sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Drops of truth





"O progresso é a injustiça que cada geração comete relativamente à que a antecedeu."

Emil Cioran


*

Garimpando verdades

Seria a inteligência do pensar, exercícios exaustivos, ou o sofrimento pessoal que clareia a mente daquele que pensa verdades!?!


free tibet

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Terra; esse manancial de castigos


A paradoxal ambigüidade existente entre as minhas:
monotonia e curiosidade     

Dá série
Criando novos castigos

Sobrevivo coexistindo duplamente castigado, por, através de escolhas próprias, honrosamente, transformar o que deveria, ou ao menos tendo tudo para ser, atos de genialidade em esboços de quase castigo, que só não o é por ser de quem são ou por se tratar de quem é. Dois universos distintos unem o ser singular neste plano, paradoxais, sim. Assim o são devido às nuances, logicamente próprias, que unicamente neste estado é possível se obter prazer: a paz que somente a monotonia como opção de escolha proporciona, onde apenas aquele que o conhecimento detém a vive, e a curiosidade, moto-condutor do gênio que completo, jamais aqui, assim se entende, pois mesmo parecendo que em determinado ponto a busca neste vale limitado é inútil, o faz tão somente e mais como uma recreação, parecendo negligenciar a máxima da inércia que dentro da mecânica perfeita dita, que mesmo estáticas, massas essenciais ao conjunto desempenham papel de fundamental importância a esse todo-conjunto, ou seja, que mesmo toda a atividade perfeitamente necessária carrega em seu “arquétipo” também a necessidade comum aos elementos incomuns que é o descanso.

Somente aqui isto é possível.

Qual é a ação mais valiosa e tarefa tão mais difícil; admitir saber que seu prazer foi limitado por suas próprias alternativas mal escolhidas – assumindo-se autor destas - ou entender que este simples fato o difere de todos os demais que indubitavelmente agiram consciente ou inconscientemente lançando seixos de interferência, numa demonstração não outra daquelas ações que aglutinam saberes equivocados partindo do princípio incondicional, porém de pouca valia entre o vulgar, que, o fator tempo inexiste para aquele que pensa o plano maior e o sofrer nada significa ou, ao menos, não mais que um lapso de nada dentro de um Todo indizível, sabedor que é de que isso tudo pouco se aplica a estes tantos contrários também em pensar!?!

Sofremos então, mais um que outro, por amarmos a curiosidade quando o monótono de unissonância melódica é o estado a ser alcançado, mas tendo este, sofremos também, por saber que aqui jamais vivemos o primeiro e conjuntamente pecamos por saber também, que isto não tem importância alguma, e mesmo que em situações raras isto aconteça, valemo-nos apelativamente num ato de covardia assistida o fato de aqui vivermos, talvez, lançando mão da covardia comum àqueles que sobrevivem prazerosamente, tirando partido apenas das distrações escusas do estado terreno.

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Entendimentos nada práticos . . .



. . . para momentos que o pretende ser.



Novo, o homem vive em um mundo novo,

de descobertas diárias e abundantes;

não nascido com o cerne da curiosidade,

logo encontra algo que o entretém e o estabilize

em seu querer fácil, 

se,

por outro lado,

continua neste caminho de buscas,

acaba por entender que isso foi...

justamente por entender

agora

que não raro desacredita seriamente

depois de tantas portas tentadas

da seriedade do aqui agora...


... ainda assim, persiste.


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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Circunstâncias




No thriller “Monster - Desejo Assassino”; chamou-me a atenção a palavra “circunstância”, a forma como ela foi usada.

Por um instante saí do filme, ou seja, desviei minha atenção e pensei sobre ela, devido ao seu estado “negritado” como foi exposta. O diretor ou sei lá quem resolveu dar um pouco de volume a ela, aquele volume sutil que só os bons profissionais conseguem.

Ao refletir sobre ela casei com o meu pensar já há muito defendido, onde entendo como um ato de bastante, extrema sabedoria parar e tentar entender o porquê, quais circunstâncias o colocaram onde se está naquele momento oportuno, antes de emitir qualquer opinião de contrariedade com relação ao estado constituído, por mais desafortunado que ele possa parecer.

