se deu entre um
misto de ameno e conciliador. Sobre o quão importante foi sua conferência,
embora sentisse, ao olhar para a assistência, (vi-me na obrigação de observar) que nem todos entenderam a natureza de suas análises (nem mesmo o pouco que
havia eu assimilado) a julgar pela falta de comentários ao final.
Estava
realmente incomodado; mais, (naquele momento acreditava) devido à falta de
participação, ou no mínimo apatia dos demais ouvintes. Em algumas situações a
gente se envergonha pelos outros; do comportamento alheio. É uma espécie de
escusa, que ao final sabemos; é ineficiente.
Entendeu
minha colocação e agradeceu, e, buscando me acalmar, como sempre simpático,
assustou-me, dizendo que não o preocupava que não lhe entendessem agora, e
afirmou: “Em algum momento futuro, e aos poucos, um a um entenderá que estava
certo”. Então se calou.
Fez-se
um minuto de silêncio enquanto, ao menos eu, contrito, pensei um pouco melhor
no seu discurso, e particularmente, em algo que se encaixou dando um nó em minha
mente, e então respondi.
“Espero
que estejas errado.”
091.f cqe