Enfrento uma dificuldade que não sei
dizer ser apenas minha ou em que porcentagem é de todos nós que registramos
idéias; às vezes penso que ela somente existe quando não nos sentimos pronto ou
totalmente preparados, mas a divisão entre assim sentir-se e “pagar geral”
quando apenas se quer ser e não passamos de engodos fabricados por uma falta de
auto leitura devidamente apropriada é muitíssimo pequena.
Conheci dezenas de cidadãos que se
queriam únicos, porém, era visto que existia uma aposta pessoal deles próprios
em opções que sabiam ser da receita que lhes convinha por entreter outros que
pouco ou nada sabiam de suas idéias ou deles, pegando carona em algo que mais
sentiam a coragem do ator que uma força revolucionária por trás da vontade que
poderia fazer a diferença.
Insisto que isto não é culpa de um
ou de outro, todas são escolhas e como sempre elas – nos parece - se apresentam
prematuramente, e ao encontrar o terreno fértil da vaidade ou da falsa
segurança, germina e se alastra como a erva daninha que sufoca enquanto mata a
arte daquele que a ela se entrega, lembrando a lenda do sapo que ao ser deixado
na panela em água fria não pulou fora a tempo enquanto o fogo lhe dava o prazer
de acostumar-se ao líquido que aos poucos lhe tomaria as forças vitais.
Fazendo uma alusão ao cordão
umbilical que não sabemos se a nós pertence ou pertence à mãe. Temos a certeza
apenas de que ele deve ser cortado, materialmente falando, porém ao longo de
nossa existência sabemos que nem sempre o ato foi realmente desfeito e temos
marmanjões insistindo em não levar uma vida própria - aceitando o que não
provoca. Esse processo de união pode não se dar apenas com a mãe, com a
família, com os inúmeros grupos ou alguma confraria ou seita sem sentido que
encontrem pelo caminho, mas também pode acontecer com o nosso hobby com a nossa
arte.
Nossas escolhas cabem sempre apenas
a nós. Por mais que vivamos em grupo, em sociedade, ao cabo de uma alternativa,
inevitavelmente a finalizamos pensando, até egoisticamente, primeiramente em
nós e então no meio, se este for o caso, porém ao envolvermos a nossa arte, a
nossa escolha pessoal a respeito de algum estudo, ou pesquisa ou tese que
sugira singularidade; distinção; precisamos buscar antes de tudo rompermos o
cordão umbilical com o meio externo, e isto somente acontece se conseguirmos
sinceridade conosco mesmo, vencendo totalmente a busca da aprovação de quem
quer que seja e, principalmente, o autoconhecimento maduro que irá demonstrar
que superamos o primeiro passo.
Contribuição da Minha Sempre Bem Amada
012.h
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