Você tem
uma natureza. Você pode fazer o papel do tirano, mas certamente se rebelará.
Quão energicamente você consegue forçar a si mesmo a trabalhar em manter seu
desejo de trabalhar? Quanto você consegue sacrificar ao seu parceiro antes que
a generosidade se transforme em ressentimento? O que você ama, de verdade? O
que você quer, genuinamente? Antes de poder articular seus próprios padrões de
valor, você deve ver a si mesmo como um estranho – e, então, deve conhecer a si
mesmo. O que você considera valoroso ou prazeroso? Quanto lazer, prazer e
recompensa você requer para que se sinta mais do que uma besta de carga? Como
deve tratar a si mesmo de modo que não mande tudo às favas? Você poderia se
sacrificar na sua labuta diária e descontar as frustrações chutando o cão ao
chegar a casa. Poderia assistir aos dias preciosos passarem. Ou você poderia
aprender como instigar a si mesmo a se engajar em uma atividade sustentável e
produtiva. Você pergunta a si mesmo o que quer? Você negocia justamente consigo
mesmo? Ou você é um tirano, tendo a si mesmo com escravo?
Quando você
deixa de gostar dos seus pais, cônjuge ou dos seus filhos, e por quê? O que
pode ser feito a respeito disso? O que você precisa e quer de seus amigos e de
seus parceiros de negócios? Isso não é uma mera questão do que você deveria querer. Não estou falando do que
as outras pessoas exigem de você, ou de seus deveres com elas. Estou falando
sobre determinar a natureza de sua obrigação moral com você mesmo. Deveria pode fazer parte da equação, porque
você está inserido em uma rede social de obrigações. Deveria é sua responsabilidade, e você a deveria cumprir. Mas isso
não quer dizer que você deva assumir o papel de um cãozinho de colo, obediente
e inofensivo. É assim que um ditador deseja que seus escravos sejam. p92
Como você
precisa que as pessoas falem com você? O que precisa obter das pessoas? O que
está tolerando ou fingindo gostar entre seus deveres e obrigações? Consulte seu
ressentimento. É uma emoção reveladora, apesar de sua patologia. É parte de uma
tríade do mal: arrogância, falsidade e ressentimento. Nada causa mais danos do
que essa Trindade do submundo. Mas o ressentimento sempre significa uma entre
duas coisas. Ou a pessoa ressentida é imatura, e nesse caso deveria calar a
boca, parar de se lamentar e seguir em frente, ou há uma tirania em progresso –
e nesse caso a pessoa subjugada tem uma obrigação moral de não se calar. Por
quê? Porque a consequência do silêncio é pior. Claro, é mais fácil no momento
ficar quieto e evitar o conflito. Mas em longo prazo isso é mortal. Quando você
tem algo a dizer, o segredo é uma mentira – e a tirania alimenta-se de
mentiras. Quando você deveria rechaçar a opressão a despeito do perigo? Quando
você começa a nutrir fantasias secretas de vingança; quando sua vida está sendo
envenenada e sua imaginação se inunda de desejo de devorar e destruir. p93
Você nem
sabia que estava cego. P106
Preste
atenção. p110
...por que
você não deve permitir que seus filhos façam algo que o faça não gostar deles e
por que os antigos egípcios reverenciavam tanto a capacidade de prestar atenção
a ponto de venerá-la na forma de um deus. Orelha do Livro
(...) E se
você não estiver pensando cuidadosamente nessas coisas, então não está agindo
responsavelmente como um pai. Você está deixando o trabalho sujo para outra
pessoa, que será muito mais suja ao realiza-lo. p147
Não deixe
que seus filhos façam algo que faça você deixar de gostar deles. p150
“A religião
não é um fim” A.S.
Tanto para
Nietzsche quanto para Dostoievski, a liberdade – e mesmo a capacidade de agir –
requer comedimento. Por essa razão, ambos reconhecem a necessidade vital dos
dogmas da Igreja. O indivíduo deve ser restringido e moldado – e até levado
próximo à destruição – através de uma estrutura disciplinar coerente e
restritiva, antes que possa agir de forma livre e competente. p201
Busque o
que é significativo, não o que é conveniente. p211
Considere
aquela pessoa que insiste que tudo está certo em sua vida. Ela evita o
conflito, sorri e faz tudo o que lhe pedem para fazer. Ela encontra seu nicho e
se esconde ali. Não questiona a autoridade nem apresenta suas ideias e não
reclama quando é maltratada. Ela se emprenha pela invisibilidade como um peixe
bem no meio do cardume. Mas uma secreta inquietação corrói seu coração. Ela
ainda está sofreno, porque a vida é sofrimento. Ela está solitária, isolada e
frustrada. Contudo, sua obediência e auto obliteração eliminam todo o
significado de sua vida. Ela não se tornou nada além de uma escrava, uma
ferramenta a ser explorada pelos Outros. Ela não consegue o que quer, ou
precisa, porque isso significa falar o que pensa. Então, não há nada valioso em
sua existência para contrabalançar os problemas da vida. E isso a deixa doente.
