domingo, 14 de julho de 2013

Terra fértil para tendências oportunistas


Em tempos de auto afirmação

     Em quantas situações repassamos uma história sem verificar se a ação contém alguma verdade que a afirme, então: que faça parte de algo que se deu realmente?

Nossa preguiça em verificar a fonte é histórica. É muito mais fácil nos mostrarmos confiantes e depois culpar os outros por nos terem enganado; fato é que não corremos atrás, queremos e aceitamos o que a nós é disponibilizado sem verificar data de validade ou procedência da informação.

Somo levados, quase que diariamente, principalmente agora em tempos de informações rápidas, tocados a disseminar centenas de milhares de acontecimentos históricos, notícias, assuntos, fofocas, historietas em formas de piada que, como no conto de Machado de Assis, poderão chegar a um determinado estágio onde nada do que está sendo dito se casa com o que realmente aconteceu.

Era preciso entender que em um número considerável delas não é mais possível conter, segurar, ou tomar qualquer medida para desviar o caminho da falácia, - neste estágio depende apenas do esclarecimento ou da desconfiança do ouvinte - e mais, em algumas situações, onde a história beneficia alguém, é bastante claro que este, ou algum outro indivíduo beneficiado jamais irá se retratar afirmando que ele não é tão bom quanto, ou que inverdades estão sendo ditas.

Portanto, precisamos hoje observar com cuidado ainda maior, ao depositarmos nossas fichas no santo do dia; porque se conseguirmos entender que este recurso foi largamente utilizado ao longo dos tempos para destacar positivamente, - mesmo enaltecendo com exageros - determinados ícones para que então a direção da história tomasse o rumo observado apenas por uma meia dúzia que detinha o poder de fazê-lo, agora, isto está muitíssimo mais fácil.

A verdade é flexível em casos de ajustes, sejam eles necessários ou não, positivos ou não. Em muitas situações, obrigatórios, porque não! Desde que, articulados por mãos hábeis e isentas. É bem possível de ser entendido que a história, em muitas situações, providencialmente, vestiu de santo uma série de indivíduos e com isso rearranjou o enredo humano onde, ou de maneira a não ser mais possível, mesmo que venham à tona verdades que parecem incontestes; porém, podemos permanecer em estado de atenção permanente ao que nos apresentam ou ao que estão tentando nos dizer, e perceber se aí não existe algum tipo de energia pérfida; forçando a implantação de determinada ação, como também é muito importante que não saiamos repassando uma informação por mais avalizada que possa parecer. Repassá-la sem a atenção devida significa, obviamente, que também nós a estamos avalizando.

  Como vivemos eternamente em tempos de ajustes, era preciso entender que temos duas opções: acreditar ou não no que estão nos dizendo. Queremos ou não fazer parte destes ajustes como um seguidor alienado que foi arrebanhado por um grito mais forte, ou preferimos ficar ainda um pouco mais debruçado sobre os livros e entender um pouco melhor o que realmente está acontecendo?

  E assim se dá a história. Em muitas situações entendemos que alguém é santo apenas devido aos seus atos passados que ficaram, e nos esquecemos de que todos podem esconder uma verdade menos colorida, concomitante, paralela ou intrínseca aos feitos; e esta, uma vez exposta, provavelmente, em muitas delas, não borraria apenas sua glória. 

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