...e do
desperdício.
Se me
regozijo com pouco, no pouco fico, e esta afirmação tem ao menos duas
interpretações totalmente distintas que precisam ser observadas no universo
fisiológico; o conformismo e o asceticismo. É possível que em níveis distintos
cada qual destes entenda que sua existência adquiriu determinado ponto de
conformação, ajustada suficientemente para assim continuar por anos ou décadas a
fio sem que nada precise ser alterado devido à condição sócio político vigente,
e então, enquanto o primeiro passa seus dias neste conformismo impensado; o
segundo, - uma vez acordado para a consciência - pode ter atingido este mesmo
estado; no entanto utiliza o tempo disponível para a contemplação, a meditação,
o autoconhecimento e o auxílio à comunidade.
*
Haverá por
muitas e muitas eras aqueles grandes; constituídos; recordistas, que se iludem
no “Há! Eu posso ser maior se assim desejar”; no entanto sempre existirão
outros maiores afins, e essa antropofagia, essa canibalização competitiva não
tem fim. Que vantagem real existe em pretender-se – mecanicamente - maior se
existimos em um universo infinito, quando seus adeptos, muitos, tomados por
instintos da socialização por conta de modismos ou necessidades criadas, diz-se não se
deixa domar; ao não assumir que somente está à procura da superação por
conta do externo? O maior de agora logo se tornará estatística e precisaremos
de um novo esforço sobre humano para ser o maior da próxima etapa. Daí, o
importante não é o eu, e sim o que está sendo executado. E ao final, o que
deveria ser relevante, a observação, passa despercebido – do fazer, do esforço,
da dedicação, do vivenciado -, a despeito de toda a energia empenhada.
017.o cqe