O
radical cético não tem nossa simpatia. Cético o somos também. Erramos em um
tempo/espaço quando não é possível atirar-nos aqueles que se pretendem nossos
mestres. A menos que tenhamos vencido os abismos entre nós e eles. Porém era
preciso que o lógico entendesse também nossos limites no que diz respeito às
experiências aguardadas com expectativas, uma vez que estamos sob o efeito da
pesada matéria. Significando que alguns caminhos jamais conseguirão; jamais
alcançarão uma ponte, uma ligação, uma conexão com objetos que não o podem ser
nesse estado conhecido através, justamente, das experiências científicas.
Então, aqueles que insistem na via do pensar cartesiano precisam entender; precisam atingir o juízo do
acreditar, do confiar, do compreender que, para haver o avanço só há uma
solução, um caminho onde, obrigatoriamente, o que não se pode provar por conta da
escassez do material aqui disponível ou a nós disposto, precisa ser aceito,
devido à impossibilidade de no nosso estado manejarem-se os elementos adequadamente
(simplesmente por não existir; devido a impossibilidade de outra solução);esta
é a uma forma material de a ciência, abandonando seu maior problema – herdado
do homem -; o orgulho, ultrapassar tais nós e avançar com o desenvolvimento tão
necessário; aceitar que, de alguma sorte, existem mecanismos desconhecidos,
através dos quais, nos é providenciado conhecimentos inexplicáveis que, através
de percepções individuais, muitíssimo particulares, o que não pode ser ao
cético, atinge o lógos.
*
(de
um texto sobre Hans-Georg Gadamer retirado da Net – “Por sua vez, Aristóteles
entende a experiência como um pressuposto da ciência. Na tentativa de superar o
idealismo platônico, afirma não existir um mundo das ideias, mas apenas aquele
da experiência, de onde partem todas as investigações. De uma série de
percepções individuais, chega-se a uma unidade geral e, a partir dela, dá-se a
passagem para o lógos. Gadamer traz o exemplo de determinada erva usada pelas
pessoas para algum fim medicinal, como a cicatrização. Tem-se um dado empírico,
mas ainda inexiste uma explicação racional, pois esta ocorre posteriormente,
motivada pela generalidade da experiência. Nesse caso, os cientistas apenas
investigam e descobrem o porquê das propriedades terapêuticas após conhecerem o
dado experimental.”) – Independentemente de o enunciado possuir ou não total
concordância com nosso pensar digo então que: no entanto existe uma infinidade
de casos onde isso jamais será possível – comprovar cientificamente. Ou seja,
parto do pressuposto que, observando o exemplo citado de uma tomada proporcionalmente
maior; quando especialistas, em suas
elucubrações aporéticas são obrigados a aceitar a cura ou o processo ocorrido
sem conseguir provar através dos métodos tradicionais, quando não é possível
que os cientistas cheguem a um denominador comum. É aqui então que acontece a
análise citada inicialmente.
Insisto
que chegaremos a um termo em relação a esse impasse, onde será aceito
finalmente na sociedade. Quando todos reconhecerão que alguns indivíduos nascem
com "conhecimento" suficiente para fazer tal conexão; anelar a matéria ao ainda
desconhecido sem que a estupidez humana e as conveniências das tradições que
não avançam seu pensar os considerem párias anormais.
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