Infelizmente este não é o caso no filme, onde em um momento bastante caótico,  o momento em questão, propriamente dito  na eminência de o personagem ser pego, na verdade é ela, ouve seu amigo, um veterano de guerra discorrer sobre as circunstâncias. Este amontoado de situações; um verdadeiro arcabouço de ações, que nos leva a cometer outros atos nem sempre dignos de serem expostos e que, segundo o relato do ex-soldado, o conduziu, ou o reduziu a um ser degradante que vive em torno de um balcão de bar a beira da estada. Uma clara demonstração de tentar acusá-las (as circunstâncias) de serem as verdadeiras culpadas por um ou outro ato execrável que a vida nos obriga a cometer para que possamos nos safar e continuar vivendo dentro dos padrões tidos como socialmente aceitáveis.

Com relação a isto é bastante normal que todos nós nos entendamos como não totalmente culpados quando virmos a ser condenados por tais atos, tentando por a culpa nas circunstâncias que cercaram nossos caminhos nos levando a fazer tais escolhas, o que na maioria das vezes não é verdade, porque sempre,  se observarmos atentamente  tivemos a chance de negar o caminho que nos foi apresentado, fato é que devido a nossa covardia, ao nosso medo, vislumbramos — “equivocadamente”  com antecedência as acusações que sofreríamos caso optássemos por uma postura corajosa. Se escolhêssemos de forma honrosa uma alternativa que exigisse um caráter além das forças aparentes, assim, é mais fácil contrariarmos procurando um atalho imaginando que jamais seremos pego.

A bem da verdade, tudo ao final acaba dando certo e por um motivo ou outro saímos de mais uma “sinuca de bico”, e, é exatamente aí, devido a um conjunto de coisas, a também essa conivência pacífica (passiva), a esse protelar relaxado, afinal todo mundo é igual, todo mundo erra, ou coisa que o valha, que o fator “circunstância” acaba por pagar o pato e recebendo a culpa.

Uma última situação observada a ser anotada. Em algum ponto do caminho deveremos rever todas as ações vividas até então,  “isto é condição sine qua non para uma passagem de nível” diria o Mestre  e uma vez mais as benditas circunstâncias estarão presente e poderão novamente ser levadas em consideração, e é claro, poderá o infeliz neófito valer-se delas outra vez,  este é um ciclo interminável que apenas aquele que escolhe poderá nele por fim  porém é certo que cedo ou tarde um rearranjo deverá ter início, e por mais que o alinhamento do universo sobre si tenha, assim como o seu entorno, “relaxado”, ele não descansa, e mais uma vez o camarada estará diante de uma condição única, embora seja a primeira vez que esteja consciente, quem sabe, e aí então dá-se o mais importante; depende dele e exclusivamente dele, quais as vontades, quais peças ainda precisam ser alinhadas ou até desalinhadas para que desta circunstância resulte um momento real de evolução no seu existir.

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Solidão; ainda não é o bastante


Por mais que a solidão queira não é possível que a deixemos em paz




Alguém já disse.
“O homem solitário ou é um monstro ou é um Deus”




O fato de a solidão ser abominada pelo ser vulgar é justamente porque apenas o ser singular foi capaz de desvendar seus insondáveis; maravilhosos, e mais ocultos mistérios.

-0-


O homem ainda desencontrado caminha contente


Satisfeito


Procura contaminar a todos com a pretensa conversa de que é feliz


Imagina-se convencendo os seus de juntarem-se a ele


Iludido em seu caminho não caminho


Trilhando uma via totalmente oposta



Aquele encontrado contraria o dito



Este vive o caminho



Caminha sério e cabisbaixo



Sempre taciturno



Parecendo egoísta dá sinal algum quando passa



Mesmo ao encontrar alguém do grupo acima



De modo algum o contraria



Desperdiçando convites para a reclusão



Afinal quem entenderia que vive ele uma plenitude



O absoluto que não pode ser exposto



O pleno que não pode ser distribuído



Silêncio



Nada expressa o Nada



Como se diz o que não pode ser dito



Que encontrou o caminho inacessível



Não, não por egoísmo



Isto se dá



Porque simplesmente não adianta



Estamos a falar do impossível



Da impossibilidade



Como tentar convencer alguém de que se encontrou



Isto simplesmente não é possível



E você não se encontra



O encontrar-se dá assim de um nada



De repente



E daí vem sua impossibilidade



Como!?!



