Continuando,
completou
“Ninguém aqui está pronto. Relaxe. E se
mantenha incógnito em suas buscas. Pareça-se na maioria do tempo a um elástico
não teso, sujeito a todos os riscos e a todas as falhas humanas, até um pouco
ingênuo, e, observando o respeitar alheio entremeie seu comportar entre o bronco
e troglodita, por que não? Fora da área da responsabilidade a dispersão não
desperta cobiça. Lembre-se sempre de que aquele que anseia o novo em realidade
não difere em nada de ninguém, não se é superior ao outro, jamais, o que o
distingue é o fato de possuir algum resquício de consciência destoante da
ordinária. A partir daí, quando possível, lance mão da prática abnegada e reta.
Concordamos com a asserção de que no mais das vezes, superando inclusive determinadas técnicas eruditas, em sendo, ou
melhor, lançando mão de um expediente aparentemente largado não se desperdiça energia
superior a manter a pose e/ou identificação que o diferencie do lugar comum.
Este estar não exige maiores cuidados ao conservar conscientemente o estado
relaxado, alheio, parecendo absorto. Então quando, e se necessário; mova-se com
suficiência a frações adequadas ao estado retesado; ao princípio da utilidade a
que o elástico destina-se.”
Da série “Distraídos venceremos”
Homenagem a Paulo Leminski
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