sábado, 25 de julho de 2020

Caminhos paralelos; Da Meta e da Física



Enquanto vivos – e não sei quanto precisar; após a morte também – uma vez garantido algum resquício de pensar próprio temos a opção de trilhar dois caminhos paralelos, distintos e em alguns trechos, opostos.



Normalmente não sabemos, não temos conhecimento desta dualidade, desta dicotomia, desta ambiguidade peculiaríssima a principio e inegavelmente lúcida, assim que assumida.

Aos nascer somos apenas mais um a trilhar a luta pela sobrevivência – não tenho informações sobre pais que falam sobre esse assunto aos filhos – no entanto, após algum tempo, para a maioria de nós o processo passa a não fazer sentido. Há uma revolta, a princípio gratuita, a causa não é detectável. Se se têm recursos somos direcionados e paramos nas mãos de especialistas; invariavelmente apanhamos e seguimos calados ou nos tornamos irascíveis, porém a maioria de nós se ajusta a passividade ordinária, ainda que inquieto; praticando pequenos delitos previsíveis e necessários ao suportar-se ou mais aferrado à revolta calada: a seguir um trilhar dualista, camuflado, utilizando-se de duas identidades, lançando mão de máscaras dicotômicas bem trabalhadas inversamente distintas.



Pelo sim, pelo não; os motivos são os mais diversos. Respeito à família; os especialistas fizeram o dever de casa; devotaram-se a religiões; uma vida material que supriu e calou a revolta, mas todos carregam um apêndice de inconformismo e volta e meia existem escorregões, logo abafado, ou corrigido, como se o manter o equilíbrio, o “balance” – não carregar a pecha de instável -, é a única solução para não se entregar ao desespero.

Com certeza, variadas anotações do comportar humano apontadas em teses de psicologia e defendida nas entrelinhas por sociólogos, assinalam em algum momento, que nossas patologias físicas ou psíquicas advêm deste conformar-se, desta oposição encalacrada, não trabalhada, não enfrentada com a energia devida.



Tenho comigo que isto, este mal estar, esta inconveniência, reside na negligência suprema do ser humano se tornando a primeira entre todas as faltas do indivíduo: não dissociar estes caminhos; a segunda; não assumi-los.




Coexistimos na terra sem a coragem, sem a ocupação em abraçar a certeza de que viemos de algum lugar e, que em outros tempos, existimos também.

Nossas civilizações têm sido trabalhadas de forma a não nos religarmos, não nos conectarmos a esta outra verdade; vem daí o desconforto.




Primeiro porque tudo aqui está direcionado a vida material, a socialização, e deste caldeirão de costumes, raças, necessidades e vontades, não é fácil concatenar os dois caminhos; para a maioria de nós é impossível. Principalmente porque há muito estamos equivocados sobre o fator; Deus.

Primeiro; Deus não poderia nem ser aventado – não como o fazemos. Não está escrito; “não pronuncieis o Nome de Deus em vão”. Portanto, não deveríamos, enquanto não soubéssemos como respeitá-Lo verdadeiramente, pronunciar Seu Nome.

Segundo; não é questão de religião.



Uma vez cientes, não temos necessidade alguma da existência da religião como a construímos. Nosso viver em estado de graça deveria ser a mais autêntica e sagrada forma de religião.

Terceiro; aprender sobre como fazer, como proceder; a dicotomia dos dois caminhos, e qual a melhor forma de manifestar esta nova representação.



Assim que o indivíduo aprende e consegue este feito há uma espécie de mesclar e ele não terá mais oposição alguma, ele estará curado – ao menos - deste obscurantismo.

Aqui há que se abrirem parênteses para um paradoxo, quase tão inexplicável quanto de difícil entendimento. O indivíduo, após apreender sobre as regulamentações que regem O Sistema como um todo, - é claro, do que pode ser esclarecido uma vez aqui – continuará agindo como sempre, executando seus afazeres como se nada tivesse acontecido, - mesmo sofrendo com as agruras cotidianas - no entanto sob uma representação lúcida, afinal, atingido este estado de compreensão não existe mais o fardo da oposição, ele sabe agora que tudo não passa de um processo tão simples quanto impossível de ser, a priori, entendido.



Um caminho já conhecemos, que é o trilhado socialmente, com todas as nossas obrigações e responsabilidades, mas precisamos entender, quando possível, sobre o outro caminho - a responsabilidade maior -, e este está conectado com o que o universo todo, o infinito, vem trabalhando desde nossa não existência individual.

As dificuldades são, assumir que #HáMais, e que fazemos parte deste infinito. Não há um por que para qualquer mudança externa ou descontinuar com nossos afazeres normais, no entanto, há um ganho interno e finalmente o tão necessário autorrespeito, e, a partir daí, consciente da segurança de que agora, nosso comportamento é pautado por um conceito de continuidade.



