Há uma
manifestação cética, impensada, precipitada, ou fruto de teima que sempre
despertou minha atenção. Ocorre nas mais variadas classes ou sociedades,
levantadas por indivíduos que invariavelmente desconsideram correntes célebres
ao questionar sobre a sorte e ao mesmo tempo a impossibilidade de um mundo
perfeito voltado a fluidez da vida, e sob os auspícios da amargura da alma:
questionar – caso possível algo do gênero - a graça de aí existir! Portanto, a
paz, todo o bem pensado, não deveria ser uma via buscada com honestidade? Não é
um contrassenso anacrônico questioná-la? Não deveria essa assertiva se entender
lógica uma vez que podemos avalizá-la observando a consistente analogia de que
todos aqui buscamos paz ou almejamos o domínio de uma prática existencial congruente?
Porém o fato de não existir verdadeiramente essa luta – por falta de tempo,
entende-la vã ou utópica entre tantas razões -, ela se mantém acomodada dentro
do ser humano; tornou-se análoga, intrínseca; uma ânsia, nossa, ainda que
velada, intocável, tornada impossível. Daí, não é fácil vencer a ilusão de que
a paz não é possível em detrimento ao dogma utópico da ideia de sua
materialidade. Este apontamento é uma homenagem a tantos que agiram pensando em
tornar a todos: seres que tentassem, em suas buscas, avivar a realidade maravilhosa
de, ao obtê-la, acordar para o resultado de sua graça no sentido do não
incômodo ao despertar nesse que nunca observou a miríade de contemplar o
significado de como seu ceticismo e tudo mais, poderiam ser transformados.
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