Ontem tomei conhecimento de uma matéria no Wall Street Journal sobre mais uma não verdade defendida no Facebook a respeito da sua propalada política enérgica contra a disseminação de crimes em sua plataforma.
Os contatos do jornal confirmam denúncias graves como por exemplo, tráfico humano, uso indiscriminado da rede por integrantes de cartéis de drogas e facções, e claro que os CEO’s da até aqui, imbatível mídia social, usarão de toda a retórica armada para o instante que em seguida se reservará às paredes da justiça onde não só o “segredo de justiça” protegerá a todos de “especulações, que atrapalham o andamento do processo” e assim mantendo a sempre intocável “elite impune”, como afirma o WSJ.
Não é fácil chegar ao topo, ainda que tenha sido mais rápido para o Facebook do que para uma Bayer, por exemplo - ainda que saibamos um pouco sobre ela. É evidente que não imaginamos as dificuldades em manter a bandeira tremulando no topo. Concorrência desleal, espiões, tráfico de dados, hackers; governantes ameaçadores e corruptos saindo pelo ladrão, quebra de sigilo, ameaças de crimes e sequestros de toda ordem, ex-funcionários, patentes e privadas etc. etc. etc. Agora, o que muitos deles não sabiam ou não faziam ideia era sobre o preço a pagar para manter-se no topo; e essa é uma questão capciosa que todos preferem não responder e, uma vez lá, é como fazer parte da máfia, não há como sair impune.
O mote do exercício de hoje é: após investir no sonho; quando se dá a virada? Quando uma corporação ainda que mantenha seus princípios grafados em letras douradas nas paredes de suas matrizes a vista de todos é certo que por trás delas a cor deriva para o rubro e o negro. Quando o toque humano ingênuo, empreendedor, que conta os empregados nos dedos e ainda entende seu valor social, passa a ponderar que, os tempos mudaram e então, as milhares de famílias que integram seu quadro social é o suficiente para encobrir, acobertar e portanto, justificar – o lançar mão do toque nocivo sempre à espreita - toda e qualquer vilania, a manter a podridão agregada em seu caixa dois que sangra – agora com a conivência de diretores e CEO’s – sob recursos violados também, na propaganda enganosa mostrada do outro lado da parede junto a sempre em evidência placa da missão, inegociável, do empreendimento?
Nascemos puros, ingênuos, e por mais que somos obrigados a aprender sobre os bons modos é certo que em determinado ponto, se lutarmos com afinco para chegar lá, seremos mais um soldado bem-vindo a Grande Família, o que muito tarde aprendemos e, gostando ou não, é certo que então, uma vez ali, seremos treinados para ser artífices das próximas peças.
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