Quantas das
minhas doenças serão devotadas à minhas fraquezas?
Reconhecidas
ou não, todos temos manhas, manias, birras ou patologias as quais na sua
maioria, independentemente das nossas vontades, nos acostumamos e possivelmente
apresentamos humores obrigatoriamente instáveis, ao vivermos desconfortos diários
por conta da ânsia que reside na própria causada: a ciência desta realidade.
A luta em
resolvê-las – quando finalmente definida - é determinada por várias e austeras frentes
em inúmeras situações, mas, pode que na mesma proporção se mantêm manifestas e
intactas também, simplesmente devido à falta de vontade de conscientizar-se do
problema.
Difícil, e
bastante natural, igualmente, é constata-lo e não saber como agir. No entanto a
não admissão seja como uma mecânica auto protetiva, por desacreditar o alerta
de um que outro – às vezes em tom de brincadeira - que se arrisque ou mesmo da
fraqueza natural do enfrentamento de outros tantos, se torna doloroso a todos aqueles que nos amam.
Pois nada podem fazer enquanto observam o lamentoso fardo anexado, ampliando a
triste e amarga sobrevivência do ente querido.
Em rápidas
pinceladas, acreditamos que ao se constatar; quando desconfiamos que algo em
nós precisa ser mudado, enfrentamos talvez o que venha ser o muro mais alto
entre nós e a cura: a disciplina espartana para sanar a incômoda descoberta. E
ao que parece, ao analisar historicamente nosso comportamento, é bastante provável que muitos de nós, pressentindo o espinhoso embate, preferimos não
luta-lo.
Porque não
se trata apenas da dificuldade no autopoliciamento; afinal, é possível que o
período de recuperação consuma o mesmo espaço tempo tomado por determinada disfunção para assumir sua, agora constatada, indesejável existência.
Manter-se
em vigília constante e meditar a incansável postura de determinação ao
perceber-se pronto a enfrentar a ilusão doentia que nos assolou por anos,
serão, provavelmente, as maiores dificuldades, ou talvez as provas mais
difíceis a serem vencidas a fim de nos livrarmos de apêndices há muito
descartáveis, quando finalmente se sabe atacado e se conscientiza de que
precisa resolver-se.
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