sábado, 27 de fevereiro de 2016

Útil



Se puder eu; dar apenas uma pincelada no existir.




Contribuição da Minha Sempre Bem Amada

041.k cqe

Acordo de cavalheiros




Temos um cavalheiro
até que ele rompa o acordo.

Apenas um comigo isso cumpriu.

E ele está morto.

O mais vivo de todos.




“Ao Mestre com carinho”


040.k cqe 

Estatística



Individualidade ultra dependente

Muito seriamente, estamos tão somente nos encapsulando de uma forma psico-negativa, jamais por razões de auto recolhimento contrito; em busca do autoconhecimento. Mais por opção inerente aos novos caminhos direcionados por uma sociedade perdidamente em polvorosa que muito rapidamente guinou do conceito de tribo, feudo, família, grupo, etnia, totalmente despreparados, para o: vencer individualmente, do universo-corporativo-industrial-tecnológico-globalizado; paradigma que não passa de mais um slogan matreiro do mundo contemporâneo que nos quer apartados de qualquer sociedade material com vontade própria, ou pensando por si mesma.

Inscientes, destituídos de um grupo formador responsável, fomos apanhados: somos agora domesticados ou aculturados caçadores tribais de gravata por nossa conta e risco; novos escravos abolidos escravizados. Não desacoplamos, não perdemos totalmente o elo de ligação com nossa ancestralidade sobrevivente, enquanto nos queremos superiores - quando não entendemos que somente nosso ego o é. Daí é que mantemos a ideia comprada de que tudo podemos sem precisar nos manter enraizados aos nossos pais, a nossa casta.

Com o advento da tecnologia da volatilidade; da coisificação, mas também por já não mais sabermos como pedir ajuda – e não há a quem; não nos entendemos como pessoas que podemos – e devemos - nos ajudar; perdemos a humildade; que substituída, deu lugar as: vergonha vaidosa e presunção mesquinha. Essa individualidade forçada direcionou o indivíduo ao nada modesto “vença por si mesmo”, e o que lhe resta é que, enquanto brinca de “fodão”, inventa meios de sobreviver em um meio que finge estar ao seu lado; que apenas ilude companheirismo ou proteção quando o que espera é a ética conveniente do “fique na sua”, “vire-se” – pois quem pede ajuda é perdedor -, quando devemos mostrar nossa capacidade de sobreviver sozinhos e nos adaptar nos arrastando em uma sociedade instantânea.

... ou pior, nossa carapaça de superior, mesmo na dificuldade, se por uma hecatombe catastrófica nuclear universal encontrar alguém disposto a ajudar sem algo em troca, ou sem a vaidade que faz com que muitos busquem o altruísmo perverso do voluntariado mascarado; nos pomos armamos – emerge o velho guerreiro selvagem arisco e desinformado - imaginando ser outro desse segundo grupo.

*

A carne já não está mais morna... nós sim.

A que preço hoje nos dizem que são – vendem-se como - nossos amigos e parceiros? Quanto ficamos devendo por um favor tido a luz da solicitação como uma obrigação de conivência entre ambos?

*

Despreparados outros, escondidos entre máscaras transparentes ao superior atento, ainda pedem ajuda com suas rezas, porém nem aí relaxam e o fazem como se os santos fossem a isso obrigado.

*

Enquanto isso nosso casco-ego nos protege, – nesse confiamos por ser apenas isso que possuímos - servindo como um colarinho de penas eriçado intencionado a parecermos maior; esconda-o e não passamos de pardalocas em disputa a escrutinar vermes nas bostas depositadas ao longo da estrada.

*

“Sou o bicho humano
que habita a concha
ao lado da concha
que você habita”

Caio Fernando de Abreu, escritor gaúcho.

039.k cqe

Da maldade



Ao retornar de uma viagem longa, onde reconheceu a dor nos olhos de todos, convicto resumiu:

“Conheço o ser humano, e sei que ele pode fazer todas as coisas que se julga incapaz”.

“Não é ele quem determina isso, aqui; é o momento, porém não sabe ele que deveria resistir. Acabo de visualizar a dor, e ela é fruto de momentos acumulados. E digo também, que vocês não fazem ainda ideia, assim como do que dizem não ser capazes, ao assistir a atrocidade alheia cometida.”

Da Série; vamos prorrogar a existência dos sentimentos


038.k cqe

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Umberto Eco




"O intelectual não pode fazer nada. Não pode fazer revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre muito perigosas"
*
"Eu definiria o efeito poético como a capacidade que um texto oferece de continuar a gerar diferentes leituras, sem nunca se consumir de todo"
*
"Não há nada mais difícil de definir do que um aforismo"
*
"O que é que a cultura pretende? Tornar o infinito compreensível"
*
"Quem não lê, aos setenta anos terá vivido só uma vida. Quem lê, terá vivido cinco mil anos. A leitura é uma imortalidade de trás para frente"

Umberto Eco

037.k cqe

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Koyaanisqatsi




“O que é conhecido é o habitual,
e o habitual é o mais difícil de ‘conhecer’”.
W.F.Nietzsche

Atingir o absurdo é alçar-se a um paralelo ainda que o quadro esteja disposto ao todo visível; espelhado na apatia do que olha.

