Na biografia de Denis
Diderot encontramos as injustiças normais, cometidas contra aqueles que
enxergam além da miopia mental do que é estipulado como aceitável pelo grupo
afim. Ponderou suas anotações ao máximo após ser preso por expressar um mínimo
maior de entendimento, que mais pareciam dúvidas. Ainda assim foi classificado
como alguém que precisava de correção. Pequena, é certo, estas: sempre mais
injustas. Porque a pequena é sem razão por pouco resolver, e a extensa – em casos
assim - o é por si só; onde mede mais a fraqueza do algoz, quando
verdadeiramente está a condenar a coragem do réu.
Soltou a tinta da pena quando sabia que somente seria lido na
posteridade, talvez por isso tenha sobrevivido. Quantos não o fizeram e tiveram
seus registros cessados...
Ao
termos contato com Diderot, fazendo uma analogia ao vivido já no nosso século,
podemos deduzir que mudou-se a concepção; não se assassinam mais aqueles que
enxergam por não se constituir crime cegar ainda mais aqueles que nada veem.
“Nós só somos aquilo que convém à
ordem geral, à educação e à cadeia dos acontecimentos. A verdadeira e única
moral é a que contribui para a felicidade da grande família humana.” D.
Diderot
055.g
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