domingo, 27 de janeiro de 2013

Trata-se o tempo de uma prisão momentânea


 
Ao assistir “Lincoln”, Minha Bem Amada e eu chegamos à conclusão de que é realmente de difícil compreensão, entender a existência da possibilidade de que pares, aqui tão distintos, convivam em harmonia. No entanto a expressão “possibilidade”, não apenas não cabe como também é totalmente rechaçada, como bem sabemos, se avaliarmos a mecânica do convívio social. Trazendo assim à luz mais um dos inclassificáveis paradoxos do existir humano.

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Assistir a uma pessoa que, com nada possa contribuir para a evolução da outra, por mais esclarecida que seja. Conviver com estes que mantém uma mente totalmente contrária a um pensar denso e amplo; centrada em ideias de profundidade fora do cotidiano comum e muito além da matemática dos números que mantém por milênios o sistema humano, muitas vezes se submetendo a calar-se ao ser observado como estranha ou a julgarem por desconhecimento do útil e sagrado social ordinário. Temos então que,quando seu mutismo puro, escancarado e indisfarçável se instala, nada mais é, que este conhecer sendo recolhido a sua: concha da solidão – muito comum a esta espécie rara de pessoas. Assim, nos parece tão caro, este desencaixe perdido, digo até, para ambos os lados, quanto privar a criança do colo da mãe.

Para aqueles que perdem com seu julgar precipitado, nunca fica claro que o silêncio da outra parte tem razão ao falar, - mesmo que uma sombra de incompreensão os acompanhe - deixar a mostra que o seu não entendimento de por que o arcaísmo de regras milenares defendidas pelo grupo ainda estão ditando e comandando o direcionar de seus defensores e que, se esta vontade fosse expressa, ela seria expulsa do grupo, mas nem de longe entendem que não o faz por uma lei de entendimento comum. O que lhe passa; em que acredita, é que algo neles possa estar sendo tocado. Compreende que a energia gerada do desentendimento, pioraria ainda mais suas jornadas ainda desconexas.

Existe sempre a observação externa – e única possível devido a patente falta de compreensão - de que é a soberba daquele que opta pelo silêncio que os afasta, quando esta, - a sensível - busca a reclusão para repor as energias doadas - mas não é assim, evidentemente. Estes seres não conseguem, por si só, obviamente, somatizar o que leva ao desequilíbrio – físico ou não. Mesmo porque, quando se afastam por algum motivo voltado ao meio em comum criado, é devido à circunstância grotesca que leva a perda de tempo em discutir-se o que a eles já é tão sem sentido quanto à própria discussão.                           

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