sábado, 11 de novembro de 2017

“Aventação” afetada


Das armadilhas que nos auto impomos - Dos pequenos holocaustos psicofisiológicos permissíveis por serem inobserváveis ou não mas passíveis de aceite por conta de vieses incontáveis tornados indissolúveis.

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Determinado periódico perguntou a professora Ágnes Heller se ela está de acordo sobre a existência de questões como o pensamento de que existe um contexto nos EUA e na Europa que permite o ressurgimento de algo similar ao nazismo?

Ao que a filósofa respondeu; “as coisas não podem se repetir de forma concreta, mas sim em sua essência. Erram os historiadores que pensam que se aprende algo com a história e não se volta a errar. A única coisa que se aprende com a história é que nunca se aprende nada com ela. Embora um contexto possa apontar uma tendência, são decisões políticas que realmente dão direção ou rompem tendências. O futuro está sempre aberto”.


A despeito do assunto espinhoso da questão em si, concordamos em parte com esta grande personagem da filosofia mundial; que não aprendemos nada com a história. Onde acreditamos que o povo em si não apenas não aprende em que medida de valor negligencia oportunidades por falta de se impor, e mais, veio assistindo, investido desta passividade ao longo de toda a trajetória, o que ela acertadamente nomeia como decisões políticas, – que, a nosso ver, apenas, tendenciosamente rompem direções - e a isto cabe, temos o dever significativo de observar, que há a necessidade de abrir-se, justamente aqui, um viés nessa colocação, isto é; que determinada classe de homens aprendeu há séculos como tirar proveito dos seus erros que inicialmente não lograram existo em suas formas de domínio, explorando-os no mais alto grau de permissividade. Essa disparidade advém do fato de que, mesmo sendo criativos e inteligentes, na mesma proporção, somos inocentes; mas, existe esta parcela da população que sabe muito bem como manusear os acontecimentos, lançando mão, principalmente, dessa mansidão, dessa lenidade, e como consequência, paulatinamente, retirar e engendrar lições do vivenciado que lhe faculte tão somente os benefícios ordinários. E esta porção aprendeu, diríamos não sem muita estupidez - foram cometidos erros crassos; é só observar nosso histórico – como não cometer as mesmas falhas fisiológicas no que se refere à perpetuação do mal feito por um tempo maior por conta da lição aprendida. E tão somente por esse viés de caráter, invariavelmente este grupo ascende ao comando de todo o restante. No entanto, por conta de sua criatividade ou quem sabe, apenas por serem tomados de alguma “sorte” inaudita, os sobreviventes, agora cooptados a pequenos holocaustos particulares, vez ou outra encontram – ou lhes são oportunizadas - brechas que os mantêm com uma espécie de sobrevida que é comemorada fazendo com que esqueçam que a arfada de ar, a migalha, se trata apenas de um armistício ou uma permissão controlada: espasmos de sobrevivência para o ajuste na pressão do torniquete. É a partir daí que se dá a evolução tolerada, o aprendizado entre campos, distritos, gulags e guetos, permissíveis por leis mais ou menos duras de uma liberdade vigiada que, ainda que necessária – muitíssimo mais acentuada hoje -, invariavelmente é arbitrária, quando insiste em não premiar ou mesmo destacar – quando não ataca - qualquer um que não comungue com a ideia viciada ou evidencie a necessidade de mudanças mais abruptas as acomodadas diligências. Porém a questão que por milênios poderia ter sido aventada, quando apenas se perpetua e é abafada sob outra pressão aleatória, apressada, sob novos espectros de ameaça é: e a partir de então, o que pode estar sendo gestado dessa política direcionada por grupos que buscam perceber os erros históricos apenas ao que concerne a legislação de leis que a cada século encaixotam em cubículos distintos seccionando pessoas cada qual a confinamento distintos!?! Ao que pode levar esse desequilíbrio de forças que se mantém por conta de obrigações e leis cujo ponto de equilíbrio precisa ser mantido sob o risco do desconhecimento!?! Daí; pode que tenhamos não uma certeza de que a história nada nos ensina e sim, que não é possível prever que tipo de silenciosas patologias sociais sejam gestadas de históricos que vieram a ser infectados por conta de todo o tipo de mãos contaminadas; manipulados a seu bel prazer por toda espécie de mais e mais filhos bastardos – e algumas aberrações (como temos assistido) - gerados de múltiplas e infindáveis ligações arranjadas cujos interesses reais nunca foram pensados de forma a garantir o livre pensar dos comandados.


Ao finalizar foi questionada se o papel do intelectual no debate político mudou com as redes sociais?

Ao que respondeu; que “intelectuais devem estar longe das redes sociais. Eles devem influenciar por seus livros, seus escritos, suas participações em congressos acadêmicos, ainda que isso limite o alcance da mensagem. A essa altura, me soa hipócrita que se discuta o papel do intelectual quando nunca se ofereceu de fato um papel para eles na sociedade” completou. 



Quanto às redes sociais, não há dúvida; mas quanto a sua acertada resposta final, podemos entender e acrescentar que talvez seja porque eles façam parte do mísero grupo, - membros outros de um nicho também miserável, em meio a tantos campos de confinamento - que auxiliaria na construção, absolutamente concreta, do acima observado.






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