sábado, 26 de fevereiro de 2022

Da ambiguidade das paixões

 









De forma genérica a paixão é um sentimento inexoravelmente peculiar. Mas esta é a definição primeira, simplista, encontrada na Internet:  “Paixão é um sentimento humano intenso e profundo, marcado pelo grande interesse e atração da pessoa apaixonada por algo ou alguém. A paixão é capaz de alterar aspectos do comportamento e pensamento da pessoa, que passa a demonstrar um excesso de admiração por aquilo que lhe causa paixão.” No entanto isto aqui é extremamente superficial, didático, frio, e o que se tem pra hoje: visível e compreensível a maioria.













Na leitura da semana me deparei com os diversos tipos de paixões e uma mereceu observação. Poderia ser a que sinto por minha esposa, mas essa está posta, é intocável. É e ponto. Durante o texto, questionei-me sobre a razoabilidade da minha dedicação a este espaço, onde tento ser o mais verdadeiro possível, e o que é muito difícil fora daqui por conta dos dribles do dia-a-dia; dos “desdobres”. Ao finalizar a leitura dúvidas persistiam, não por insegurança, e sim por correção, por autocorreção; uma espécie de exame de consciência obrigatória a todo aquele que se entende são.













Fui obrigado a isso porque a alusão levou a um ponto nevrálgico comum a todo apaixonado: ele tem razão ou mantém-se razoável a partir de sua vontade inquestionável a algo que o diferencia dos demais? Ser diferente é um perigo ao desavisado. Podemos ter a pretensão idiota de querer ser diferente, único, singular; no entanto isso pode estar acontecendo apenas por fruto de paixões mal analisadas e ainda pior, esse sentimento pode vencer a razão e manter-nos iludidos em algo que somente nós entendemos acontecer.











Isso é um problema? Não necessariamente; mas, se ainda não é, pode vir a ser – o que não é de todo ruim.








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