sábado, 8 de fevereiro de 2020

Louco Artista



A arte é a porta de entrada, o acesso do indivíduo entregue; à liberdade. Não a conseguimos fora desta instrumentalização aqui neste plano.


Inicialmente, aqueles que se dedicam ao novo, ao diferente, obrigatoriamente mantem-se consonantes e dependentes do externo; da opinião alheia. Atentos sobre o caminho escolhido estão conforme a aceitação de todos; se há concordância de opiniões. Se há a aprovação e o sempre, aqui, execrável elogio.


À medida que o autor se desprende da massa humana e começa a incorporar-se a massa fabril, a universos outros; a portais, ao plano – não egoísta - que individual e misantrópico industria, tem sua alma aflorada para este externo que vive a iminência de uma nova pureza.




A Arte é muito Superior ao querer humano, não há como explicar muito menos discutir esta sentença – por conta disso assistimos o absurdo das mariposas em volta da luz; todas querendo transcender o que não pode ser compreendido.



Insights de toda ordem atacam aleatoriamente previsíveis e raros autores, e podem leva-los a loucura humana, sim, porque a primeira loucura, a insanidade que aflora é a artística e não é possível controla-la, mas é importantíssimo lançar mão de todo o tipo de expediente para não surtar, para isso, é preciso abandonar totalmente o externo. O Grande Artista vive com o externo, jamais no externo humano; isto não é mais possível. Ele precisa chafurdar – quando não há escape - o velho baú empoeirado em um canto de entulhos para sacar a máscara manjada que o apresentará como um antigo humano que fôra. Ao contrário será trancafiado em um hospício como um louco comum. O ordinário jamais aprova o raro; o Louco Artista Real. Nos protocolos sociais eles não são possíveis.



Não entender esta dicotomia é fatal.
A este infeliz resta o limbo da falta de coragem para assumir-se; a mediocridade da arte atrofiada que sobrevive de alguns poucos elogios frente a aplauso algum ao Louco Artista.


Este se basta; o infeliz por sua vez continua seu arrastar entre as vielas da mendicância e não raro se entrega as loucuras humanas que tragam todos aqueles que não ousaram libertar-se.


“só para os raros”
Ventania




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