Os casamentos "arranjados" são um produto do
meio em questão. No livro "A Cilada da Meritocracia", leio que as
elites ou aglomerados dinásticos afins, insistem em casamentos entre os seus, prática
que recebeu dos economistas - o que pode se entender como epíteto pejorativo – de
“Acasalamento preferencial”.
Aos
homens podemos afirmar, a julgar sob a perspectiva de uma sociedade
extremamente machista que, caso se trate de um pernicioso, libertino, a
devassidão a perdurar fora do casamento não é um problema.
Quanto
a mulher, alguns exemplos da sua condição podem ser enumerados; ou ela descobre
tarde demais a roubada em que se meteu; sabe e finge, por uma série de fatores,
ou por desconhecer as regras entende a normalidade da ocorrência, uma vez que
foi educada/preparada para a perpetuação do meio claustrofóbico. Porém se for
dada ao amor, terá uma vida de sofrimentos. O que não encaixa nesta secular matemática
canhestra, nessa dinâmica, é a consequência resultante; o filho - produto este,
na sua maioria absoluta, gerado fora do amor.
Se
é um casamento por conveniência, o filho será um mero produto da vontade da associação,
que, obviamente, não prima o amor; o que restará deste clã assim que se derem
as gerações; ao restarem apenas os produtos ordenados agora no comando. Qual é
a essência resultante de todos estes eventos?
*
“Esses padrões atendem bem à lógica interna econômica e, principalmente, dinástica da meritocracia. Quando a família se transforma em local de produção econômica – construindo o capital humano da próxima geração – aumenta a pressão para e escolha de parceiros e a estruturação de casamentos que otimizam a produção. As elites usam a riqueza e o status para sustentar um modo de vida conservador e controlado e, assim, preservar sua casta. Os casamentos da elite garantem que a herança meritocrática que virão a construir a partir do nascimento dos filhos não seja dissipada, mas, sim, gere retorno excepcionais.”
"A Cilada da Meritocracia" p162
De Daniel Markovits - Ed. Intrínseca
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