E ao contrário...,



É preciso entender antes...



Acreditar



Que acreditar-se alegre e pronto



Também é nada



Outro nada



E este nada



Significa estar muito distante deste encontro.


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sábado, 10 de dezembro de 2011

Aportemos, pois

“Neste momento, pensando na juventude, exclamo: Terra! Terra! É suficiente, e mais que suficiente, para pesquisas apaixonadas, viagens de aventura por mares sombrios e estrangeiros! Enfim a costa aparece. Qualquer que seja essa costa, é lá que se deve desembarcar e o pior porto ao acaso é preferível ao retorno ao infinito cético e sem esperança. Fiquemos sempre em terra firme; mais tarde encontraremos portos hospitaleiros e, para aqueles que chegarem, facilitaremos a abordagem.”

Texto de Nietzsche:
Da Utilidade e do Inconveniente da história para a Vida, p.115
Da coleção Grandes Obras do Pensamento Universal – 88 - Editora Escala

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domingo, 4 de dezembro de 2011

Animais em extinção

Como se não bastassem as ameaças naturais;
somos campeões em endurecer ainda mais
nossa estada neste vale de lagrimas.

A despeito de todas as atrocidades assistidas até aqui, cometidas da humanidade contra a própria humanidade, com certeza de pouco serviram para amenizar realmente que ações parecidas continuem recorrentes, atrapalhando ainda mais a corrida desta mesma humanidade para uma evolução que parece enterrada bem fundo em algum lugar inacessível a qualquer um que mesmo empenhado a descubra.

É inegável que a todo instante temos ou somos surpreendidos com notícias de descobertas revolucionárias de suma importância que não servem apenas para dar mais sobrevida a todo e qualquer indivíduo, porém muito pouco do que escassos gênios, sumidades verdadeiras, - dando mostras de que neste deserto árido podemos sim, vislumbrar acontecimentos dignos dos mais nobres créditos que se possa conferir a uma alma ativa e vigilante - presenteie-nos com os resultados de esforços que mais parece iluminação, ou que, mesmo estando entre nós, parecem ser possuidores de senhas de acesso a um mundo inimaginável, provando que sim, é possível que todos nós, quando voltados para o bem e dotados de noções de responsividade conseguimos atingir graus, níveis jamais alcançados por nossos iguais vivos, mas, nem mesmo isso é suficiente. No mais das vezes, como prova a história, estes exemplos de pouco valem para a grande maioria de beneficiados além de se fartarem ainda mais em diversões e comodismos propiciados por tais descobertas que não raro são para esse fim adaptadas ou com o tempo, que a partir de então têm poupado, relaxam ainda mais, tornando muitas vezes, verdadeiros milagres em algo pouco mais que ações piegas ou mesmo supérfluas de pouca valia no que diz respeito ao seu significado.

Há mais de cem mil anos o homem vem auto extinguindo-se, barbaramente, covardemente, estupidamente. Na televisão assistimos a programas que aludem ao homo sapiens; “a conquista definitiva...”, ou coisa parecida. De forma enganosa engolimos, aceitamos e nos vangloriamos disto. Festejamos esquecendo-se do nosso passado. Logo nós que tanto damos importância a história e aos museus, porém qualquer antropólogo ou sociólogo pode acenar com um sem número de barbaridades que de forma alguma deveria fazer com que o homem sentisse todo este orgulho que aludem; que nos vendem aqueles que detêm o poder de fazê-lo.

“Não temos culpa disso”, dizem alguns; estes não têm idéia alguma de o que é existir, de o porquê nascemos.

Se somos tidos como inteligentes com certeza a inteligência deve ser medida em graus, e estes níveis, em seus picos, nos parece ser inalcançável, e jamais deverão ser estudados a fundo – na verdade não há interesse, e se houver, provavelmente não serão divulgados - afinal se continuamos conjugando o verbo extinguir, se continuamos ouvindo que existem espécies, em tempos onde todos se entendem como atuais por estarem defendendo a continuidade da vida, devemos também entender que a nossa inteligência engatinha ainda em um nível bastante baixo se avaliarmos o número de animais ameaçados de extinção na Terra, para ficar apenas em um exemplo.