E deste conscientizar, rever todo o processo de valores se torna uma meditação cotidiana; da não comparação, da igualdade, da valorização da vida como uma experiência extraordinariamente única; e claro, do Amor.



 

Antes da iluminação o discípulo corta lenha e carrega água,

uma vez alcançada, o discípulo corta lenha e carrega água.

 

Dedicado ao Tardo

Nosso Eterno Dragão

“Bhonachinho”

ou Drako; Tardo

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Dinheiro; apenas um estado


Apenas aquele que não tem problemas quer dinheiro; quem está realmente sofrendo com as adversidades da vida ou entendeu a mecânica do existir, nem sempre lembra dele ou entende que um aporte maior de recurso financeiro possa resolver a situação.




Apenas quem procura problemas ou ainda não sabe administrar seus desejos deseja mais dinheiro.


Tratamos o dinheiro como a maioria das religiões; chegamos neles e nos deixamos cegar quando na verdade ambos devem ser tratados apenas como um estado a ser alcançado e superado, mas boa parte de nós fica embriagado ou equivocado entendendo neles um fim enquanto não percebe a dinâmica do enredo.




A humanidade apegou-se ao mito dinheiro, que é uma ideia prática fantástica e importantíssima, porém se deixou levar por aqueles usurpadores de ideias. Estes criaram ilusões paralelas fazendo com que muitos dos seus sintam necessidades que só poderão ser aplacadas com mais dinheiro; este ciclo pernicioso, este vórtice, quando apanha o desavisado, não é possível evita-lo sem um despersuadir ainda mais importante.






Precisamos definir antes e verdadeiramente o que queremos, se isso é casar, ter filhos, constituir uma família, muito bem, isto será feito, porém, todo um processo envolve este processo, e nem sempre saberemos como lidar com ele, e mais, ainda que milhares de pessoas cheguem a velhice, pessoas que conquistaram este propósito igual ao seu, ainda assim eles morreram frustrados, e por que? Porque não é possível imaginar uma família perfeita sem os cuidados necessários ao longo do caminho, cuidados estes que demandam planejamento constante, revisões, alinhamentos e correções aos quais nem sempre estamos suficientemente focados para os ajustes devidos.




O que você quer? O que você quer realmente entre meio ao que você diz querer, isto é, o que você quer no meio do caminho que o teu querer principal lhe proporcione? Está não é uma questão de resposta simples.





Quanto falta a cada um de nós perceber que os badulaques periféricos ou as “interferências” do propósito maior não são, nem de longe, levados em consideração.

A paz interior é bastante egoísta se observada sob o prisma deste plano, porém, ela é extremamente importante se você procura, apaixonadamente, algo próximo ao resgate de seres humanos amados; porque, se todos estão se afogando sem ninguém para jogar a boia, é bem possível que isto aconteça, porém, se um ou dois consegue chegar à margem, é mais provável que eles tenham condição de salvar um ou outro.

 

Inspirado em uma palestra de Maharaji (Prem Rawat)



Do livro;

Dos contos que não contarei

e dos contos que parei de contar



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Amontoado de crimes






As gerações são dobradas em menor tempo no teatro sócio político, onde a seguinte, por conta do elevado volume de crimes e injustiças, não consegue agarrar àqueles bandidos, afinal estão enleados com os meliantes da vez; vem daí não haver julgamentos concretos muito menos correção dos sistemas.




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sábado, 18 de julho de 2020

Preparado para verdades outras





Conheço boa parte da verdade possível a este plano, fração necessária a sustentar o equilíbrio entre a parvoíce e a loucura.




Chega? Não.

Está de bom tamanho.

Estou satisfeito? Não.




Por isso pratico insistentemente o pensar; com ele vou ajustando meu discernimento a ponto de, após a curva, estar um pouco melhor preparado para verdades outras que agora não seriam práticas frente ao que preciso ruminar.

Conhecer além do necessário ao bem viver é peso desnecessário a tomar espaço das gargalhadas, por exemplo; algo que não ocupa espaço e alivia a carga.



Homenagem à

Prem Pal Singh Rawat





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Distinções; Força ou força.


Busque aprender como reconhecer os mais fortes




Aprenda verdadeiramente como reconhecer e então, acerque-se de pessoas fortes. Diariamente, pratique o exercício de arriscar-se em meio às pessoas responsáveis.




Instintivamente, o fraco procura o forte para algum tipo de proteção. Precavenha-se quanto aos tipos mais comuns: os pseudos fortes; estes preferem os fracos ao redor, daí, somente em seus redutos continuarão parecendo superiores.





Ocupe-se a não disposição gratuita, observando que um amontoado de pessoas em torno de um grupo organizado pode esconder uma armadilha cujo descuido de muitos alimenta o que parece ser a força de poucos.





Esforce-se caso pertenças àqueles fracos aliados a estes últimos ou que ainda não despertaram para suas inegáveis condições seguindo impossibilitados de praticar o exercício aqui enunciado.

 


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Introspecção!?! Bah!


