Não temos o
direito a um julgar definitivo a respeito dos grandes acontecimentos da
história por não sabermos a razão de acontecerem ou da inimaginável rede de
tentáculos ou linhas de raciocínio que nele resultaram; do grau de importância
e da necessidade de ocorrerem.
A
existência de algum crítico com propriedade de causa suficiente para
defendê-las é raríssima, ainda assim, em se tratando de homens decentes, podem
eles comportar-se no intuito de representar com dignidade uma voz a mais,
quanto a assuntos singulares que exijam opiniões emblemáticas, pontuando uma
observação pessoal a respeito da marcante ocorrência – em algumas situações até
por solicitação -, mas é preciso ter-se o cuidado em levar a cabo uma
apreciação ainda que se queira acertada. Toda crítica de bom viés não está
livre de alcançar uma gama de indivíduos cujo discernimento não foi trabalhado
em hipótese alguma, portanto: influenciando-os de forma errada. Até porque o
cronista pode não estar de posse da melhor faculdade ao fazê-lo – conforme
acima precisado -, onde o leitor comumente laicizado então não considera com
propriedade a leitura feita por aquele que decide registrar com maior energia
uma ação que o tempo, ou em seu tempo, provavelmente foi necessária;
potencializando e mesmo romanceando ações universais singularíssimas e para
nós, sempre voltadas ao hermetismo.
*
Não é bem
assim – Geralmente, ao defender opiniões, os apreciadores desta, somada a
simpatia nutrida aos autores, - invariavelmente por conta de humores parciais – esquecem-se que este se utilizara de expressões do tipo
“acredito”, “a tendência é”, “nos parece”, “fontes indicam” e tantas outras que
se perdem nas interpretações peremptoriamente nulas e movidas por paixões ou
interesses comuns, transformando uma conclusão aleatória em uma tese indiscutível.
... e
nestes dias de opiniões frívolas que abundam nas redes; esse atirar-se pesa com
ainda maior força sobre o indivíduo polarizador, cuja palavra ganha importância
ou é esperada.
071.p cqe