A arte é a porta de
entrada, o acesso do indivíduo entregue; à liberdade. Não a conseguimos fora
desta instrumentalização aqui neste plano.
Inicialmente, aqueles
que se dedicam ao novo, ao diferente, obrigatoriamente mantem-se consonantes e
dependentes do externo; da opinião alheia. Atentos sobre o caminho escolhido
estão conforme a aceitação de todos; se há concordância de opiniões. Se há a
aprovação e o sempre, aqui, execrável elogio.
À medida que o autor
se desprende da massa humana e começa a incorporar-se a massa fabril, a
universos outros; a portais, ao plano – não egoísta - que individual e
misantrópico industria, tem sua alma aflorada para este externo que vive a
iminência de uma nova pureza.
A Arte é muito
Superior ao querer humano, não há como explicar muito menos discutir esta
sentença – por conta disso assistimos o absurdo das mariposas em volta da luz;
todas querendo transcender o que não pode ser compreendido.
Insights de toda ordem
atacam aleatoriamente previsíveis e raros autores, e podem leva-los a loucura
humana, sim, porque a primeira loucura, a insanidade que aflora é a artística e
não é possível controla-la, mas é importantíssimo lançar mão de todo o tipo de
expediente para não surtar, para isso, é preciso abandonar totalmente o
externo. O Grande Artista vive com o externo, jamais no externo humano; isto
não é mais possível. Ele precisa chafurdar – quando não há escape - o velho baú empoeirado em um canto de entulhos para sacar a máscara manjada que o
apresentará como um antigo humano que fôra. Ao contrário será trancafiado em um
hospício como um louco comum. O ordinário jamais aprova o raro; o Louco
Artista Real. Nos protocolos sociais eles não são possíveis.
A este infeliz resta o
limbo da falta de coragem para assumir-se; a mediocridade da arte atrofiada que
sobrevive de alguns poucos elogios frente a aplauso algum ao Louco Artista.
Este se basta; o
infeliz por sua vez continua seu arrastar entre as vielas da mendicância e não
raro se entrega as loucuras humanas que tragam todos aqueles que não ousaram
libertar-se.
“só
para os raros”
Ventania
017.s cqe