sábado, 25 de setembro de 2021

13.LILÁS




 


Em cada pessoa

Teria eu, o desejo de ser eterno

De ser um simples momento nesse tempo devasto entre a humanidade

Momentânea é a eternidade e não existe tempo para se permanecer

Seria eu então, a vibração latente que emana a vida

O sorriso cálido e inocente da criança sofrida

Existiria no porre do bêbado desamparado

Na visão do cego

Na fome do mendigo desprezado

No sentimento do poeta

No interior do seu ego

Com a natureza

Morreria junto a folha morta

Varreria o pó, pois estaria no vento que corre, que corta

Seria eu, no ocaso, o instante

Em que o sol aquece depois que a noite adormece

Em cada forma de vida ou consciência

Seria eu, um pensamento intenso e constante de harmonia e da paz

Pois infinitamente permaneceria em cada um

Eterno

 

Rosângela Stononga

 







(Textos da década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este espaço divididos em posts semanais)


 

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