Ao contrário do que possa parecer a um ser carregado de recalque que provavelmente entenda de maneira errada esta série de sinais aqui amontoados, acredito neste plano; acredito na necessidade de aqui estarmos como a mais pura e cara experiência de continuidade à nossa existência, e também, como um patamar, um degrau ou um obstáculo importantíssimo para a nossa caminhada eterna, e é apenas por isso que continuo batendo na tecla há tanto surrada do acordar.

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Ditos contraditos



Certa vez ouvi alguém falar para alguém que acabara de conhecer:
“Nós podemos conversar, porém não quero ser amigo de ninguém”,
assim na lata como se fosse a coisa mais normal a ser dita.

Em outra situação uma frase bastante interessante chamou minha atenção:
“Muitos me admiram pelo fato de que não busco a admiração de ninguém”.

Isto me lembrou o grande Renato Russo que repetiu tanto em sua música:
“Tenho medo de ter medo de ter medo”.

Estes são verdadeiros exemplos da diversidade do pensamento humano.

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sábado, 26 de novembro de 2011

Capítulo alheio



. . . dessas amenidades esporádicas que nos dão tanto prazer

-0-

O sábio argumenta,


O ignorante briga,


O sábio convive,


O ignorante segrega.


A ignorância ataca enquanto a sabedoria tolera.


Quem é sábio semeia harmonia, quem vive na ignorância alimenta o ódio.


A ignorância ataca por deduzir que está sendo atacada.


A sabedoria silencia, pondera, pacifica.


O ignorante está sempre cego de razão.


O sábio mesmo estando certo, questiona-se, avalia-se e busca com toda a humildade o seu aperfeiçoamento.


A ignorância se envolve na arrogância, no preconceito, no servilismo, e na ganância enquantoa sabedoria lapida-se no amor ao próximo, na compaixão e no respeito.


Não é uma questão de crença, ideologia ou religião...


...o respeito ao próximo é obrigação, um dever de todo o ser humano.


O ignorante sofre...


e o sábio é livre.




(Contribuição da Minha Eterna Bem Amada)


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A ordem é: Não; à leitura


Até quando estes textos serão ainda atuais !?!

O Texto a seguir é de autoria de J.R. Guzzo


Poucos Amigos

"Prega-se, ao longo da trama, todo tipo de causa,
da defesa das geleiras à política de cotas raciais,
da preservação dos mangues
à condenação da gordura trans."


Numa dessas anotações que certamente contribuíram para lhe dar a reputação de grande fotógrafo da existência humana em sua época. Stendhal observou que a Igreja Católica aprendeu bem depressa que o seu pior inimigo eram os livros.

Não os reis, as guerras religiosas ou a competição com outras religiões; isso tudo podia atrapalhar, claro, mas ao final, o que realmente criava problemas sérios eram os livros.

Neles as pessoas ficavam sabendo de coisas que não sabiam, porque os padres não lhes contavam, e descobriam que podiam pensar por conta própria, em vez de aceitar que os padres pensassem por elas.

Abria-se para os indivíduos, nesse mesmo movimento, a possibilidade de discordar: Para quem manda, não pode haver coisa pior – como ficou comprovado no caso da Igreja, que foi perdendo sua força material sobre países e povos, e no caso de todas as ditaduras, de ontem, de hoje e de amanhã.

Stendhal estava falando, na sua França de 200 anos atrás, de algo que viria a evoluir, crescer e acabar recebendo o nome de “opinião pública”.
Os livros, ou, mais exatamente, a possibilidade de reproduzir de forma ilimitada palavras e idéias, foram a sua pedra fundamental.

A leitura de livros, ou de qualquer coisa escrita, não parece estar num bom momento no Brasil de hoje, a opinião pública também não.

Vive-se uma época em que a cada três meses é anunciada alguma “revolução” nisso ou naquilo, depois da qual o mundo nunca mais será o mesmo de antes.

