sábado, 30 de maio de 2015

Corporativo


Quem pensa que não está só; só está nesse pensar

Ele não sabe de nada, porém lá está; por um destes tantos acasos políticos ou por conta de ajustes ou conspirações univérsicas tão alheias quanto a nós desconhecidas que conduzem “indevida” ou “acidentalmente” todo o desavisado. Ele quer, mas apenas isso. Não sabe o que. Amparado por seus iguais superiores no que se refere às quatro paredes, é suportado; no minúsculo cubículo que os contém. E segue-se a rotina burocrática.

Aqueles, conhecedores maior do riscado, vão aos pouco deixando-o, seguindo cada qual as oportunidades que invariavelmente atingem partidários de interesses comuns; e paulatinamente, nosso desafetado personagem vai tomando posse do reservado inóspito e inerte, até que um golpe de sorte o atinge e então, como aqueles que sabiam que ele nada sabia e também, nada fazia para isso mudar, mudaram. Outros que a realidade segredada dentro dos biombos desconheciam, dão a ele oportunidades que nem a seus antigos colegas seria correto fazê-lo.

Agora sim, mais esnobe do que jamais fora, distribui sorrisos de desdém entre outros pares que não precisaram ser consultado à promoção indevida, ainda que continue esquecendo que, com ele, nada mudou. Seu estilo lesado, agora a frente, - fama que o antecede -, não esconde o que ele sempre foi.


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