sábado, 9 de maio de 2015

O óbvio precisa ser dito?



 O ensinamento transformado em
insight que atinge enfim a mente aberta.

Questionei, e então o mestre; antes mesmo de finalizar a frase, pela enésima vez percebi que não deveria tê-lo feito – o caminho do aprendizado é longo e árduo. Porém era tarde; apenas esperei a lição que ainda uma vez mais viria envolvida em palavras e tons que me arremetiam ao impaciente ingênuo; imaginando quanto ainda assim seria!

“Dizer o óbvio sem assim parecer é a luta daquele que sabe, ainda que disso ou mesmo de todo o processo, poucos pouco ou nada saibam.”

“Ainda outra vez repito: tudo já foi dito. Uma parte de nós que insiste em seguir ruminando alguns códigos, mais são vistos por aqueles que já desistiram, como se estivéssemos envolvidos nas auras do esnobe.”

“Diria então, que revolver o óbvio é um risco de, sobre isso ser questionado; afinal, chegará um tempo em que tudo será esclarecido e, aquilo que hoje parece original, ou novo, será percebido como simplório ou mesmo, bobo, por maior que seja a verdade ali escondida.”

“Mesmo porque, a máxima de que o tempo é senhor de tudo continua mais viva do que nunca – o que chamo de uma premissa sábia abandonada. No entanto, não há como aproveitar o fruto se a hora não é chegada. E tudo gira em torno dessa obviedade, desse padrão surrado. Há algo mais monótono aqui que disso ocupar-se por séculos a fio?”

“E, ainda que pareça inacreditável, precisamos usar também nós, a ferramenta polêmica do ‘é assim que funciona’. Assistindo um filme, ouvi dia desses uma frase bastante interessante, dita por alguém que sabia o que estava fazendo, a seu aprendiz; ‘uma vez aprendido faça e jamais se explique’. É claro que, como em tudo, precisamos entender o contexto. De alguma maneira essa dissertação explica que não estou pronto, afinal, ela, por si só, é uma espécie de justificação.”

“Aquele que sabe, e trabalha com seriedade, reluta em continuar explanando, mesmo o que a muitos é estranho, por também saber ele, que muitos dos seus conhecem tanto quanto. E a vida continua. E também que certos costumes marotos são copiados e utilizados quando e onde menos se espera.”

“Reforço então, que, ao final; também temos nossas expiações, como dizem vocês, e, aproveitando esse palavreado último: devo também, ter jogado pedra na cruz”.


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