De forma
genérica a paixão é um sentimento inexoravelmente peculiar. Mas esta é a
definição primeira, simplista, encontrada na Internet:
“Paixão é um sentimento humano intenso e
profundo, marcado pelo grande interesse e atração da pessoa apaixonada por algo
ou alguém. A paixão é capaz de alterar aspectos do comportamento e pensamento
da pessoa, que passa a demonstrar um excesso de admiração por aquilo que lhe
causa paixão.” No entanto isto aqui é extremamente superficial, didático, frio,
e o que se tem pra hoje: visível e compreensível a maioria.
Na leitura da
semana me deparei com os diversos tipos de paixões e uma mereceu observação.
Poderia ser a que sinto por minha esposa, mas essa está posta, é intocável. É e
ponto. Durante o texto, questionei-me sobre a razoabilidade da minha dedicação
a este espaço, onde tento ser o mais verdadeiro possível, e o que é muito
difícil fora daqui por conta dos dribles do dia-a-dia; dos “desdobres”. Ao
finalizar a leitura dúvidas persistiam, não por insegurança, e sim por
correção, por autocorreção; uma espécie de exame de consciência obrigatória a
todo aquele que se entende são.
Fui obrigado
a isso porque a alusão levou a um ponto nevrálgico comum a todo apaixonado: ele
tem razão ou mantém-se razoável a partir de sua vontade inquestionável a algo
que o diferencia dos demais? Ser diferente é um perigo ao desavisado. Podemos
ter a pretensão idiota de querer ser diferente, único, singular; no entanto
isso pode estar acontecendo apenas por fruto de paixões mal analisadas e ainda
pior, esse sentimento pode vencer a razão e manter-nos iludidos em algo que
somente nós entendemos acontecer.
Isso é um
problema? Não necessariamente; mas, se ainda não é, pode vir a ser – o que não
é de todo ruim.
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