Um passo extra.
O que nos impede?
Nós
mesmos.
Se
tenho luz e escuridão, amor e ódio, animosidade e harmonia e ainda que meu
ceticismo a tudo torça o nariz, com um mínimo de consciência, meu querer deve
se voltar aos juízos, que a razoabilidade das tradições nomeia como bom
alvitre.
E
não viemos seguindo as culturas, as tradições e vontades alheias tidas como
aceitáveis ao longo das eras?
Sim,
viemos. No entanto é correto afirmar que sob o viés da boa convivência, do
equilíbrio social: um véu nem sempre perceptível se interpõe entre o homem
comum e as organizações autorizadas a primar por regulamentos que mantêm mínima
ordem; mas este desenvolvimento, durante todo o período, veio – por razões
conhecidas ou não - apenas parcialmente cumprindo seu papel.
Cabe,
porém, ainda um passo extra, a todo aquele que segue sob as observações da
cartilha do bem-estar social. Este, precisa soerguer minimamente a cabeça
buscando entender que há uma terceira opção. E isto consiste em não virar as
costas para o cumprimento da corrente social, às culturas e tradições, e muito
menos apoiar mínima ou tresloucadamente algumas manifestações radicais, e sim,
introspectivamente: procurar literaturas sãs que o concatene com pensamentos
superiores.
Este terceiro caminho seria o Caminho do Meio.
Costumamos
afirmar que o Caminho do Meio é o último, pois nossa verve é dinâmica e
normalmente optamos, ao longo de nossa jornada existencial - baseados em um
ponto da eternidade -, ás escolhas voltadas ora para o bem, ora para ações de
descaminhos, até entendermos que existe um viés de pureza, entre os dois, que
até então havíamos negado.
Nossas
vontades são aplacadas, estancadas, impedidas, sob a força de um universo
poderosíssimo quando nossas investidas jogam contra o sistema natural. E por
que não está dando certo? Porque o que nos foi ordenado como sistema natural
não é exatamente uma verdade e o jogar contra é tão somente desperdício de
energia, mais privações e o despertar de humores, muitas vezes, incontroláveis.
E
como sair dessa? Digo apenas que a revolta não é uma opção, ao contrário; ela
torna tudo muito mais difícil.
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