sábado, 15 de junho de 2019

“Rocketman”




Então tivemos novamente aquela discussão!

E ela era tão tola que não consigo descrevê-la!

Ontem foi meu jeito, antes de ontem minhas unhas.

Você sabia que não era perfeito e que não descanso!

Luto com todas as minhas forças para mudar.

Ser um pouco mais próximo do que cada um quer.

Mas esta é ainda uma terceira via.

Sou o que não sou e querem me transformar ainda mais.

E o que realmente desejo ser; preciso acomodar mais fundo.

A força que finjo possuir não engana a ninguém.

Mas vocês fazem vistas grossas por conta da boa vida!

Sair de onde estou e cruzar a ponte até vocês!

Talvez um único passo que tentarei não dar por não querer.

Minhas vontades são caladas nas drogas e no sexo.

Um estado que os desagrada, ainda que evitado.

Na cama ou drogado, se fora do palco, sou aceitável.

A forma escolhida para me manterem eternamente afastado.

Os acertos chegam sempre com o enredo pronto.

As únicas respostas que cabem a mim são “sim” e “não”.

Se discordo, então a discussão cessa até um novo ataque.

E estes são covardes, sempre me encontram.

Afinal, quem é o único refém da situação?

Então tudo parece estar bem para o próximo Show.

Então tudo ficará bem se a máscara da felicidade der as caras!

E tudo se ajeita quando as luzes mostram meus sorrisos!

E nas festas minha poltrona estará livre no quarto!

Um que outro vem de quando em vez ver se não morri.

Preocupam-se apenas que ainda não me mate.

Querendo ou não, é o fraco não querido que mantém a grana.

O laço de um ramalhete a aglutinar flores doentes!

“Fiquem de olho nele”, diz o doutor após nova overdose.

E todos se preocupam; ainda não é a hora disso!

Por um momento tudo é esquecido até o reestabelecimento.

Passado o susto tudo volta à normalidade absurda.

Discussões sobre a nova turnê e sobre quão forte estou.

Ah! As hipocrisias que antecedem as assinaturas!

Meu calcanhar de Aquiles é alvejado sem coração.

Meu coração segue batendo, apenas, não sei como!?!

Vazio, e agora doente após todos os esforços.

Apenas um músculo; este é o papel do meu coração.

Amaldiçoado pela mãe e rejeitado pelo pai.

“Jamais conhecerá o que sempre buscou”; o amor externo!

Somos obrigados ao que nos apresenta a vida.

Aprendi que tudo podemos suportar em doses calibradas.

Inclusive não ser amado; “em algum tempo acostuma-se”!

Os excessos me destruíram, desviando-me da normalidade!

Mas um milagre aconteceu com o meu cérebro!

Intacto, é certo que somente cabe a mim, retomar o que eu construí.


“Elton Hércules John”

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