A boa, no
entanto incômoda senilidade, traz à tona uma dúvida constrangedora; estou
cometendo mais insanidades ou é a idade que começa a mostrar que sempre foi
assim e nunca havia percebido...
As duas
constatações são desoladoras.
034.v cqe
A boa, no
entanto incômoda senilidade, traz à tona uma dúvida constrangedora; estou
cometendo mais insanidades ou é a idade que começa a mostrar que sempre foi
assim e nunca havia percebido...
As duas
constatações são desoladoras.
034.v cqe
Ao
construirmos nosso caminho, obviamente, ações, ocorrências e representações vão
se moldando ao gosto, preferência, necessidade e obrigações do cidadão.
Caso
aconteça, descobrimos tardiamente, somente com o avançado da idade, que algumas
sentenças – muitas, externas – conduziram a vida, ou melhor, foram responsáveis
por uma série de eventos não planejados ou mal oportunizados. Algumas de fácil
correção, outras não, que nossa gaiatice as tornou úteis, precipitadas e até
necessárias; ou não, enquanto muitas direções tiveram seus rumos interrompidos
devido a impossibilidade causada por todo um processo alheio às vontades mais
urgentes.
Sendo,
estatisticamente comprovável, estas ocorrências, motivo à deserção, à
capitulação, continuam levando a maioria de nós a abortar vontades ordinárias
em detrimento a perdas irreparáveis às essenciais, já, preguiçosamente atacadas
em situações favoráveis.
As causas são
as mais diversas; de um sistema pretensamente paternalista que apregoa primar
sempre o grupo, a equipe, a irmandade, enquanto demoramos a perceber que nossa
fração particular conta oito nonos dessa equação; a situações particulares
adversas como: despreparo, patologias, fatalidades a minar toda e qualquer
vontade não totalmente fundamentada.
As reações
por sua vez, são as mais diversas, ainda que muitas delas não são percebidas e
somente no terceiro quarto da vida, isso quando acontece, o indivíduo, agora,
tarde demais, imagina que muito daquilo poderia ter sido corrigido.
Diferente das
pessoas; os sistemas, as corporações, governos e impérios existem por décadas
suplantando o indivíduo; e aqui, a superioridade é incomparável, portanto, em
se tratando, inevitavelmente, de colegiados - quando nosso personagem no mais
das vezes precisa decidir-se por si só; cabe sondar os porquês da não correção
de rota, das emendas equivocadas, paliativas e tardiamente assumidas, digo,
insinuadas?
O processo
todo, e isso é aceitável, não cresceu em paralelo, nem de longe foram pareados
ou efetivou-se uma vontade unânime antes de incontáveis colapsos. Todos estes
apontados, foram conduzidos a reboque do que entendemos como progresso.
Em alguns países em maior ou menor grau as corporações, organizações e governos, ou seja, entidades de poder, preferiram os atalhos, ao ponto da exaustão, até se tornarem a única saída. Sem tender a generalização, as situações/decisões homologadas; parece inegável que os indivíduos não puderam se beneficiar desses atalhos. E por sua vez, à maioria de nós, sobraram tentativas – e em algumas ocasiões até conseguimos criar ou nos beneficiar de algum ponto cego e rebarbas, uma vez obrigados e inseridos no curso das omissões homéricas dos comandantes do planeta.
Negligência,
poder e injustiça - Insano, ou melhor, ainda mais insano é que, ao flagrarem o
indivíduo comum tentando uma oportunidade na malandragem pura, por ser inepto,
desespero, ou por obrigação, então este será execrado – demagogos hipócritas
sentenciam “cortem a cabeça dele”. Diferentemente dos membros exclusivos,
partícipes dos grupos que dificultam nosso existir que, diante de abusos habituais,
ao serem pegos, no mais das vezes, dada a recorrência, novamente se aconchavam
protegendo o comparsa desatento. A seguir ao desembaraço dos liames do
imbróglio, no máximo passam uma carraspana no relapso, e publicam notas
explicando o que se entendeu como um “desvio único e momentâneo e que uma
sindicância já foi instaurada”, após acobertado por leis e padrões em modus
operandi próprios.
