domingo, 8 de dezembro de 2013

Artífice tocando o Sagrado


photo by artstenciva

        A arte não é arte. Nem sempre, ou quase nunca o é – se fosse possível observar do ponto de vista do Sagrado.

        Os melhores só o são quando assim não se querem.

        A arte antes é um exercício do espírito, é uma disciplina da alma, é um desenvolvimento superior do corpo para se conectar ou sentir ou saber-se maior... não saber-se apenas um cientista, um ferreiro ou um lixeiro.

        A arte como exercício/disciplina não pode se pretender comerciável, não pode se pretender ganha-pão, como também não se queda ao aplauso barato. Ela deve sugar as energias últimas de um buscador do Sagrado. E se não nasceu isso; assim deve se dar seu toque derradeiro – ela somente fará sentido se procurar incansavelmente esta perfeição que parece não existir..., e, que o externo tem certeza... não existe.

Mas o verdadeiro artífice entende que deve tentá-lo.

        O artista não deve vencer a ideia mercantilista, nem mesmo a mercantil e também a comercial simplesmente porque nasceu deficiente deste querer, ele nasceu mutilado do lado do cérebro que poderia corromper seu exercício rumo à Sensibilidade Suprema.

        O verdadeiro artista – “o alienado” - que jamais assim se terá por si só, apenas persegue o que seu espírito julga possível porém sua inteligência insiste não ser. E aprendeu ele que qualquer desvio de seu pensar o afastará deste radicalismo que em algum escaninho de seu ser sabe de suas possibilidades ainda atrofiadas...
       ...que não o serão para sempre...
       ...se não se corromper pelas veredas habituais vendendo-se aos apelos; simplesmente porque sente que...
      ...àquele que detém o poder do querer, de alguma maneira sabe-se superior a eles.

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