sábado, 15 de junho de 2019

Old news




As fakes News sempre existiram, no entanto somente agora o público comum - como sempre de forma autodidata -, aprendeu a mecânica do objeto, e ao invés de estarrecer-se com o assunto, exerce a única função que cabe a sua ordinariedade patenteada. Portanto o que assistimos agora, não apenas evidencia refletindo sua eterna e incontestável desatenção a este passado. Ou seja: a velha e repetida displicência; a qual, bastante acomodados, somente podemos assistir: como, novamente, vemos um contingente assustador da população lançar mão do mesmo expediente desastroso ao delas também se apropriar divertindo-se perigosamente com uma gama de manipulações originais e perversas tão comum ao já medonho histórico sociológico humano, tornando a novidade absurda em mais um entretenimento, e como sempre, sem a mínima percepção da gravidade a que se está expondo; o que dá ainda mais munição àqueles que sempre delas se beneficiaram.




A comunicação humana sempre foi um desastre a ser capitulado por grandes corporações ou déspotas da vez, no entanto agora ela foi mortalmente atingida; definitivamente, a informação mundial perdeu totalmente a confiabilidade.



Se fosse possível analisar o assunto com seriedade, jamais poderia se imaginar que a máxima, “ouvir antes de falar”; pudesse ser ainda mais negligenciada.




Texto originado após a leitura da resposta de 
Fernando Schüler a uma revista de filosofia:

“Não somos, de fato, uma comunidade. Somos uma sociedade fraturada em visões de mundo muito divergentes e mutuamente excludentes. A solução para isso sempre foi a distância e um relativo silêncio. Tudo isso se perdeu. Nos tornamos uma colmeia barulhenta em que todos falam mas quase ninguém escuta. Para quem quiser entender esse fenômeno recomendo a leitura de Garrett Hardim e seu argumento da Tragédia dos Comuns. O espaço digital é um tipo de propriedade comum, compartilhado por todos. Cada pessoa é incentivada a fazer um uso irresponsável desse espaço. O sujeito joga lá sua fúria ideológica ou seu preconceito e a conta é paga por todo mundo. É este o sentido da fake News. Seu custo, para cada emissor, é zero. Mas, no conjunto, o custo para todos é muito alto. O ponto é que não há solução para esse problema. Teremos que nos habituar a viver em um mundo mais barulhento e instável. O que acredito é que as pessoas se tornarão gradativamente mais seletivas e que haverá uma multiplicação de redes, por afinidade e tipo de interesse. Devagar, vamos reproduzir, no mundo digital, a fragmentação cultural, ética e política que nos define como civilização. Continuaremos os mesmos, talvez com menos privacidade e cercados de mais confusão”.



Uma vez empenhados; se podemos, por conta da nossa propalada ciência, admitir nosso aterrador histórico sociológico. Se apregoamos a todos os ventos nosso poder e engenhosidade dada a inteligência que provamos possuir; por que, na prática, não conseguimos algum tipo de avanço social honesto e conciso?






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