Em cada
pessoa
Teria eu, o
desejo de ser eterno
De ser um
simples momento nesse tempo devasto entre a humanidade
Momentânea é
a eternidade e não existe tempo para se permanecer
Seria eu
então, a vibração latente que emana a vida
O sorriso cálido e inocente da criança sofrida
Existiria no
porre do bêbado desamparado
Na visão do
cego
Na fome do
mendigo desprezado
No sentimento
do poeta
No interior
do seu ego
Com a
natureza
Morreria
junto a folha morta
Varreria o
pó, pois estaria no vento que corre, que corta
Seria eu, no
ocaso, o instante
Em que o sol
aquece depois que a noite adormece
Em cada forma
de vida ou consciência
Seria eu, um
pensamento intenso e constante de harmonia e da paz
Pois
infinitamente permaneceria em cada um
Eterno
Rosângela Stononga
(Textos da
década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como
um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este
espaço divididos em posts semanais)
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