domingo, 29 de novembro de 2020

Homem humano

 


Desculpe a comparação; não sou afinal nenhum Maradona da escrita! Ah! O velho desculpar humano. Isto o sou; definitivamente.


Assistindo as mais justas homenagens às despedidas à Maradona vem-me a mente os grandes ladrões; bandidos de colarinho branco, que roubam muito mais do que podem gastar para que possam pagar - se necessário -, suas liberdades ao final da vida; caso necessitem de advogados para completar, ou melhor, oficializar suas mentiras, seu histórico mentiroso.


Maradona fez demais; um gênio, claro. E foi tão lindo o que ele fez com La Pelota que qualquer um que o associe ao homem que se tornou, não o ama de verdade.


Inegável não o associarmos a um homem especial, e isto por si só; o que ele fez ao seu povo, ao menos para nós mortais, deve ser o que conta; o que soma a sua e as nossas vidas no que diz respeito às costumeiras – e muitas delas tão merecidas quanto obrigadas - observações terceiras.


A alegria que ele proporcionou a milhões de pessoas é o que deve permanecer nas nossas mentes, a diferença dele para um larápio está no fato de que ele deu muito mais do que recebeu e seu histórico lindo suplanta infinitamente o homem humano de forma que ele não precisa de especialistas para mostrar o quão fantástico foi enquanto usava apenas os dons que somente os deuses possuem quando se esquecem de que são humanos.



052.t cqe

sábado, 28 de novembro de 2020

Manutentores de Universos







Insistimos em pensar nosso momento como seres humanos, o observando como crucial, resoluto, único e derradeiro e então fatal.






Aos vinte e poucos anos, quando estava iniciando no universo da espiritualidade, o ponto que decidia minhas dúvidas sobre não ser aqui um estado estruturado com início, meio e fim se valia ou recaia sobre o absurdo de vivermos sete ou oito décadas, boa parte muito menos, e então tudo se acabar em um sopro.




Fui desenvolvendo meu aceitar a espiritualidade até chegar a certeza de que não é possível assistir, observar as evidências de situações, manifestações auspiciosas para alguns tantos e nunca, nada, para a maioria de nós. Somos, todos, possuidores de alma e espírito, e isto deve ser a essência para mantermos latentes vontades para entender o porquê destas aparentes discriminações. 



Esta é minha proposta razoável para a questão. A partir desta constatação não encontro argumentos que demovam meu espírito, não vejo como possível acordar sob o véu do fatalismo da finitude. Mas o contrário sim ficou claro: brindar a abundância da Vida – do Existir Infinito - descartando completamente o absolutismo da vida terrena. A partir desta mecânica simples criei meu apoio material/empírico para abandonar a finitude da vida; agora, envolvido completamente com a infinitude do Todo.




Digo “proposta razoável” para encurtar o assunto, para deixá-lo minimamente deglutível, porque nestes mais de trinta anos, desde então, “coisas aconteceram”.





Este preâmbulo é um esquenta para uma percepção que vem ganhando força nos últimos dias.





Mudança de percepção - 
Tinha até então a formação de um mundo melhor a partir daqui – e ainda entendo que “eles existam” – mas algo despertou esta semana para um “ambiente” totalmente adverso a um mundo como o conhecemos aqui; com uma forma de governo, povo ou súditos, classes trabalhadoras etc.



Um carinha, quando no despertar puro e atento para este caminho há mais de duas décadas, repetia sempre que ele não pensava no depois, pois aquilo poderia ser plasmado ou coisa que o valha. Ele tem razão, porém podemos ampliar esta afirmação, esta assertiva, colocando a expressão “ainda”; ainda não é hora de imaginar um “depois”, quero dizer, era importante adquirir um mínimo de entendimento antes de construir ideias compradas sem o cuidado devido.



Voltando; até onde imaginei a possibilidade de mundos mais perfeitos - e entendo que existam aos milhares -, a partir dessa mudança de percepção: eles não precisam ser minha única escolha, digo, um deles, ou determinado “lugar” cujos limites terrenos são levados precipitadamente a imaginar, ao comprar a ideia de grupos sem fim; à exemplo daquele cujas águas correm leite e mel – espero que isso seja uma figura de linguagem, quem é que quer um rio desses próximo de casa!?!