Quando tais portentos envolvem áreas ligadas à comunicação, sempre se insiste de um jeito ou de outro, em prever que a leitura está a caminho de se transformar num hábito do passado.

Cada vez mais, no dia a dia, sua valorização (da leitura) é posta de lado, ou relativizada, como se diz. É comum, por exemplo, ouvir declarações lamentando que árvores sejam cortadas para produzir papel destinado à impressão.

A única forma aceitável de leitura, para muita gente boa, deveria ser a tela de algum artefato digital. Empresas de grande renome não consideram uma virtude, no julgamento de seus executivos, o gosto pela leitura, a não ser que se trate de publicações profissionais.

Não passa pela cabeça de nenhum recrutador perguntar a um candidato a emprego o que ele está lendo, por mais alto e bem pago que seja o posto a ser preenchido.

É claramente desaconselhável ao funcionário, no ambiente de trabalho, deixar sobre a mesa qualquer livro que não seja diretamente ligado à sua atividade.

Arrisca-se, caso contrário, a ser interrogado pelo chefe: ‘”Por que você está lendo isso?”. Nas novelas de televisão, que continuam sendo o principal entretenimento para milhões de brasileiros, jamais se vê um personagem lendo um livro.

Discute-se com muito calor, no momento, quantos beijos entre pessoas do mesmo sexo podem ser dados num capítulo, ou se um casal gay pode aparecer tomando café da manhã na cama.

Prega-se, ao longo da trama, todo tipo de causa, da defesa das geleiras à política de cotas raciais, da preservação dos mangues à condenação da gordura trans.

O que não aparece, de jeito nenhum, é alguém lendo alguma coisa. O ato de ler também está banido da publicidade de consumo. Há uma clara preferência, aí, por algo que se parece muito com um culto intensivo à boçalidade.
Da atitude geral do governo diante da leitura, então, é melhor nem falar; registre-se, em todo caso, sua profunda satisfação em anunciar, sempre que é incomodado pelo noticiário de escândalos publicados na imprensa, que o brasileiro não lê nada.

Naturalmente, ninguém se coloca hoje como inimigo dos livros; mas é certo que muitos se beneficiam com o fato de que a leitura, nestes dias, tem poucos amigos na praça.

Quando menos se lê, menos idéias são mantidas em circulação. Quanto menos idéias, menos espaço sobra para a discordância, a procura de alternativas e a fiscalização dos atos do governo.

O resultado, na prática, é uma indiferença generalizada em relação ao comportamento de quem governo. Não há muito a fazer quanto a isso. A opinião pública não tem nenhuma obrigação de pensar assim ou assado, muito menos estar certa, ela é o que é, e parece perfeitamente inútil esperar que sinta o que não sente, ou que queira o que não quer.

Essas realidades, entretanto, têm o seu preço. No caso do Brasil atual, o desinteresse pelo que acontecesse na vida pública é pago com a multiplicação, em ritmo cada vez mais rápido, de todo tipo de parasitas dedicados a prosperar com o dinheiro do erário público.

É certo que eles não irão embora por sua livre e espontânea vontade.

J.R.Guzzo

“Compre livro, ele não se vende”,
ou seja, todo livro é incorruptível,
ele é o que é, e talvez seja por isso
que aos grandes impérios inseguros,
incentivar a leitura não é uma prioridade.

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Só consigo mesmo


Provavelmente como é seu pensar quando só, assim é você.

Você condena seu pensar íntimo, ou o que pensas não difere em nada de teu estado social!?!

Nossos pensamentos mais íntimos e secretos nos auto denunciam ou conferem, reafirmam, se somos ou não honrados, qual nosso tipo de caráter ou nossos valores – não é possível escapar de nós mesmos.

Conseguimos algum tipo de policiamento conciso com relação ao nosso vagar, independentemente de quais sejam suas tendências, ou seja, observamos, analisamos ou avaliamos se pertencem eles a uma classificação devotada e independente, baseada em princípios nobres, ou estamos tão contaminados com um meio nem sempre exemplar, onde nos fartamos com palavrões, jargões, pré julgamentos e vícios normais a um convívio de amizades, estudos, trabalho ou todo o tipo de investimento social dispostos a nós hoje, porém que nos cobra uma igualdade insana para circular por entre seus escolhidos?

