O conceito
de Arte Pura veio desaparecendo à medida que a comercialização, a coisificação
e a massificação, paulatinamente engolfaram tudo sobre o que assim entendíamos sob a capa brutalizada da
precificação.
A arte é a
possibilidade do que em algum tempo julgamos impossível; isto significa que a
arte precisa urgentemente ser observada sob outros aspectos. A excelência é
uma arte, no entanto ela precisa assim ser julgada fora dos padrões
corporativo/comercial, aqueles onde são camufladas arestas nocivas ao serem
apresentadas ao público alvo.
... e somente a partir daí será possível observar A Arte, que, por ter passado incólume ao predador maior do planeta: permanece incógnita.
Íntegra por
décadas. Livre das contaminações comuns à maioria de nós; prolífica;
multiplicou-se em nosso entorno sob as mais variadas nuances e matizes de
belezas naturais e ainda virgens à percepção humana atrofiada.
Cuidado - A Arte deve ser tratada como o bom voluntariado; com gratuidade. A Arte é um dom; uma graça, portanto, negociá-la sob a veleidade de uma mercancia ordinária é um sacrilégio.
Acreditamos
que jamais A Arte se amofinou neste abandono. Com a humana falta de cuidado. A Arte somente não esteve sendo observada sob os olhos da evolução. Até então a observamos com os olhos práticos da técnica que evidencia o negócio de
conveniência. Moldados e trabalhados, estes sim, construídos por artífices do
convencimento.
*
A forja - A habilidade é Arte pura; a criativa ou a destrutiva, bem como a política na sua forma pura, por exemplo. Da engenhosidade da construção até a ação daí resultante. Na música temos notas perfeitas e harmônicas que tocam almas e ouvidos indistintos. Esporádicas ou inexoráveis, neste mesmo contexto, temos feitos aleatórios que alcançam sentidos de teor semelhante significando A Arte genuína no sentido mais puro.
*
Exemplificando
Nietzsche É Arte...
Do ponto de vista de que A Arte é
mais observação e leitura pessoal.
A partir do instante em que seu discurso (o manifestar),
sua genealogia é e evidencia o atemporal e a discussão se torna vã, isto nada
mais é que Arte Pura. Tudo o que daí se origina não é o poço, mas a percepção, o
estado de espírito, a sapiência do que buscou a fonte.
*
Elã - Uma vez eliminada a presunção,
será A Arte a tirar o homem do caos hediondo a que está fadado.
*
De dialectica - Aludindo à “Das Bodas de Mercúrio” podemos inferir que a arte (praxis) como prática não é um conceito
desconhecido o que torna as observações aqui derivadas em sua vontade maior de
forma alguma como uma vontade oportunizada; levando em consideração que o mais
empenhado pesquisador finalmente entenda a proposta. A partir deste aval
incondicional é nos permitido referendar que em síntese, o que temos como
evolução humana abandonou a essência da busca, derivando-se para a boa técnica
até desviar-se à perniciosa do: laborar produtivo, não primando unicamente a
habilidade (techne), mas a vontade de
agenciar aglutinando todo o estado da coisa público/política, rompendo a lei
natural pétrea que afere mais responsabilidade aquele com maior poder (macht)
abandonando então a Essência (essenz)
prática como Arte.
Da série;
sim, ao abandono à literalidade
Das Bodas
de Mercúrio - “A presença dessa ideia de dialética entre o final do mundo
antigo e o início da nossa era, documentada de forma tão plástica pelo De
nuptiis, é posteriormente confirmada por outros textos muito difundidos na
Idade Média, em que é possível reencontrá-la, como as Institutiones de Aurélio
Cassiodoro, as Etymologiae de Isidoro de Sevilha ou o De dialectica de Alcuíno.
Podemos recordar também o De dialectica (ou Principia dialecticae), obra
bastante difundida, de autenticidade duvidosa, mas talvez de santo Agostinho,
que define a dialética como a disciplina disciplinarum ou a scientia veritatis.”
(Blog, 29.10.2016)
Homenagem a Hermes e Mercúrio
014.r cqe