Quem pensa que não está só; só está nesse pensar
Ele
não sabe de nada, porém lá está; por um destes tantos acasos políticos ou por
conta de ajustes ou conspirações univérsicas tão alheias quanto a nós
desconhecidas que conduzem “indevida” ou “acidentalmente” todo o desavisado.
Ele quer, mas apenas isso. Não sabe o que. Amparado por seus iguais superiores
no que se refere às quatro paredes, é suportado; no minúsculo cubículo que os
contém. E segue-se a rotina burocrática.
Aqueles,
conhecedores maior do riscado, vão aos pouco deixando-o, seguindo cada qual as
oportunidades que invariavelmente atingem partidários de interesses comuns; e paulatinamente,
nosso desafetado personagem vai tomando posse do reservado inóspito e inerte,
até que um golpe de sorte o atinge e então, como aqueles que sabiam que ele
nada sabia e também, nada fazia para isso mudar, mudaram. Outros que a
realidade segredada dentro dos biombos desconheciam, dão a ele oportunidades
que nem a seus antigos colegas seria correto fazê-lo.
Agora
sim, mais esnobe do que jamais fora, distribui sorrisos de desdém entre outros
pares que não precisaram ser consultado à promoção indevida, ainda que continue
esquecendo que, com ele, nada mudou. Seu estilo lesado, agora a frente, - fama
que o antecede -, não esconde o que ele sempre foi.
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