sábado, 11 de julho de 2020

Extensão da pena


Seríamos apenas uma extensão da pena, nós, que a ela nos dedicamos?




O que pensamos e apontamos é de exclusividade nossa ou a cada dia mais, agrega históricos outros, vontades outras e tão somente lapsos de individualidade?

Seria algo como uma Consciência Coletiva, resultante da miscelânea de existências atemporais, a maior credora do meu apontar?



Até onde me aproprio do que convenciona-se aqui, ser do autor, sem o menor discernimento dos limites do meu pensar?

E se tudo me é ditado sendo eu somente mais uma ferramenta; uma extensão da pena?


Quem sabe não sou mais um mediador intuitivo, alguém que ao contrário do agente especial limitado fisicamente, detém uma conexão, um lapso em alguma volta espiral qualquer do DNA ou uma sinapse atrofiada bypassada, que, ao contrário de fazer sofrer quem observa, faz sofrer alguns daqueles a captar minhas patologias intrincadas entre aforismos?


Se independe das esferas seu alinhar e o sol estar onde está para condicionar a vida, que posso eu pendurado na ponta da teia sobre a natureza?


Quanto me jacto em oras e vivas terceiros quando em algum tempo gozam em jatos outros, sobre o que ignoro?



Terei vergonha então Lá?



Como readquirirei o pudor que enrubesce - o único voucher a permitir a circulação sã -, para baixar a cabeça frente aqueles que pertencem a Hermes e Mercúrio?


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