Penso que só podemos julgar de forma segura nosso existir particular, se participarmos de um grupo de pessoas voltadas para um discernimento altruísta e de crescimento espiritual elevado, dadas ao recolhimento e voltadas a um estado de contrição íntima, entendo também, que se misturamos estes dois estados – o particular e o social -provavelmente estaremos nos equivocando, afinal devemos entender que o estado social nos obriga a mantermos políticas e atitudes que nem sempre entendemos como as mais acertadas, embora necessárias para um conviver razoável e que não combina em nada com um pensar recluso onde devemos ser nós mesmos buscando um auto policiamento austero e enérgico até para compensar a energia desperdiçada durante os infindáveis momentos onde estivemos vestindo um sem número de máscaras necessárias aos mais diversos compromissos diários.

Não notar, não constatar ou mesmo não se atentar para esta diferença, quando se tem discernimento para tanto; que em seu pensar não existe distinção entre um tempo, um momento e outro, é bastante perigoso, afinal é possível que se esteja vivenciando uma continuidade com o todo ordinário, existindo em uma constante comum arrefecida, sem que exista uma diferenciação precisa e elevada, condição sine qua non do pensamento quando só.

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domingo, 20 de novembro de 2011

Recados


Da série:


Dos recados despretensiosos nada


despretensiosos que nos dá o dia.


Em algum lugar, e . . .

. . . pela enésima vez:


“Existe enquanto você acredita que existe”

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Foco



A riqueza propicia-nos muitas coisas, entre elas...

...a distração.

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..., ou seja, em tempos difíceis.



“E daí?”

Esta deve ser a frase símbolo do niilismo.


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Razão X Originalidade


Amo a originalidade, mas não sei o ser, sou alguém que busca constantemente arrazoar seus atos, e a razão é assim, a princípio, um triste castigo contra toda ação inédita.


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“Chato de galocha”



O crítico

suporta o que não gosta

para fazer o que gosta.


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domingo, 6 de novembro de 2011

¿Qué se busca?



"Sus amigos alaban, ensalzan los enemigos."
anónimo

-0-

O que buscas tu?


“Os amigos elogiam, os inimigos enaltecem.”

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Intelectualismo inato



Citamos uma citação externa em duas situações; ou porque a deciframos ou porque queremos que pensem que a entendemos, é só conhecendo intimamente a intenção daquele que a reproduz que podemos decifrar a qual grupo este pertence.

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Ainda sobre o homem ativo


       É certo que todo aquele que combate com todas as suas forças o padrão cotidiano estabelecido e é contrário a qualquer lei, qualquer acerto, qualquer contrato, convenção ou entendimento que direcione um; um grupo ou um povo inteiro ao processo de manada, ao processo de cegueira fanática ou mesmo algum tipo de dependência; precisa mostrar energia suficientemente superior mesmo a que aparentemente é desperdiçada por todos aqueles que permanecem inertes ao estado vigente heroicamente combatido por este. Uma tarefa praticamente impossível, pois este será visto como estranho, diferente, esquisito, um maldito que estará sempre em evidência tendo seus interesses que paradoxalmente e de forma espetacular, aparecem aos demais como exclusivos e egoístas, não raro é posto a prova, contrariando toda a escrita; uma vez que sua ânsia está totalmente voltada a liberdade de todo o grupo que constantemente o condena. Este é o castigo de todo o tolo que enxerga além das assas protetoras, além da porta pretensamente segura da caverna, além das palavras majestosamente manipuladas de uma história passada que pouco ou nada tem a ver com o palmilhar de tempos outros.

     Coloca-se assim, inadvertido, ou como se calçasse uma missão que independe do querer, quase como se diante de um ente querido que esteja a correr sério risco de vida, afogando-se, por exemplo, em águas hostis, atira-se então, de súbito, de forma instintiva, porém consciente, como se parecesse entender, mesmo num interstício de tempo, que antes correr o risco de também fazer-lhe companhia numa possível morte prematura, a assistir incólume, vendo que ficará apartado e só, carregando para sempre a dúvida de nada ter feito.

