sábado, 24 de fevereiro de 2018

Socialismo Capitalista - Conversa!*



Socialismo Capitalista

Das permissões, assim não percebidas, que mantém equilibrada uma sociedade suportada com o devido verniz para tanto.


Pá de cal
A esperança está morta 
– Nietzsche matou Deus, porém, 
estou matando a esperança.
Quem sabe agora!?!



Do abrir das cortinas

É certo que o equilíbrio aparente é o melhor balanço até agora conquistado. Ainda que a um preço absurdo o processo todo vem funcionado; é preciso admitir isso, e ir além... ou ficar aquém, e aceitar. Quanto a isto; não há o que ser feito. Apelamos tão somente para a educação paulatina do cidadão para o que ele está vivenciando sem nem mesmo dar-se conta: que não há teto, na cabine há um total descontrole e estamos sem chão.






Acreditamos que no caos é possível abrir-se para oportunidades outras, porém, se se partisse de informações pensadas e dosadas, ainda que críticas; muito poderia ser feito em meio à tão irrefutável quanto eminente tragédia. 


ABSTRACT - O poder que assumiu a parte economicamente viável do planeta tem em mente, - ou ao menos parece ter - por se entender superior também em inteligência e, portanto os únicos com o conhecimento: o saber necessário a lançar mão das riquezas extraídas. Uma vez associados, criaram mecanismos para se apossar da parte maior como se – investidos tão somente de ideias - tomassem para si a paga a que tem direito por se entenderem: homens de nata proeminência, e desta feita: os únicos capazes para tal governança...   aos demais, cabe aceitar com passividade, afinal “aprendemos” – em alguns estados; sob coação - que poderia ser pior, então, o naco reservado a estes vêm com o carimbo de prêmio digno – aceito, comprado como um merecido sossego. Este é nosso caminhar; o resumo da ópera: esta filosofia, este implante, esta súcia – as denominações podem ser as mais variadas: tornou-nos tão insossos e passivos ao ponto da obrigação prostrada; do aceitar de bom grado o pouco que nos é separado.

Qual é a possibilidade de o sistema voltar-se à parcela maior da sociedade; nela investir, educando-a a ponto de torna-la co-partícipe de ações revolucionárias na busca honesta no sentido de otimizar a evolução social como um todo? 

A que nível um homem precisa se enfronhar para concordar que aceita sem perceber que seus direitos ao que é extraído não são distribuídos de forma equânime e ainda pior, paga muito caro para reaver o que lhe foi tomado, quando contrariamente seu comportamento natural o instiga a pactuar com a insistência de que isto é justo porque devemos confiar nos personagens por trás das propostas apresentadas – verdadeiras apólices carregadas de letras miúdas, notas de rodapé e entrelinhas?

Para tanto, ao longo de muitos séculos não apenas aceita como acolhe o que veio daí se desenhando, ou seja, que há todo um processo que exige que assim seja; que este é o único caminho para o equilíbrio desta sociedade, de modo a nos fazer acreditar que participamos como membros principais. E este pleito camuflado e carregado de obrigações, consiste em corroborar com a existência de uma mecânica para a tão ininterrupta quanto extenuante extração, e à fabricação, à manufatura, o armazenamento, o transporte e o lucro, por exemplo, e é tão somente por conta desta realidade que participamos e mais, e não é só, somos privilegiados; pagam-nos pelo tempo mínimo que nos privam da liberdade - nosso valiosíssimo tempo - ao recebermos soldos. No entanto não é apenas isso; esquecemo-nos, ao longo de jornadas intermináveis e outra distrações que: as riquezas extraídas nunca serão suficientes. Então todos precisam pagar taxas a outro grupo – tão necessário quanto caríssimo - que dá suporte as demais facções corporativas com discursos carregados de palavras prontas, - no nosso caso – alinhadas e alinhavadas minimamente. Vendendo ordinariamente a ideia totalmente arranjada e bastante inconsistente que: do pouco que a todos é reservado como salário, é preciso retirar um terço para sustentar tanto este grupo quanto os benefícios que promovem: hospitais, escolas, delegacias e algum entretenimento - ou muito, quando mais necessário... para eles.