Esta semana
pensei na justiça. Nas administrações que se sucedem pleito a pleito. Julgando
o que pretendemos como Estado Democrático, a justiça é a que menos interessa –
ao difícil acesso e ao medo que impões a nós, homens invisíveis – ao indivíduo
comum quando é ela tão mais responsável às mazelas dos países quanto a educação
péssima a que o público que tem no voto sua ação mais importante frente a todo
o gigantismo do estado.
W.A.S.P White Anglo-Saxon Protestant |
Não é mais
possível, por exemplo, que um sujeito desmate – mesmo uma árvore sequer da Mata
Atlântica -, incendeie ou provoque incêndios, cace, maltrate animais, estupre,
roube centenas de milhares de pessoas, assalte bancos com reféns, ande com
metralhadora a luz do dia, atropele e mate ou pratique crimes covardes, entre
nos computadores de incautos ou engane velhos aposentados e não seja
classificado para crimes inafiançáveis; hediondos; ou seja confinado
definitivamente.
De alguma
forma podemos afirmar que os tempos evoluíram enquanto nossa justiça está nas
mãos de alguns poucos sob leis que há muito deveriam estar prescritas,
inexistem ou reformuladas sabe-se lá sob que augúrios, e ainda que a sordidez
de toda espécie de bandidos se apoie nesse atalho para continuar
licenciosamente impunes, é certo que juízes, advogados e promotores, em algum
grau: são coniventes com toda essa permissividade.
031.v cqe
Aumentar a expectativa de vida para 100 ou 150 anos; de que adianta isso se o colapso é inevitável? À beira do abismo, protelar a morte atrelando a vida a cipós instáveis, demonstra apenas que mais uma lição de casa com relação a fuga do homem de si mesmo foi bem executada.
O homem já
provou que pode, que pode muito aliás, porém pouco aprendeu sobre sua
impotência diante do autoconhecimento.
Buscamos o
Super-Homem enquanto nos distanciamos ainda mais do übermensh.
030.v cqe
Se os governantes têm interesse é
evidente que é bom para eles; certamente irão levar vantagem. Se a medida é
aprovada provavelmente serão eles a provisionar a maior parte.
*
Esperto mané
“Será que a necessidade de tanta
malandragem não levará a todos a assumir o papel de manés? ”
João Evangelista Tude de Melo Neto
https://www.youtube.com/watch?v=lygWo-TCU4g
029.v cqe
Do despertar das vontades - Em uma luta corporal de vida e morte contra as corredeiras o que se busca é um remanso para que as forças terceiras, da natureza das águas, se equilibrem com a própria; assim como na vida que nada mais é do que uma luta constante contra ações de toda ordem a contrariar oportunidades. Em alguns momentos é certo que encontramos alguns remansos a nos dar uma trégua, porém esses devem servir, como no mar, apenas para uma breve pausa. E como – ou quando - reagir se o acômodo nos parece suficiente a partir da narrativa de confinados, a priori, impotentes, em uma ilha que parece suportável?
028.v cqe
Por conta dos empíricos radicais nossa sociedade apresenta aberrações de membros terceiros como os terraplanistas – e aqui temos apenas um exemplo. Se julgarmos todos aqueles que não aceitam a existência de um processo metafísico suportando o por eles tão valorizado físico, tanto é certo afirmar que temos um passado universalmente maior do que um futuro bem como todos os indivíduos classificados contra essa regra tem um que importante de terraplanistas. Portanto, diferentemente de alguns pensadores, não quero desvelar o futuro, quero me aproveitar do passado.
Horizonte
ufano - Muito se fala no futuro. Enquanto à maioria de nós vislumbrar essa
quimera que pouco resolve, e na prática nada há realmente que mereça nossa
atenção e ainda menos imaginá-lo enquanto há muito a ser ainda explorado do que
foi construído para remendar otimizando alguns poucos anos que nos resta.
Ao
necessitado, empolgar-se com o futuro é o mesmo que se gabar para os colegas de
trabalho que seu vizinho comprou um carro novo, ou viajou para Miami, quando
todos sabem de suas farpas mesquinhas entremeados na miserabilidade cotidiana.
027.v cqe
Do lucro
maior quando morto - O meio ambiente será salvo assim que o poder econômico
enxergar que seu preço como riqueza natural viva já ultrapassa em lucro o
estado de morto.
026.v cqe