Socialismo
Capitalista
Das
permissões, assim não percebidas, que mantém equilibrada uma sociedade
suportada com o devido verniz para tanto.
Pá de cal
A esperança
está morta
– Nietzsche matou Deus, porém,
estou matando a esperança.
– Nietzsche matou Deus, porém,
estou matando a esperança.
Quem sabe
agora!?!
Do abrir
das cortinas
É certo que
o equilíbrio aparente é o melhor balanço até agora conquistado. Ainda que a um
preço absurdo o processo todo vem funcionado; é preciso admitir isso, e ir
além... ou ficar aquém, e aceitar. Quanto a isto; não há o que ser feito.
Apelamos tão somente para a educação paulatina do cidadão para o que ele está
vivenciando sem nem mesmo dar-se conta: que não há teto, na cabine há um total descontrole
e estamos sem chão.
Acreditamos
que no caos é possível abrir-se para oportunidades outras, porém, se se
partisse de informações pensadas e dosadas, ainda que críticas; muito poderia
ser feito em meio à tão irrefutável quanto eminente tragédia.
ABSTRACT - O
poder que assumiu a parte economicamente viável do planeta tem em mente, - ou
ao menos parece ter - por se entender superior também em inteligência e,
portanto os únicos com o conhecimento: o saber necessário a lançar mão das
riquezas extraídas. Uma vez associados, criaram mecanismos para se apossar da
parte maior como se – investidos tão somente de ideias - tomassem para si a
paga a que tem direito por se entenderem: homens de nata proeminência, e desta
feita: os únicos capazes para tal governança... aos demais, cabe aceitar com passividade,
afinal “aprendemos” – em alguns estados; sob coação - que poderia ser pior,
então, o naco reservado a estes vêm com o carimbo de prêmio digno – aceito,
comprado como um merecido sossego. Este é nosso caminhar; o resumo da ópera: esta
filosofia, este implante, esta súcia – as denominações podem ser as mais
variadas: tornou-nos tão insossos e passivos ao ponto da obrigação prostrada;
do aceitar de bom grado o pouco que nos é separado.
Qual é a
possibilidade de o sistema voltar-se à parcela maior da sociedade; nela
investir, educando-a a ponto de torna-la co-partícipe de ações revolucionárias
na busca honesta no sentido de otimizar a evolução social como um todo?
A que nível
um homem precisa se enfronhar para concordar que aceita sem perceber que seus
direitos ao que é extraído não são distribuídos de forma equânime e ainda pior,
paga muito caro para reaver o que lhe foi tomado, quando contrariamente seu
comportamento natural o instiga a pactuar com a insistência de que isto é justo
porque devemos confiar nos personagens por trás das propostas apresentadas –
verdadeiras apólices carregadas de letras miúdas, notas de rodapé e
entrelinhas?
Para tanto,
ao longo de muitos séculos não apenas aceita como acolhe o que veio daí se
desenhando, ou seja, que há todo um processo que exige que assim seja; que este
é o único caminho para o equilíbrio desta sociedade, de modo a nos fazer
acreditar que participamos como membros principais. E este pleito camuflado e
carregado de obrigações, consiste em corroborar com a existência de uma
mecânica para a tão ininterrupta quanto extenuante extração, e à fabricação, à manufatura,
o armazenamento, o transporte e o lucro, por exemplo, e é tão somente por conta
desta realidade que participamos e mais, e não é só, somos privilegiados;
pagam-nos pelo tempo mínimo que nos privam da liberdade - nosso valiosíssimo
tempo - ao recebermos soldos. No entanto não é apenas isso; esquecemo-nos, ao
longo de jornadas intermináveis e outra distrações que: as riquezas extraídas
nunca serão suficientes. Então todos precisam pagar taxas a outro grupo – tão
necessário quanto caríssimo - que dá suporte as demais facções corporativas com
discursos carregados de palavras prontas, - no nosso caso – alinhadas e
alinhavadas minimamente. Vendendo ordinariamente a ideia totalmente arranjada e
bastante inconsistente que: do pouco que a todos é reservado como salário, é
preciso retirar um terço para sustentar tanto este grupo quanto os benefícios
que promovem: hospitais, escolas, delegacias e algum entretenimento - ou muito,
quando mais necessário... para eles.
Emboscadores
profissionais - Assim, com este saldo no bolso vamos às compras, onde somos
valorizados e muito bem recepcionados em uma arena onde leões famintos e
doentes, acometidos de uma fome que não cessa; uma fome química. Verdadeiros viciados.
