Canudo plástico – Você pode,
até descobrir que não pode... isto é, até conhecer; tomar ciência.
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Você pode até descobrir que não deve mais assim proceder,
que a evolução obrigatória, finalmente, agora condena o até então permitido,
transformando-o em permissível indecoroso, fora da lei, condenável ou execrável
por conta do amadurecimento social.
Filosofia
do Canudo Plástico - Por dezenas de anos insistimos que o ato de sorver algo
através de um mísero canudo de plástico por um breve período de mais ou menos
quinze minutos levava ao impensado, ao celerado ato seguinte: de dispensá-lo na
natureza para uma sobrevida de até quinhentos anos. Já, para uns poucos, apropriados
de um pensar renovado e finalmente cientes do absurdo da atitude insana
impossível de ser praticada, agora tentam trazer os mais próximos à razão. Houve
uma abertura para a conscientização. Assim é para todos os nossos atos. A partir
do instante em que apreendemos que nossa atitude fere ou vai de encontro à
vida terceira, o grau desta ação é potencializado e rompe uma barreira não
percebida até então. Continuar com as mesmas atitudes após esta retomada de
consciência, parece-nos, residir aí uma espécie real de pecado.
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