Quase impossível de ser rompida...

Da ocorrência desse então raro alinhamento; choca-se, por finalmente definir o conflito: da existência do belo contrastando com o surreal universo tornado real; da tragédia em curso.

*

O absurdo não é para o observar qualquer; comum; cotidiano; ainda que aí ele se dê... ou não é observável a primeira vista, - muitas vezes nem nas primeiras vidas  – para, como mágica, dele dar-se conta. Raro é percebê-lo; normal é não fazê-lo. Ele passa despercebido por si só, e, ainda que olhado, ele é um absurdo dentro dele próprio por não conseguirmos dimensionar sua proporção por conta de distorções intrínsecas próprias, por sua vez, por conta da perspectiva do observador jamais estar posicionado de acordo com o paradoxal.

Produto da incoerência, - ele é extraído do irracional originado dele próprio, como se fosse o observador criado fruto de sua vaidade megalômana erigido para a auto idolatria – e é por conta da conformidade sempre hipnótica que anula a nossa e a sua insensatez, que faz com que não o percebamos.

*

"Não é por falta de amor à linguagem que estes filmes (trilogia Qatsi) não têm palavras. É porque, do meu ponto de vista, nossa linguagem está em um estado de vasta humilhação. Não descreve mais o mundo em que vivemos".

Godfrey Reggio

036.k cqe

“O capital”














Com fundo e sem fundamento


Nada fictício, entre baforadas de um robusto Cohiba e perdigotos de bourbon, vangloriava-se:



“Como não tenho ideia de quanto posso tirar do sistema sem comprometê-lo até seu colapso, e como nenhum dos outros ladrões também o sabem; continuo, até encontrar o meu limite de possibilidades.”


035.k cqe

Universo particular










Somos um universo paralelo, particular; nosso comportamento em relação ao processo de conscientização como um todo é que determinará nosso bem ou mal viver; ou seja, como orbitamos por entre as vielas ou os caminhos dos insondáveis multiversos.



Na escala evolutiva esbarramos por uma centena de asteroides e estrelas cadentes errantes. “Destruí-los” ou superá-los é o que determinada nossa escala evolutiva, é o que nos ascende ou descende nos mantendo inseridos em um alinhamento próprio e inequívoco entre multiversos que não cessam de nascer.

Da série “HomemVerso”


034.k cqe

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Proeminência inapropriada



Por si só, o ordinário não reconhece o superior por não acessá-lo. Uma vez aluno, necessita-se de alguém que lhe mostre à luz; é do conhecer do mestre que dúvidas são sanadas – mas no “como” reside o segredo -, portanto, é glória vã o ufanismo originado da vulgaridade cotidiana.

Assim...

Diante da cultura instalada, devo acautelar-me com a popularidade de senhores cujo vulto foi erigido para deleite de admiradores comuns à praça. Compreendamos ainda que, fazer-se à comuna que sempre nos representou não é garantia; não afiança realmente quando suas opiniões são talhadas em bases outras - escusadas e interesseiras -, que próprias, distintas e indefectíveis – não estará o que vale tão escondido quanto à pedra mais preciosa?


033.k cqe

“Cré-dito”



O que presta não é o falado; e sim, quem a isso se presta.


032.k cqe

Parcimônia






Não aos comentários






Escrever, verdadeiramente, é um ato insano, onde muitos o têm como ingrato, ainda assim ele seduz; afinal, quantos de nós escrevemos pelo prazer, talvez apenas masoquista, de ser rechaçado por linhas inexplicáveis ao alheio; ao externo que por sua vez não se contém em externar todo o seu ignorar.

*

Da força que escasseia - Ao formular uma ideia, alguns autores preparados para tanto, continuam insistindo com ela, e podem se debruçar por horas em sua lapidação. Por conta disso, muitas vezes não é possível que o alheio, em seu primeiro contato com a obra, perceba de imediato o que está acontecendo. Em suma, o autor precisa ter mais paciência para compreender que nem sempre é obvio entende-lo, ou melhor, quanto maior é sua paciência para definitivamente apontar seu aforismo, maior ela precisa ser para sobreviver à parcimônia do seu entendimento.


O verdadeiro artista busca o silêncio daqueles diante de suas obras; ou se tem isso, ou se está expondo ao ridículo.