p222
Se trair a
si mesmo, se disser coisas falsas, se agir de acordo com uma mentira, você
enfraquece seu caráter. Se tiver um caráter fraco, a adversidade o derrubará
quando surgir, e ela surgirá, inevitavelmente. Vai tentar se esconder, mas não
haverá mais nenhum lugar em que se esconder. E então, você se verá fazendo
coisas terríveis. p223
Para Milton
(John Milton poeta), Lúcifer – o espírito da razão – era o anjo mais maravilhoso
já criado por Deus, a partir do nada. Isso pode ser interpretado
psicologicamente. A razão é uma coisa viva. Ela vive em todos nós. É mais velha
do que qualquer um de nós. É melhor compreendida como uma personalidade e não
como uma faculdade. Ela tem seus objetivos, tentações e fraquezas. Ela voa alto
e pode ver muito mais longe do que qualquer outro espírito. Porém, a razão se
apaixona por si mesmo, e o que é pior: ela se apaixona pelas próprias criações.
Ela as eleva e as louva como absolutas. Assim, Lúcifer é o espírito do
totalitarismo. Ele é lançado do Céu pra o Inferno porque tal elevação, tal
rebelião contra o Altíssimo e Incompreensível, inevitavelmente produz o
inferno. p229
Na grande
mentira sempre há uma certa força de credibilidade ; porque as grandes massas
de uma nação são sempre corrompidas mais facilmente na camada mais profunda de
sua natureza emocional do que consciente e voluntariamente ; assim, na
simplicidade primitiva de suas mentes , elas são vítimas mais fáceis da grande
mentira do que da pequena , uma vez que elas mesmas geralmente contam pequenas
mentiras de pequenas formas, mas ficariam envergonhados de usarem de falsidades
em grande escala. Nunca passaria por suas cabeças inventar inverdades colossais
e elas nunca acreditariam que outros pudessem ter a insolência de distorcer a
verdade tão descaradamente. Mesmo que os fatos que provem isso, possam ser
claramente apresentados para suas mentes, elas ainda duvidariam e hesitariam,
continuando a pensar que poderia haver alguma outra explicação. p238 AH Mein
kampf
...as
pessoas frequentemente estão dispostas a gerar muitos danos colaterais para
poder preservar sua teoria. p248
Nunca
subestime o poder destrutivo dos pecados da omissão. p282
Quando
tentado pelo próprio Diabo no deserto mesmo o próprio Cristo não estava
disposto a chamar seu Pai para obter um favor; além disso, todos os dias,
preces de pessoas desesperadas ficam sem respostas. Talvez isso ocorra porque
os questionamentos que elas contêm não tenham sido construídos da forma
adequada. Talvez não seja sensato pedir que Deus quebre as leis da física
sempre que cairmos pelo caminho ou cometermos algum erro grave. Talvez, nessas
ocasiões, não possamos simplesmente colocar a carroça na frente dos bois
desejando que o problema seja resolvido de alguma maneira mágica. Em vez disso,
poderíamos perguntar o que podemos fazer no momento para aumentar nossa
determinação e força de caráter e encontrar a força para seguir em frente.
Talvez pudéssemos pedir para ver a verdade. p366
*
Alguém pode
pensar que uma geração que ouviu incessantemente dos seus professores mais
ligados à ideologia sobre direitos, direitos e mais direitos que lhe pertencem,
oporia-se a ouvir que é melhor focar-se na aceitação das responsabilidades. No
entanto, essa geração de muitos que foram criados em famílias pequenas por pais
super-protetores em parquinhos com chão macio e depois ensinados em
universidades com “espaços seguros”, que não precisa ouvir coisas que não
queira – educada para ter aversão ao risco -, tem agora, em seu meio, milhões
que se sentem entorpecidos por essa subestimação da sua resiliência potencial e
que abraçaram a mensagem de Jordan de que cada indivíduo tem uma
responsabilidade fundamental a assumir; de que para viver uma vida plena é preciso
primeiro colocar a própria casa em ordem e, apenas então, será possível
sensatamente pretender assumir responsabilidades maiores. A extensão dessa
reação frequentemente levou nós dois às lágrimas.
Dr. Norman Doidge
“O que nos
causa problemas não é o que não sabemos. É o que temos certeza que sabemos, e
que, ao final, não é verdade.”
Mark Twain
*
“Aquele
cuja vida tem um porquê, pode suportar quase todos os comos.”
Friedrich Nietzsche
*
“Nenhuma
árvore pode crescer até o Céu, a menos que suas raízes desçam até o inferno.”
Carl Gustav Jung
No livro
12 Regras para a Vida,
de Jordan B. Peterson
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