photo by artstenciva
A arte não é arte. Nem sempre, ou quase nunca o é – se fosse
possível observar do ponto de vista do Sagrado.
Os melhores só o são quando assim não se querem.
A arte antes é um exercício do espírito, é uma disciplina da
alma, é um desenvolvimento superior do corpo para se conectar ou sentir ou
saber-se maior... não saber-se apenas um cientista, um ferreiro ou um lixeiro.
A arte como exercício/disciplina não pode se pretender
comerciável, não pode se pretender ganha-pão, como também não se queda ao
aplauso barato. Ela deve sugar as energias últimas de um buscador do Sagrado. E
se não nasceu isso; assim deve se dar seu toque derradeiro – ela somente fará
sentido se procurar incansavelmente esta perfeição que parece não existir...,
e, que o externo tem certeza... não existe.
Mas
o verdadeiro artífice entende que deve tentá-lo.
O artista não deve vencer a ideia mercantilista, nem mesmo a
mercantil e também a comercial simplesmente porque nasceu deficiente deste
querer, ele nasceu mutilado do lado do cérebro que poderia corromper seu
exercício rumo à Sensibilidade Suprema.
O verdadeiro artista – “o alienado” - que jamais assim se
terá por si só, apenas persegue o que seu espírito julga possível porém sua
inteligência insiste não ser. E aprendeu ele que qualquer desvio de seu pensar
o afastará deste radicalismo que em algum escaninho de seu ser sabe de suas
possibilidades ainda atrofiadas...
...que não o serão para sempre...
...se não se
corromper pelas veredas habituais vendendo-se aos apelos; simplesmente porque
sente que...
...àquele que detém o poder do querer, de alguma maneira sabe-se superior a eles.
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