    Contra a parede intransponível de um histórico providencialmente rearranjado; sem levar em consideração, por não ser o caso aqui, a dependência mórbida tão prejudicial quanto à coletiva de um único elemento por outro, o homem ativo é contrário a qualquer menção que leve para uma opinião impensada, por menor que seja. Tudo, todas; precisam ser arduamente estudadas e planejadas, e quando a impossibilidade do meio o joga em uma profunda fossa fétida junto com os demais, o homem ativo jamais age como o demagogo, hipócrita que ali vive a reclamar imaginando que a culpa é daqueles que o circundam, mesmo que siga enxovalhando também os possíveis provocadores, - mais por parecer minimamente, ou provavelmente, com a intenção de mimetizar-se ao meio - de sua desdita. Nada, este se aquieta na razão amiga; companheira silenciosa e infatigável – principalmente porque esta lhe dá força suficiente para tudo suportar. Primeiramente buscando os motivos, quando já não os entende, (geralmente próprios, talvez por terem sido julgados impróprios aos seus algozes, um pequeno custo que o seguirá sempre enquanto envolvido com tantas diferenças) que o jogaram ali, porém, jamais gastará seu tempo reclamando, ao contrário, usa este, que continua a lhe ser precioso, apenas para imaginar uma forma de sair desta condição de maneira honrada, e, quando possível, liberta um que outro mais próximo, porém vive qual Sócrates que sabe estar sendo assassinado por aqueles que não conseguem verdadeiramente atingi-lo e, enquanto toma o fel venenoso põem-se a explicar, geralmente ao léu, que podem lhe tirar a vida, mas de sua razão, de suas idéias, jamais se apossarão.

      Assim geralmente vive e destoa aquele que quer; aquele que busca ainda mais fundo, mesmo que se trate ele, apenas de um erudito; em meio a todo um conjunto de pessoas que não imaginam que motivo possa haver em conservar uma razão destoante, fora dos padrões culturais e convencionais estabelecidos ao longo da história. Concordamos então quando Nietzsche registra que esta vida apenas está valendo a pena quando seu histórico o conduz a um louco maldito e não digno de crédito por ser contrário ao contrato estabelecido, uma vez é claro que este esteja de posse de todas as suas faculdades mentais, embora estas não devam ser postas a prova ou depender do aval daqueles que redigiram o contrato.

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"É muito simples"



Eles não dormem para que você não acorde”

wake up, wake up

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sábado, 29 de outubro de 2011

"É muito simples" II



No filme “O Show de Truman”, o apresentador de TV, Mike Michaelson, entrevista Christof, o criador do programa “O Show de Truman”.


Michaelson
- Christof, quero perguntar...
- Por que acha que Truman nunca chegou perto de descobrir
a natureza real do seu mundo até agora?


Christof
- Aceitamos a realidade do mundo que nos é mostrada.
- É muito simples.


-0-


Como gostava de se referir Millôr

"Desce o pano."

wake up, wake up

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Cativeiro auto imposto


Fato é que a maioria de nós vive em um cativeiro auto imposto, e mesmo sabendo que não passamos de prisioneiros de nossas escolhas, jamais paramos verdadeiramente para pensar nisso, - não é conveniente por demandar uma série de mudanças – e quando o fazemos e ficamos por algum tempo deprimido, logo nos vem um amigo, irmão, pai, filhos, cônjuge, padre, sócio, amante, nos aconselhar de que somos abençoados e que todos eles estão maravilhados com a nossa presença e que todos também invejam a vida fantástica que temos à mão; relaxemos, pois; e cantemos.

Da série: e-mails a serem deletados mesmo antes do seu final.

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Seria possível negligenciar minimamente a história!





