Lendo
uma matéria que faz referência a reificação, onde são analisadas observações de
Honneth, Lukács e Habermas entre outros, me pego outra vez em pensamentos digressivos
totalmente a parte da matéria em discussão, mais eles procuram o porquê da
edição, que demonstra a preocupação presunçosa dos autores/editores em expor
palavras que diferentemente de acrescer o pensar útil dos personagens postos, busca
suplanta-lo. Quando nada podem além do tentar fútil que arregimenta neófitos
primeiranistas e intelectualóides frustrados em cafés filosóficos, do que
prender-me a utilidade do pensamento passado.
A velha máxima dos textos densos e amarrados.
Como sempre, deixando a mostra pontos indicativos de leviandade e
incongruências, os quais, é acertado dizer, formam um bloco árido e estéril como
quase tudo que se quer mais que o material discutido - quando leva as
discussões a uma quase total perda de tempo fora das carteiras escolares quanto
o gasto ou perdido escrevendo este.
E
o que temos a partir daí? Um vórtice eterno em torno do próprio eixo. Todos
deveriam saber que as discussões se avolumam em torno de uma solução que não é
possível porque não se ataca o ponto, elas não podem ser objetivas devido a não
aceitação do que fere a tradição, então; de que adianta todos estes textos –
entre eles de ganhadores de Nobel etc. - se eles, qual barco do personagem do
Show de Truman não podem; estão impossibilitados de seguir além da parede de
nuvens maravilhosamente pintadas?
*
Entendo
que, de alguma forma que beira o instintivo ou mesmo respeitando a obviedade do
momento histórico, ainda que desatenciosa devido às urgências as quais nos
atingem sem a devida explicação, o mundo assume determinadas posturas, naturais
ou obrigatórias a este estado momentâneo descrito, e assim se mantém, devido ao
preço, as energias, despendidos na mudança, sem reavaliar – ou relativizar - com
atenção a realidade de que: as realidades não são perenes. Mudando, deformando sua
natureza para o bem ou para o mal, como no caso do capitalismo, e então ficamos
todos na dúvida se isso foi bom ou ruim; mas este é somente um exemplo.
A
partir de então, como coloquei, a natureza humana, somando uma série de pontas
ou pontos, assimila a descoberta, porém o faz de tal forma que não questiona;
não pensa; não avalia – trabalhando em um pensamento imaginário - como poderia
ser se fosse diferente, se voltasse ao início, quando, por outro lado, não pode
mais se arriscar em outro caminho que não o escolhido, e então o incorpora,
assume radicalmente, impensadamente o novo, esquecendo-se de tudo,
alienando-se, confiando (confinado), se entregando a esse novo sistema
preguiçosa e negligentemente.
E
quem pode, porém, acreditar que existem aqueles que não mudam totalmente, e
conseguem olhar ainda acima das cabeças pensantes que precisam manter o sistema
atual!
Conservando
algum nível de pureza, estes, pensam, também, por sobre todos aqueles que não
são pagos para isso. Desta feita, estes poucos privilegiados que ainda que trabalhem;
que caminhem com o todo maior nada podem fazer, porque ficam parecendo completos
estranhos ao não concordar ou discordar da forma como foi/está sendo feito, parecendo
alheios, porém, nada desatentos ao fato de que a natureza sistêmica assim não
entenda... não observe, não aceite, não...
Mimetizado
ao meio socializado, observa que tudo vem sendo aceito comodamente ao longo da
história, e esse comodamente nada tem de revolucionário. Tem a ver com
comodismo, com o não incomodar-se, com o deixar que os outros façam o que não
se tem coragem, (efeito dominós já incorporado) vontade ou iniciativas para
tanto, ou até mesmo de questionar, levantar questão onde, ainda que em nada
resulte, poder assumir uma postura de não convencimento, de não aceitação, mas
principalmente, de atenção.
Na
maior parte das vezes, a discussão não é uma opção, porém, nem por isso deve ser
abandonada a opinião pessoal nascida da observação crítica construtiva
devidamente calibrada.
Quando
não se tem poder sobre o que não é suportável, porém está-se a essa aceitação
obrigado, resta o desconforto - consciente ou não - com essa aceitação passiva,
e suplantá-la, ao buscar no pensamento inteligente, formas de ações e práticas
positivas durante este período de reclusão; antes, devemos pensar a prisão como
um momento de liberdade para a interiorização útil.
*
A
premissa, novamente, aqui é: a não aceitação – incomodar-se novamente, de uma
vez por todas ou pela primeira vez, e realmente; com o que está incomodando.
Dado isso, encontrar a ferramenta mais acertada, algum mecanismo que faça com
que o foco seja mantido sobre as questões primordiais; e a partir de então, providenciar
o questionamento, a contextualização que incomoda; que intervém no estado.
Mudando, transformando a condição de cidadão que não procura a guinada, ou que,
assoberbado por escolhas distorcidas, entende que domar o agitar-se da natureza
já lhe é suficiente, por tomar-lhe momentos preciosos de comodismo e
distrações.
Então,
qual é a hora de reavaliar, de contextualizar o caminho escolhido? Qualquer
hora. Toda hora. E como; se isso não é mais possível! Como, se é muito mais
fácil, como este texto, apontar que não foram feitas boas escolhas e aceitamos
com alegria aquelas que vêm nos destruindo?
Primeiramente,
aceitando isso. E aceitar que não concorda com o todo entorno, e então buscar
interiorizar-se e, de forma alguma externar esse novo pensamento.
Não é mais
possível, era preciso entender de uma vez por todas que não é mais possível
concertar a natureza assimilada do grupo, mas é possível modificar-se frente ao
grupo. Já foi negritado que: quase nunca, a discussão é a opção mais acertada.
É preciso compreender isso. E como resolver todo ou parte do imbróglio sem ela;
introspectando-se.
Assimilada
essa tese, onde devemos entender ou jamais esquecer que o todo maior será
sempre superior ao indivíduo, porém, em contra partida, como é um todo nós
somos ele e vice versa, ou seja, independentemente de o que você for fazer, - administrado
com inteligência - para aprimorar seu estado de espírito, será válido. Será
preciso procurar caminhos individuais que levem a evolução pessoal; ao
acomodar-se individual que é muito mais fácil hoje, afinal o homem acomodou-se
por si só, no todo social. Agora é preciso sair do bando e procurar um canto
onde o ser pensante consiga promover
a sua revolução individual interna, acreditando que é possível, através do individualismo
consciente, aquele onde respeitamos o externo e necessitamos do externo, fazermos
exatamente isso: utilizá-lo apenas como uma ferramenta; como uma base de apoio
à nossa evolução solitária. Isto nada mais é que, sentir-se, estar
assumidamente e conscientemente preso, otimizando o agora.
Como assim, individualismo consciente???
Afinal, não aprendemos que não se deve dar vazão ao egoísmo. Sim, mas, hoje
precisamos assumir, definitivamente, nosso egoísmo; que somos egoístas. Que
vivemos em sociedade, porém, que preferiríamos, em muitas situações, o silêncio
e a reclusão, a usarmos ou quando ainda usamos as mais variadas máscaras tentando
manter o riscado exigido pela sociedade impingida, impregnada no nosso eu nada social
- a determinadas sociedades. Portanto, é o próprio meio que nos dá o salvo
conduto de trabalhar, de aperfeiçoar positivamente nosso egoísmo, nosso
individualismo, nosso eu único, até que o transformemos, em colaboração com o todo
a partir de nós mesmos, em um novo colaborador, definitivamente, útil.
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