Obsessivos obsidiados a nos esperar como se fossemos a droga a amainar suas
fissuras. Zumbis escondidos em balcões ou biombos; vampiros ávidos a espreitar
suas vítimas. Neste palco eles dominam. Imbatíveis, em bando e muito bem
preparados. Dissimulados, nos disputam como carniceiros que enxergam uma
carcaça depois de medonha estiagem. Ali temos valor – no bolso, ou com um
mínimo de traquejo eles se apossam do nosso nome e nos concedem empréstimos;
eles são fantásticos; são medonhos – ainda que, polidos. Dóceis; entregarão seu
próprio dinheiro por muito pouco.
Usaremos o crédito deles emprestado para
comprar coisas deles mesmos. É uma festa; todos ficam felizes. Esta é a
ocupação destes emboscadores profissionais – e uma espécie de alforria para nós.
Uma demonstração de dedicação sem precedentes do ser humano. Jamais um grupo de
caçadores fora tão dedicado a alimentar a família. O trabalho, o desprendimento
dos grandes grupos sobrevive da busca frenética por pegar um naco dos quase
dois terços do salário que resta ao trabalhador, ao proletariado, com exceção é
claro, em alguns casos, da fatia que foi convencida sobre a inegociabilidade do
preço da crença, que então é provisionada ao dízimo. Aliados protegidos,
dominadores preparados multiplicam suas forças investindo em poderosos
marqueteiros tão inescrupulosos quanto. Que se movem sobre a urdidura do: quem
vender a melhor mentira tira uma fatia do saldo, já minguado, de um cardume
cercado e fadado a retroalimentar este sistema.
Constituição
familiar - Fundamentados em leis e escritas antigas insistem sobre a vantagem
da procriação. Persistem; avalizados por crenças esquecidas e tão somente aí
oportunizadas, até mesmo se mostrando crentes - se necessário for: que se
tenham muitos filhos. Valorizam tão somente a instituição do casamento (o
depois: separação, litígio, espólio e demandas neste sentido; movimentarão um
mercado sempre promissor), insistem nisso fazendo alusão ao convívio familiar.
Assim, sob auspiciosos e escusos verbos como, procriar, casar e se endividar,
por exemplo, são massivamente estimulados e bem vindos. Sempre agregados com
expressões que remetem à renovação, à esperança e à aquisição; quando todo esse
corolário – invariavelmente desprevenido - prende o assalariado em um círculo
vicioso onde a única saída que possui é se vender mais barato para saldar uma
dívida que pode tornar-se insolúvel, e quando não, é dispendiosa e consome
quase toda a energia do contribuinte, tornando-o mais um fiel desesperado e
sujeito as agruras da entrega capciosa.
Que a instituição
do casamento então seja salva em nome da nova ordem econômica; basicamente, é a
partir daí que culturas que geram oportunidades continuaram a ser incentivadas.
Que nos endividemos a vontade, e, ainda que seus incentivadores demonstrem uma
espécie de preocupação fingida ao mostrar vez ou outra, formas para fazer com
que controlemos estes apêndices adquiridos (leia-se, psicólogos, coaches e
especialistas, por exemplo) devidamente honrados em suas datas de vencimento ou
mesmo torturando os menos atentos - ameaçados com o que há de pior hoje no
mercado: ter o nome sujo e consequentemente não ter acesso ao dinheiro
disponibilizado a estes pobres desavisados. Tudo é bem vindo e estrategicamente
negociado. Parece assustar, mas não. O imbróglio é de difícil mastigação e este
expediente é proposital, ainda que não sintamos ou não desconfiemos de sua
existência, ou seja, ele somente é de difícil degustação e impossível de
entendimento, mas devidamente estudado para que assim se mantenha; incólume. Portanto,
é uma fórmula vencedora que meticulosamente faz parte do negócio ao prender o
assalariado em um círculo vicioso cuja saída mais viável é se vender mais
barato para tentar saldar uma dívida que não termina nunca.
Enquanto
isso, entre meios, o grupo dos governantes políticos – fartamente financiado - mantém
tudo precariamente funcionando – saúde, educação, segurança, infra estrutura - em
estados onde o ignorar do povo e a ignorância destes associados é maior, ao
pensarem ser correto viver as voltas promovendo, articulando uma espécie de
dança de cadeiras, e, somado a ela: uma burocracia de negociatas que não raro
envolve escândalos sempre muito bem defendidos entre os acusados, cujo padrão é
passar, quantas vezes for necessário, o bastão entre os cúmplices que conseguiram
se arranjar mantendo-se às sombras.
