Por falar
em paixão - Não há pretensão maior em meu apontar acre quando seu cunho é
direcionado com veemência a uma atenção pontual. Preferiria não ser reconhecido
também sob a pecha de filisteista, aquele que ataca por atacar; um sujeito tapado
e insensível para o sempre revigorar; independentemente dos caminhos a que as
criações escolhem para vingar. Respeito todo mundo e amo acima de tudo a forma
original, muitas vezes avessa ao meu entendimento, que avança sem se dar conta
de força contrária alguma. Meus ataques são tão somente fruto da minha energia
exacerbada; de uma força que, no papel, não pode ser contida ao que se presta: expor,
manifestar e negritar a indignação com o observado; ao que vem acontecendo em
detrimento de ações que particularmente não alcanço. Talvez se entendesse as
aceitasse. Somente por isso me valho aos registros; fruto também da minha
ignorância: não têm uma vontade de punir, até porque não detemos esta força;
até onde aprendi o universo é abundante também aí: em criar instrumentos justos
e honestos para esse fim – e dos quais não estou livre. Confessionalmente, as
contrariedades, inequivocamente, afora minha parvice, carregam apenas o peso do
desabafo.
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