Emboscadores profissionais - Assim, com este saldo no bolso vamos às compras, onde somos valorizados e muito bem recepcionados em uma arena onde leões famintos e doentes, acometidos de uma fome que não cessa; uma fome química. Verdadeiros viciados. Obsessivos obsidiados a nos esperar como se fossemos a droga a amainar suas fissuras. Zumbis escondidos em balcões ou biombos; vampiros ávidos a espreitar suas vítimas. Neste palco eles dominam. Imbatíveis, em bando e muito bem preparados. Dissimulados, nos disputam como carniceiros que enxergam uma carcaça depois de medonha estiagem. Ali temos valor – no bolso, ou com um mínimo de traquejo eles se apossam do nosso nome e nos concedem empréstimos; eles são fantásticos; são medonhos – ainda que, polidos. Dóceis; entregarão seu próprio dinheiro por muito pouco. 

Usaremos o crédito deles emprestado para comprar coisas deles mesmos. É uma festa; todos ficam felizes. Esta é a ocupação destes emboscadores profissionais – e uma espécie de alforria para nós. Uma demonstração de dedicação sem precedentes do ser humano. Jamais um grupo de caçadores fora tão dedicado a alimentar a família. O trabalho, o desprendimento dos grandes grupos sobrevive da busca frenética por pegar um naco dos quase dois terços do salário que resta ao trabalhador, ao proletariado, com exceção é claro, em alguns casos, da fatia que foi convencida sobre a inegociabilidade do preço da crença, que então é provisionada ao dízimo. Aliados protegidos, dominadores preparados multiplicam suas forças investindo em poderosos marqueteiros tão inescrupulosos quanto. Que se movem sobre a urdidura do: quem vender a melhor mentira tira uma fatia do saldo, já minguado, de um cardume cercado e fadado a retroalimentar este sistema.

Constituição familiar - Fundamentados em leis e escritas antigas insistem sobre a vantagem da procriação. Persistem; avalizados por crenças esquecidas e tão somente aí oportunizadas, até mesmo se mostrando crentes - se necessário for: que se tenham muitos filhos. Valorizam tão somente a instituição do casamento (o depois: separação, litígio, espólio e demandas neste sentido; movimentarão um mercado sempre promissor), insistem nisso fazendo alusão ao convívio familiar. Assim, sob auspiciosos e escusos verbos como, procriar, casar e se endividar, por exemplo, são massivamente estimulados e bem vindos. Sempre agregados com expressões que remetem à renovação, à esperança e à aquisição; quando todo esse corolário – invariavelmente desprevenido - prende o assalariado em um círculo vicioso onde a única saída que possui é se vender mais barato para saldar uma dívida que pode tornar-se insolúvel, e quando não, é dispendiosa e consome quase toda a energia do contribuinte, tornando-o mais um fiel desesperado e sujeito as agruras da entrega capciosa.

Que a instituição do casamento então seja salva em nome da nova ordem econômica; basicamente, é a partir daí que culturas que geram oportunidades continuaram a ser incentivadas. Que nos endividemos a vontade, e, ainda que seus incentivadores demonstrem uma espécie de preocupação fingida ao mostrar vez ou outra, formas para fazer com que controlemos estes apêndices adquiridos (leia-se, psicólogos, coaches e especialistas, por exemplo) devidamente honrados em suas datas de vencimento ou mesmo torturando os menos atentos - ameaçados com o que há de pior hoje no mercado: ter o nome sujo e consequentemente não ter acesso ao dinheiro disponibilizado a estes pobres desavisados. Tudo é bem vindo e estrategicamente negociado. Parece assustar, mas não. O imbróglio é de difícil mastigação e este expediente é proposital, ainda que não sintamos ou não desconfiemos de sua existência, ou seja, ele somente é de difícil degustação e impossível de entendimento, mas devidamente estudado para que assim se mantenha; incólume. Portanto, é uma fórmula vencedora que meticulosamente faz parte do negócio ao prender o assalariado em um círculo vicioso cuja saída mais viável é se vender mais barato para tentar saldar uma dívida que não termina nunca.


Enquanto isso, entre meios, o grupo dos governantes políticos – fartamente financiado - mantém tudo precariamente funcionando – saúde, educação, segurança, infra estrutura - em estados onde o ignorar do povo e a ignorância destes associados é maior, ao pensarem ser correto viver as voltas promovendo, articulando uma espécie de dança de cadeiras, e, somado a ela: uma burocracia de negociatas que não raro envolve escândalos sempre muito bem defendidos entre os acusados, cujo padrão é passar, quantas vezes for necessário, o bastão entre os cúmplices que conseguiram se arranjar mantendo-se às sombras.