Nem obrigados, muito menos entendendo a oportunidade gratuita do momento conseguimos otimizá-la a nosso favor.

Grandes escolas dedicaram centenas de anos para chamar o homem à introspecção.



Temos agora, frente ao grande risco sanitário, ao menos alguns de nós, a oportunidade única de persegui-la; e o que fazemos? Ao que nossa insanidade nos apresenta? Ao empacar. Um empacar nada autêntico – nosso; especial; importante -; dinâmico submetido; quando visto ao longe engana olhos desacostumados ao assistir-nos lutando como se parecêssemos animais detentores de alguma vontade nobre, a sair do isolamento.

Nada. Trata-se de mais uma revolta dos ignorantes. Sem a mínima observação do que estão a fazer, desembestam a roldão a comprar teorias rasteiras, assumindo àquelas a casar com suas opiniões tacanhas.

Por que preferimos arriscar nossas vidas retornando constantemente às tolices do cotidiano a nos recolhermos até o ponto de acessarmos nosso Eu Verdadeiro, acordar o Guia que reside dentro de nós ao invés de continuar nos guiando por todos aqueles que, como nós, estão também desnorteados.

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sábado, 11 de julho de 2020

Extensão da pena


Seríamos apenas uma extensão da pena, nós, que a ela nos dedicamos?




O que pensamos e apontamos é de exclusividade nossa ou a cada dia mais, agrega históricos outros, vontades outras e tão somente lapsos de individualidade?

Seria algo como uma Consciência Coletiva, resultante da miscelânea de existências atemporais, a maior credora do meu apontar?



Até onde me aproprio do que convenciona-se aqui, ser do autor, sem o menor discernimento dos limites do meu pensar?

E se tudo me é ditado sendo eu somente mais uma ferramenta; uma extensão da pena?


Quem sabe não sou mais um mediador intuitivo, alguém que ao contrário do agente especial limitado fisicamente, detém uma conexão, um lapso em alguma volta espiral qualquer do DNA ou uma sinapse atrofiada bypassada, que, ao contrário de fazer sofrer quem observa, faz sofrer alguns daqueles a captar minhas patologias intrincadas entre aforismos?


Se independe das esferas seu alinhar e o sol estar onde está para condicionar a vida, que posso eu pendurado na ponta da teia sobre a natureza?


Quanto me jacto em oras e vivas terceiros quando em algum tempo gozam em jatos outros, sobre o que ignoro?



Terei vergonha então Lá?



Como readquirirei o pudor que enrubesce - o único voucher a permitir a circulação sã -, para baixar a cabeça frente aqueles que pertencem a Hermes e Mercúrio?


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Cuidado; palavras
















Nós, que adotamos como hobby a brincadeira do exercício com as palavras precisamos prestar atenção em algumas delas antes de aponta-las; para exemplificar temos o Amor; Deus; Jesus; Religião; entre as mais importantes.





O viés, o contexto, o pretexto, as mensagens subliminares, o estilo, as intenções e ao final, tão tosco quanto possível: uma insinuação ao livre exercício; quanto peso carrega às costas o exercitante quando não consegue se enclausurar em sua causa própria? E caso venha acessá-la; como discernir o que aí é genuíno da carga? Daí, até onde o estilo foi forjado and so on?

Abandonado a própria sorte ou regrado as vaidades e orgulhos comuns ao caminho do pensar; aos amores e paixões; as lutas inglórias entre vontades e necessidades mescladas entre próprias ou externas; insuperáveis infernos pessoais; seu inegável histórico, amado ou não, temperado ou não, assumido ou não.



Quem poderá apontar, um sequer, a ponderar uma frase, um aforismo, um texto observando não o querer próprio, mas deste infeliz em meio ao turbilhão agora minimamente deslindado!?!




Como; se o que observa não passa de outro pobre diabo – independentemente de seus porquês e formação!?! Como lutar contra ou a favor?



Algum qualquer destituído de narcisismos, ou sem resquício algum de pedantismo – impossível - que possa demonstrar como desistir? Como permanecer impassível? Como lembrar de tudo na hora?




A escolha das palavras, seus pesos e significados sempre abrangendo determinado universo peculiar, próprio, singular e honestamente único, a carregar toda a carga histórica de pesquisas, conhecimento e intenções àquela situação particular.



Sempre quando determinadas palavras que somente a primeira vista pertencem às elementares figuram no apontamento, alguns autores precisam entender que pesadas portas são cerradas após serem pronunciadas, algumas mesmo, escancaradas, porém as aberturas dificilmente concatenam com sua simbologia comum ou sentidos e significado originais de cada uma delas...


E o que defenderá o autor em situação acuada - Análises se dão a esmo?

Ele próprio.





Não há que esperar no outro. Após rigorosos e infindáveis invernos, a dureza fria das verdades enfrentadas será o salvo conduto do ser pronto a dar as costas a todo e qualquer criticar que dissocie o escopo construído do amalgama que o forjou.





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