Todos
os outros sentimentos se anulam frente ao Amor. O Amor faz o papel que o preto faz
na cromaticidade, na ciência das cores. Cientificamente falando, o preto, o negro é a
ausência de cor ou também, a junção de todas as cores; o Amor é a ausência de
todos os outros sentimentos. Ele por si só se basta e abarca o viver do ser sem
que este externe outro sentimento que não o Amor à frente de todas as suas
ações.
Atingido
o Amor há a plenitude. Em uma representação análoga, todos os outros
sentimentos que conhecemos a partir de então, aplicados sob o efeito de nossas
mentes havidas são, automaticamente, aniquilados quando alcançamos o Amor
incondicional.
Pode
ser difícil de fazê-lo, ou seja, entender esta proposta sem um exemplo.
Principalmente porque alguns de nós; jamais amou verdadeiramente. Mas, peguemos, por exemplo, o modelo
emprestado de alguém próximo, e fácil a todos. Se não for possível isso, apenas,
por enquanto, acredite, pois, ainda que seja você um sujeito digno de pena por
não ter experimentado amar ou ser amado, merece, mais do que ninguém, entender
isso, ainda porque, você não irá escapar disso, o que digo é que, todos nós; mais
dia menos dia seremos somente Amor.
O
exemplo é bastante simples.
Tomemos
uma mãe com seu bebê. Um bebê planejado e esperado; perfeito e completo. Tente
entrar, vestir essa mãe, tente absorver os sentimentos maternos dela. Desfaça,
neste instante, todos os humores que possam torná-lo uma pessoa abjeta ou desprezível;
não deve ser muito difícil – ambas as ações. Então, imagine-se ela, e, de posse
disso; force até essa mãe, uma pessoa que é todo estado iluminado devido ao
filho desejado, ter para com o bebê um sentimento outro que não o amor mais
puro incondicional e desprendido que se possa conceber. Você consegue fazer
este exercício? Acredito que qualquer um de nós consiga, porém o que acredito
ser extremamente difícil para não dizer impossível, é que você consiga
construir mentalmente um exercício próximo ao crível, aramado de sentimentos de
aversão, de desdém de desapego, ou de desleixo para a criança. E observe que
usei uma série de adjetivos, mas em nenhum momento usei o ódio, e isso foi de
propósito, afinal seria muita covardia exercitar o ódio nesta cena, - até
porque, tal nível de construção, somente poderia nascer de uma mente doente; o
que não é o caso de trazê-la para esta experiência. Assim, esse arquitetar,
independentemente da força contrária a ele ou a essa ideia, definitivamente,
não tem a menor chance de acontecer. Em condições de normalidade, não é natural
conceber minimamente a possibilidade de uma mãe alimentar qualquer má vontade a
este ente indiscutivelmente querido, perfeito, e totalmente puro.
Vale
lembrar que esse é um exercício de percepção, ou seja, por mais que existam
aqueles de partidos contrários a que esse vislumbre possa tornar-se possível,
ele continuará fazendo sentido no que representa.
Agora,
continuando, direcionemos nosso pensamento para outro ponto – essa é apenas
para aqueles que não sabem o que é isso: é possível acreditar que somente às
mães, - e para sempre - será dado o privilégio de amar nesse nível conhecido? Quero
acreditar que não, assim como, que todo o plano deve caminhar para a construção
na qual todos nós um dia sejamos parte desse Amor incondicional. As mães são as
privilegiadas agora, mas isso se deve ao fato de que nós, filhos, deveríamos
passar por isso, e a partir de então, entender todo o processo. As mães, na
verdade, fazem o papel de disseminadoras da Semente do Amor Incondicional, e
aqui está o segredo da responsabilidade de toda mãe.
Por conta disso, é acertado afirmar que,
atingido o Amor Verdadeiramente Incondicional, todos os outros sentimentos
alheios a Ele desaparecem, e também é por isso que jamais devemos ser culpados
por nossa ainda estupidez de olhar para qualquer outro ser vivo com algum
objetivo torpe, justamente devido a esta estupidez. A estupidez é um estado de
espírito, é a falta de amor, é a inveja, é o desconhecimento, é a ignorância, é
o medo e é justamente esse medo, somado ao orgulho, que não permite que aquele
que ignora entenda nem mesmo estas palavras, muito menos o amor. E então ele
pensa a perpetuação da infâmia e da contrariedade, e aqui estou utilizando a
palavra “pensa” porque o pensar é mental e o amar é sentimental, vem da alma do
espírito, da conectividade incessante e ininterrupta com uma energia maior que,
uma vez atingida jamais cessa, porém, o que viemos fazendo ao longo do existir
é suprimindo-a com nossos pensamentos contaminados.
É
possível a alguém que não ama chegar ao Amor; porém jamais existirá alguém que
amou de verdade voltando-se para o ódio. Isso é simplesmente impossível. E é
justamente por isso que assistimos ainda, uma série de covardias, mesmo contra
pessoas que somente tem Amor no seu coração. Porque elas entendem os covardes
estúpidos, já eles as querem destruir. Porém, os primeiros também entendem que
não há destruição uma vez no amor, porque, ao atingirmos o Amor entendemos que
tanto quanto o Amor não pode ser jamais destruído, diferentemente de seus
sentimentos antagônicos, quem ama atinge também a condição de
indestrutibilidade. Ele será então para sempre tal qual o sentimento escolhido.
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