Décadas de discursos e palavreados devidamente ajustados conseguiram aplacar o ânimo dos mais exaltados e descontentes, expurgando-os para o limbo dos pessimistas desajustados e por sua vez estas mesmas preleções foram amansando e contendo os acomodados em uma espécie de conforto necessário e na maioria dos casos bastante maleável; de fácil condução.

Se observado com carinho e atenção, por exemplo; a quantas andam: museus, bibliotecas, parques e o arquivo público! Que grau de atenção o poder instalado tem por estes espaços? Quase nenhum; e alguns sobrevivem por conta da iniciativa privada. E qual é o por quê? Não há interesse por espaços que não estimule o lucro. Manter uma biblioteca é dispendioso e não dá retorno – melhor que, por conta disto, temos menos zoológicos. Vide o buraco negro do tráfico de animais!?!

Que não se folgue aquele que defende a dificuldade do processo, pois em situações inacreditáveis muito bem camufladas; parte da estratégia da geração de um estado caótico onde o poder não apenas é necessário, mas o único a estabilizar as forças, protegendo assim os desassistidos; temos que: tudo é permitido por ele próprio; isto é fato. O estado hoje estabelecido tem força suficiente para não apenas debelar protestos contra a forma de governo constituído como também possui efetivo para coibir definitivamente toda organização do tráfico, toda espécie de desmatamento e ataques contra o planeta. O roubo e a violência, o contrabando, as facções, os radicais de toda espécie e até um ditador investido ou mesmo países inteiros, a questão que não cabe responder aqui é; e porque não o faz?


A propaganda marqueteira política vem de tempos; não é mesmo, um produto contemporâneo. Elogios, exaltações, prêmios, condecorações a pequenas sociedades cujas visitas anunciadas do grupo maior, ainda que fosse por um dos seus menores em grau de importância, era propagandeada aos quatro ventos com meses de antecedência atingindo todas as glebas até chegar, reparado, ao estado atual ainda que nada seja realmente percebido – nem mesmo que este expediente continua sendo utilizado.

Heróis duvidosos serão para sempre comemorados; marcas de renome mundial foram cunhadas, guerras foram ganhas, revoluções aplacadas, a paz foi garantida – muito por conta de propagandas sobre como era - e a comunhão entre os grupos é mantida de uma ou outra forma – sempre com algum inimigo em evidência - a vender ao povo a imagem de preocupação e intranquilidade, isto é, o histórico mostra que o poder maior, incansável, estará a postos para defender os direitos daqueles que permanecerem fiéis ao estado; independentemente de qual seja o inimigo – eleito - da vez a ser mostrado como ameaça.

Universos paralelos - Sob o mote de que todos são iguais: sócios, associados e seus garantidores, por exemplo, serão mostrados como indistintos. Corporativos bilionários, proprietários de marcas tornadas mito na mente culturalmente consumista instalada, lançam mão de todos os artifícios não ortodoxos para que seus produtos, supervalorizados, ao ser consumido a exaustão no mundo milionário como símbolo de status, encontrem nestes expedientes nada convencionais ou a “margem” da lei, ocasiões, formas, brechas, até finalmente fazer parte do cotidiano familiar. Configurados finalmente como itens básicos a ser utilizados também pela classe social proletária, através de grandes fábricas que se utilizam do trabalho escravo, do contrabando convenientemente não combatido, ou da montagem de estruturas fabris em países onde as leis não respeitam os direitos humanos e por aí vai. Universos paralelos; onde não há limites e as regras não são aplicadas, ou seja, é coibida qualquer agressão que por ventura venha à tona - ou quase impossível -, venha a ser denunciada. Deste modo todos podem estampar no peito – inclusive o pobre, ardilosamente incentivado a ostentar -; marcas mundialmente famosas, símbolos de status que remetem às marinas de grandes Resorts e praias paradisíacas frequentadas somente por aqueles que permitem que tudo continue assim funcionando “perfeitamente”; lugares como Hampton, Riviera francesa, Monte Carlo...



*“Socialismo Capitalista”; 
é o mais novo capítulo a ser 
inserido na próxima edição de “Conversa!”.







O rei não está nu; ele jamais esteve vestido – sempre envolvido a comandar tapados.








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