A primeira lição dos pais aos filhos por todas as gerações, e isso precisaria ser conscientizado com a importância devida, deveria ser sobre o Amor à Vida. Sob prognósticos criteriosos e automáticos, cabe à pais responsáveis, chancelados da retidão incumbida ao cargo: revelar valores, realidades e o comprometimento que permeará a vida do filho.
O, porquê
nascemos, em muitos aspectos, perde em importância, quando resgatadas as
maravilhas de estarmos vivos, isto é, uma vez observado sobre o aspecto de que,
o estar vivo, se deve, automaticamente: a importância do nascimento.
Invariavelmente, o nascimento é uma festa, no entanto, nunca nos perguntamos
porque ela, a satisfação, regularmente perde o encanto?
Esqueçamos as doutrinas com seus dogmas, as seitas ou religiões, é uma questão de prática, de entendimento. Apenas coloquei minha impressão vivida na juventude porque me veio à mente, é só um apêndice, uma história registrada. Os pais incentivarem os filhos a valorizar a vida não é uma questão dogmática, é uma questão pragmática.
No entanto é preciso reforçar; como esse tema é simpático apenas a uma minoria, infelizmente, por conta de homens esquecidos e vaidosos ao tratar o espiritismo como uma seita ou mesmo religião, embora penso que crer em nosso espírito seja uma das formas mais corretas de fazer a conexão com a Energia da Vida, vou tentar desenvolver uma síntese próximo ao senso comum; ao senso aceitável.
Nascemos e
morremos, então é exato concluir que ambos são importantes, porém não nos
importamos, assim que crescemos, com o nascimento, mas criamos uma preocupação
com o final da vida - o fim último, a morte; posso enfrenta-la como um bem ou
um mal; que sei eu sobre ela? Então se nada sei, seria mais inteligente
enfrenta-la como algo bom, construir meu momento vida imaginando que ela é a
continuidade da vida. Como então igualar as três importâncias, nascer, viver,
morrer?
A primeira
lição fica com os pais: criar nos filhos a importância de ter nascido e,
independente dos caminhos, sobre a máxima do “tudo passa”, salientar que,
enquanto tudo se dá de maneiras singular ou plural, é preciso se atentar para
alguns pontos que tornarão essa passagem, aos desavisados, exata o suficiente
para entender que nem todos aprenderão essa lição.
Devemos assimilar
que nem sempre entenderemos o porquê de nascermos, ou melhor, de como nascemos.
Viver é extraordinário, no entanto é preciso abandonar a autocomiseração, a
vitimização, e isso somente é possível se a primeira lição, sobre o quanto maravilhoso
é estar vivo, for assimilada. E não pode ser uma opção absorvida, embalada, no
princípio da religiosidade, qualquer que seja: sunita, radical, automatizada; a
decisão precisa ser conscientizada.
Independentemente de todos os percalços, se está vivo. Nosso sofrimento, na maioria das vezes é originado da comparação natural, ou pior, vaidosa; quando o mais importante é estar vivo. Simples assim.
Me foi
enviado esta semana (coincidentemente?) enquanto trabalhava nesse texto a
famosa citação atribuída a Alan Watts: “O sentido da vida é estar vivo. É tão
claro, tão óbvio e tão simples. Mesmo assim, todo mundo não para de correr em
pânico, como se fosse necessário conseguir alguma coisa além de si próprio”.
Mais providencial, impossível.
A segunda lição dos pais a ser aplicada é sobre pensar antes de agir e calar antes de falar. A segunda não é um exercício fácil, sou testemunha disso. O pensar antes de agir, afora o ímpeto de salvar a vida e ter nascido com esse dom, pode ser assimilado com atenção e muita prática quando não trabalhado precocemente.
Ainda que
particularmente entenda que alguns de nós nasceram próximos a algumas zonas de
conforto e a maioria que não tiveram a mesma “sorte” concordem que eles vivem
melhor; não sou partidário dessa opinião, porém, falar aos primeiros é mais
difícil, afinal eles “estão bem” – quando se está confortável o indivíduo se
torna refratário a riscos que possam tirá-lo desse ambiente.
Portanto
minhas referências são direcionadas em particular ao grupo maior, àqueles que
não se sentem bem, que não aprenderam que o mais importante é estar vivo.
Manter a alegria do ato de nascer e pensar antes de agir, não são mantras de
prática fácil. Os pais podem dar um impulso, porém o mundo tem se comportando
como uma prova de fogo no quesito confiança e fidelidade.
Existem, é claro, três formas de ação: a curto, médio e longo prazo. A curto prazo – a introdução -, é preciso estar desarmado, aceitar com obediência quase tudo o que lhe é oferecido ou exigido, é preciso entrar no jogo, submissão é a palavra, não há outra saída, porém o faremos apenas momentaneamente, há um projeto a médio prazo sendo planejado e estou vivo e, a qualquer momento o jogo pode virar. Um adendo ao “jogo”. Essa expressão tem se tornado feia, mas é você quem está no comando com seus pensamentos úteis ou desalinhados com as regras do bem viver; é importante não esquecer que seus projetos de longo prazo cobrarão suas investidas do curto ou médio.
Paciência é a
palavra-chave. Não subestime seu existir. Não morra e não provoque sua morte.
Não se arrisque por besteira ou por confiar sem conhecer. Escrituras honestas
e, portanto, corretas, quando bem observadas, aludem à Ode a Vida. Não seria
imprudente manter por toda uma geração a infeliz decisão de que elas sabem
menos do que nós?
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