Nosso agora, inegavelmente, pode ser comparado a uma cela. Estamos presos a um corpo material e somos ou estamos obrigados a exemplo das lagartas que se aglomeram; obrigados a nos virar por determinado tempo, conseguindo o sustento e voltando ao amontoado de grupos afins.




Era preciso entender que isto é apenas uma fase e é muito pouco, ou ao menos muito pouco promissor se não levantarmos a cabeça e olhar além do véu ou das sombras, dos espectros, das distrações; até que em algum momento pudéssemos nos perguntar; como entender a data de validade das representações a que estamos expostos?




Fazer isto é transcender, é imaginar e almejar, inicialmente, algo melhor, até onde nossa percepção alcança e, a partir daí conquistar a liberdade de criar.







O universo agora assimilado tornou-se um colosso insondável; como se tivesse acesso a inúmeros sites. Análogo ao observado no universo tecnológico das redes de computadores, por exemplo. Através de “senhas” conquistadas posso acessar todos os inimagináveis – e vasculháveis - mundos planejados enquanto cada um de nós se torna, por opção de escolha, uma espécie de Manutentor, de oficial, de trabalhador do universo. Encontrando, escolhendo e selecionando sites em que vislumbro a possibilidade de tornar-me um voluntário útil e ao mesmo tempo ter conquistado liberdades para explorar as maiores dimensões possíveis dentro do insondável, que no momento, a minha mente atrofiada, ao escrevê-lo aqui: obviamente age sob as regras limitadas de um pensar que continua seu despertar muito longe do “é” factível; de um devir impossível de ser projetado da posição temporária de prisioneiro.



Quanto estou me aplicando disciplinarmente a fim de me tornar um Manutentor do Universo? Qual o instante, a percepção definitiva a credenciar-me indicando que estou na eminência de transcender da lagarta à crisálida; à borboleta... e então...?



051.t cqe





Mentalidade materialista materializada




A democracia se baseia na política do maior número, na quantidade, no volume; e a massa formada passa por cima daqueles que não foram convencidos, no entanto ela é passível de discussão, ela é questionável quando entendemos que suas inúmeras narrativas permitem que cabeças sejam ordenadas a revelia das mentes que as habitam; que opiniões sejam mudadas ou moldadas. A democracia do muito é construída através de uma minoria que, aglutinadora, acaba vencendo a minoria outra que pensa exatamente ao contrário do que vai ser tachado como lei - a ser cumprida por todos.



Da mentalidade materialista materializada - A mentalidade contemporânea foi construída sobre os prelúdios da materialidade e as ideias ditas democráticas dos últimos anos, a despeito de toda a vontade intelectual, ainda que sensata: foi abafada na volúpia do mito democracia.

 



Se não se é capaz de entender as engrenagens infaustas da democracia era preciso buscar urgentemente inteligência suficiente, ao menos, para não criticar aqueles poucos que destoam do pensar autocrático.






050.t cqe







A mentira de vender verdades

 


Comprando mentiras e vendendo verdades - Aquele que compra uma mentira, sem saber, a vende, agora, munido de convicções natas; com a realidade ausente no disseminador perverso que sabe da inverdade ao explorar a deteriorada verdade do processo humano. Isso remete a máxima de São Paulo que diz aos seus discípulos algo como: vocês convencerão; permearão; abrirão o caminho do céu para muitos, porém penso que muitos de vocês mesmos não o conhecerão.




049.t cqe

sábado, 21 de novembro de 2020

Da necessidade da humildade

 














Vontade, respeito, necessidade; se elas forem observadas em um contexto de conjunto sinérgico; sob o viés de uma sociedade verdadeiramente irmã: eliminar-se-ia completamente o sentido de humildade como nos é ensinado. A humildade somente pode existir ou fazer algum sentido em sociedades hierárquicas frias, de comando, onde os elementos se valorizam em comparações entre si cujo resultado remete a diferenças tolas, discriminação, polarização e partidarismos veementemente contrários. Somente aí, ela ainda faz sentido.



Por que deveríamos premiar a humildade em um ambiente totalmente igualitário, onde todos nos entendêssemos iguais?



Não há razão de ser da humildade quando não se considera o outro menor; ao não se considerar melhor a todos àqueles.



048.t cqe