... Misturou-se tudo, nada hoje pode ser realmente alinhavado, concatenado, e, se em algumas representações históricas eruditas, consideradas acertadamente como sagradas, mesmo que seus textos tenham sido tocados por homens, quem sabe, em busca de acordar alguns outros para o Verdadeiro Sentido da Vida, porém, tenham também, embora bem intencionados, deixado impresso nestes (agora) velhos manuscritos, sinais que aludiam a significados outros que não apenas aqueles tidos como revelações extremamente necessárias, mais por ignorar o que viria depois; que rumo alguns destes sinais tomariam; por ignorar que sua ignorância continuaria perpetuando-se por milhares de anos em seus descendentes, muito mais forte ainda que suas intenções, por melhor que tenham sido, de colocar força nas idéias e relatos a serem eternizados, e mais, se algumas destas vontades não vingaram positivamente, dando clara mostra de que fazer parte de um grupo de escolhidos não significa desvendar o que se esconde, ou do que é capaz o ser humano quando oculto, envolto pelo véu do desconhecimento, não temos outra opção a não ser assumir que sempre acreditamos e continuamos considerando todo o tipo diverso de interpretação externa sem que um único pensar particular inteligente pudesse nos mostrar ou fizesse com que imaginássemos exatamente onde afinal darão estas crenças ou nosso pensar escusado.

Por exemplo, aqueles que nos primórdios, vamos colocar assim, registraram visões ou assistiram preleções de seres agora nominados de Enviados, Mensageiros, Messias ou Avatares, e, inadvertidamente então, usaram a expressão “matar” em seus registros posteriores; hoje, seguidores de homens que muito pouco ou nada possuem com relação ao Verdadeiro Sentido da Vida, usam estes símbolos, esta simbologia extremamente forte como um aval para que seus irmãos de grupo, para que sua irmandade, seus seguidores compreendam-se absolvidos, ou até, entendam  estar sendo abençoados durante o ato de tirar a vida daquele que foi arbitrariamente sentenciado inimigo, porém que, se utilizassem por um único instante a razão, ou refletissem minimamente, talvez entendessem, chegando finalmente a única conclusão possível de que este não o é, ou mesmo, jamais fora seu inimigo. O ato de matar por si só é extremamente condenável, o que dizer então quando o assassinato atinge aquele que não passa de um inocente ignorante que pouco ou nada sabe também da existência.

Como conviver então em meio a isto!

Como fazer com que milhares de anos de cultura sejam ou comece a ser finalmente e conscientemente negligenciada, ou no mínimo revisitada e reinterpretada agora, com inteligência, mostrando que, ou ao menos, a fim de mostrar que: comandar impérios; sejam eles familiares, comerciais, do estado ou do mundo, aqui, baseado nas leis por nós erradamente interpretadas, não passa de afundar ainda mais não somente sua própria existência, mas a de todos aqueles que o temem ou que o tem inadvertidamente em veneração.




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Em tempos de egos aflorados



À medida que evoluímos, evolui também nossa estupidez.

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domingo, 23 de outubro de 2011

Mesmice


Quando foi a última vez que você fez uma coisa pela primeira vez?

Contribuição



. . .um “dedinho” do Bhonachinho

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Haverá um dia ainda os enviados que comandarão um povo?





É certo que o mundo hoje é um lugar muito melhor de se viver, como é certo também, que a ciência tem muito a ver com isso. Que suas descobertas somaram-se como uma cadeia de moléculas e praticamente todos os segredos mais importantes para o desenvolvimento do povo, obscuros há dois, três séculos, por exemplo, para os melhores cientistas, não mais existem; de certa forma foram todos esquadrinhados.



Muitos outros apareceram; isto é verdade, motivando ainda mais o já aguçado querer dos bons profissionais, porém algo ainda está pior do que antes, mesmo que o povo continue a ignorar o beco sem saída em que vive, a despeito de toda a melhora anunciada e comprovada, as paredes não foram alargadas na mesma proporção em que pessoas foram ali se afunilando, e o que assistimos é uma distorção ainda maior e digo, pior, da existência humana, porque há duzentos anos o que tínhamos era um contingente totalmente ignorante e agora esta ignorância tem conhecimento e algum tipo de estudo, porém o que lhes foi ministrado, não passou de algumas gotas contadas; apenas para que este conhecimento atingisse um ponto suficiente de necessidade de existir, consumindo e girando o mundo daqueles que mantém o bloqueio a finos ajustes.



Para o futuro; resta saber até onde as forças que nos primórdios comandavam ou emanavam o poder entenderão como possível ou benéfico todo este estado de coisas e continuarão apenas a observar o que está aqui a se dar.



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