031.k cqe

Seleção natural












Aproveitando o desconhecimento como instrumento de equilíbrio.




A seleção natural dizimou raças e espécies sob os mais variados pretextos e descuidos, ou por conta de alinhamentos improváveis de sórdidos motivos – inventados ou não. O corrente chama-se “Revolução Industrial”, portanto, tudo continua como sempre, não há razão para alarde – isso acontece a toda hora na histórica cadeia evolutiva.


030.k cqe

A arte ou o “bolha”*








A quem interessar possa:


Eles querem sua arte 
ou querem você?

Quase sempre, - e a cada dia mais - após as entrevistas de lançamento - nem sempre apreciadas na íntegra -, fica-se apenas com a primeira.

Ninguém deve se pretender além da instituição criada.

*bolha – chato; impertinente.


029.k cqe

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Cerradas todas as portas



“Ter a desatenção de tornar-se hoje, um homem público remunerável, é sinônimo de contaminar-se. 

Não me conte de sua índole, já o conheço sem o tê-lo visto uma única vez... afinal, é um homem público, sei perfeitamente do que é capaz.”

*

Definitivamente, foram cerradas todas as portas para qualquer tentativa de ajuste real a condição social humana, afinal, quem terá coragem, se dono de um pensamento ajustado, enveredar-se a esse intento quando sabemos que a cada dia mais esses senhores do poder se afundam com uma normalidade jamais vista no mundo inegociável das negociatas e acertos, contaminando-se e levando de roldão todos os demais que se aventuram nessa odisseia épica do poder desastroso dos novos tempos!

Afinal, é acertado afirmar que, em consequência do despontar generalizado de cabeças “inimaginavelmente” sórdidas em meio a um mundo que precisa prezar pela qualidade inequívoca da retidão, somada a ficção que parece escancarar através, principalmente do cinema e seriados que hoje dominam o gosto popular, que a precificação do homem comercial político possui quando muito duas opções: aceitar o valor ofertado para liberar o acesso aos tentáculos seja da corrupção, dos mais variados lobbies extorsivos ou da troca de poderes apenas amadoramente injustos por profissionais diabólicos ditadores camuflados de urgentes portadores da solução salvadora.
 
Está tudo tão impregnado de corrupção que alguém de pensar sério, descente, não pode mais se aventurar nos campos políticos públicos, nem com mísero acesso externo, isso automaticamente o coloca na classe dos iguais.

De posse de um discurso a-religioso; entendo como premente recurso, restar ao homem de boa vontade procurar alguma forma invisível como atalho para auxiliar na retomada de diretrizes sérias em caráter de urgência no redirecionamento do caminhar humano. É inegável que o ajustar de forças materiais e imateriais seja proclamado as claras, pois, ainda, o que é visível é menos hediondo quanto o que antecipa o homem de bem que pouco pode fazer.


028.k cqe

Por que comigo? Porque (ñ) eu?



As oportunidades aparecem para todos

E, não há desculpas; de uma forma ou de outra todos nós passamos por dificuldades que ainda que pareçam insuperáveis e/ou diferentes em grau ao agente externo ao indivíduo inquieto; ao final, elas se apresentam na medida exata das condições, da capacidade de cada um, portanto, confirmando – ou afirmando: ser apenas os pretextos - que nada justificam, apenas revela -, o que resta a massa maior.

Então é fácil imaginar que, aqui nascer poderia ser comparado a participar de um grupo afim onde, além do objetivo comum, se viciam. Consumindo ou expostos a todo o tipo de droga, liberdades e entretenimentos. Destarte, o vício e a propensão ao pouco caso acabam fazendo parte do processo, porém alguns superam essa vala comum e se dedicam apenas ao objetivo transformador. Superar, e bem, o período critico; é o que irá diferenciá-lo.


027.k cqe 

Somando contra












Não estou ajudando – Tenho trabalhado, agido a favor de meus detratores, quando, ao invés de entender que é por conta do que há dentro deles, um emaranhado ininteligível onde escondem as sombras e as vergonhas que os tornaram o que são o que motiva e da origem as suas ações, e assim amenizar suas farpas contra o mundo com um anteparo de atos corteses, ao menos às lançadas na minha direção. Ao contrário, tento sufocá-los com meu humor ácido demonstrando todo o meu egoísmo e falta de traquejo, de paciência, vindo finalmente ser merecedor: se não de todas as alfinetadas, de boa parte de seus ataques.


026.k cqe

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Alegria versus grau de sabedoria



Esta semana um colega de trabalho, sempre questionador, objetou cismado, afinal, se observarmos a máxima do: quanto menos ignorante mais sofremos; como consigo sofrer menos considerado o estágio individual de conhecimento em que me encontro?

Da série; Trava mente

025.k cqe