Décadas de
discursos e palavreados devidamente ajustados conseguiram aplacar o ânimo dos
mais exaltados e descontentes, expurgando-os para o limbo dos pessimistas
desajustados e por sua vez estas mesmas preleções foram amansando e contendo os
acomodados em uma espécie de conforto necessário e na maioria dos casos
bastante maleável; de fácil condução.
Se
observado com carinho e atenção, por exemplo; a quantas andam: museus,
bibliotecas, parques e o arquivo público! Que grau de atenção o poder instalado
tem por estes espaços? Quase nenhum; e alguns sobrevivem por conta da
iniciativa privada. E qual é o por quê? Não há interesse por espaços que não estimule
o lucro. Manter uma biblioteca é dispendioso e não dá retorno – melhor que, por
conta disto, temos menos zoológicos. Vide o buraco negro do tráfico de
animais!?!
Que não se
folgue aquele que defende a dificuldade do processo, pois em situações
inacreditáveis muito bem camufladas; parte da estratégia da geração de um
estado caótico onde o poder não apenas é necessário, mas o único a estabilizar
as forças, protegendo assim os desassistidos; temos que: tudo é permitido por
ele próprio; isto é fato. O estado hoje estabelecido tem força suficiente para
não apenas debelar protestos contra a forma de governo constituído como também
possui efetivo para coibir definitivamente toda organização do tráfico, toda
espécie de desmatamento e ataques contra o planeta. O roubo e a violência, o
contrabando, as facções, os radicais de toda espécie e até um ditador investido
ou mesmo países inteiros, a questão que não cabe responder aqui é; e porque não
o faz?
A propaganda
marqueteira política vem de tempos; não é mesmo, um produto contemporâneo. Elogios,
exaltações, prêmios, condecorações a pequenas sociedades cujas visitas anunciadas
do grupo maior, ainda que fosse por um dos seus menores em grau de importância,
era propagandeada aos quatro ventos com meses de antecedência atingindo todas
as glebas até chegar, reparado, ao estado atual ainda que nada seja realmente
percebido – nem mesmo que este expediente continua sendo utilizado.
Heróis
duvidosos serão para sempre comemorados; marcas de renome mundial foram
cunhadas, guerras foram ganhas, revoluções aplacadas, a paz foi garantida – muito
por conta de propagandas sobre como era - e a comunhão entre os grupos é
mantida de uma ou outra forma – sempre com algum inimigo em evidência - a
vender ao povo a imagem de preocupação e intranquilidade, isto é, o histórico
mostra que o poder maior, incansável, estará a postos para defender os direitos
daqueles que permanecerem fiéis ao estado; independentemente de qual seja o
inimigo – eleito - da vez a ser mostrado como ameaça.
Universos
paralelos - Sob o mote de que todos são iguais: sócios, associados e seus
garantidores, por exemplo, serão mostrados como indistintos. Corporativos
bilionários, proprietários de marcas tornadas mito na mente culturalmente
consumista instalada, lançam mão de todos os artifícios não ortodoxos para que
seus produtos, supervalorizados, ao ser consumido a exaustão no mundo
milionário como símbolo de status, encontrem nestes expedientes nada
convencionais ou a “margem” da lei, ocasiões, formas, brechas, até finalmente fazer
parte do cotidiano familiar. Configurados finalmente como itens básicos a ser
utilizados também pela classe social proletária, através de grandes fábricas
que se utilizam do trabalho escravo, do contrabando convenientemente não
combatido, ou da montagem de estruturas fabris em países onde as leis não respeitam
os direitos humanos e por aí vai. Universos paralelos; onde não há limites e as
regras não são aplicadas, ou seja, é coibida qualquer agressão que por ventura venha
à tona - ou quase impossível -, venha a ser denunciada. Deste modo todos podem
estampar no peito – inclusive o pobre, ardilosamente incentivado a ostentar -; marcas
mundialmente famosas, símbolos de status que remetem às marinas de grandes Resorts e praias paradisíacas frequentadas somente por aqueles que permitem que
tudo continue assim funcionando “perfeitamente”; lugares como Hampton, Riviera
francesa, Monte Carlo...
*“Socialismo Capitalista”;
é o mais novo capítulo a ser
inserido na próxima edição de “Conversa!”.
076.o cqe