Insistimos
em pensar nosso momento como seres humanos, o observando como crucial,
resoluto, único e derradeiro e então fatal.
Aos vinte e
poucos anos, quando estava iniciando no universo da espiritualidade, o ponto
que decidia minhas dúvidas sobre não ser aqui um estado estruturado com início,
meio e fim se valia ou recaia sobre o absurdo de vivermos sete ou oito décadas,
boa parte muito menos, e então tudo se acabar em um sopro.
Fui
desenvolvendo meu aceitar a espiritualidade até chegar a certeza de que não é
possível assistir, observar as evidências de situações, manifestações
auspiciosas para alguns tantos e nunca, nada, para a maioria de nós. Somos,
todos, possuidores de alma e espírito, e isto deve ser a essência para
mantermos latentes vontades para entender o porquê destas aparentes
discriminações.
Esta é
minha proposta razoável para a questão. A partir desta constatação não encontro
argumentos que demovam meu espírito, não vejo como possível acordar sob o véu
do fatalismo da finitude. Mas o contrário sim ficou claro: brindar a abundância
da Vida – do Existir Infinito - descartando completamente o absolutismo da vida
terrena. A partir desta mecânica simples criei meu apoio material/empírico para
abandonar a finitude da vida; agora, envolvido completamente com a infinitude
do Todo.
Digo
“proposta razoável” para encurtar o assunto, para deixá-lo minimamente
deglutível, porque nestes mais de trinta anos, desde então, “coisas
aconteceram”.
Este
preâmbulo é um esquenta para uma percepção que vem ganhando força nos últimos
dias.
Mudança de percepção - Tinha até
então a formação de um mundo melhor a partir daqui – e ainda entendo que “eles
existam” – mas algo despertou esta semana para um “ambiente” totalmente adverso
a um mundo como o conhecemos aqui; com uma forma de governo, povo ou súditos,
classes trabalhadoras etc.
Um carinha,
quando no despertar puro e atento para este caminho há mais de duas décadas,
repetia sempre que ele não pensava no depois, pois aquilo poderia ser plasmado
ou coisa que o valha. Ele tem razão, porém podemos ampliar esta afirmação, esta
assertiva, colocando a expressão “ainda”; ainda não é hora de imaginar um
“depois”, quero dizer, era importante adquirir um mínimo de entendimento antes
de construir ideias compradas sem o cuidado devido.
Voltando;
até onde imaginei a possibilidade de mundos mais perfeitos - e entendo que
existam aos milhares -, a partir dessa mudança de percepção: eles não precisam
ser minha única escolha, digo, um deles, ou determinado “lugar” cujos limites
terrenos são levados precipitadamente a imaginar, ao comprar a ideia de grupos
sem fim; à exemplo daquele cujas águas correm leite e mel – espero que isso
seja uma figura de linguagem, quem é que quer um rio desses próximo de casa!?!
Nosso
agora, inegavelmente, pode ser comparado a uma cela. Estamos presos a um corpo
material e somos ou estamos obrigados a exemplo das lagartas que se aglomeram;
obrigados a nos virar por determinado tempo, conseguindo o sustento e voltando
ao amontoado de grupos afins.
Era preciso
entender que isto é apenas uma fase e é muito pouco, ou ao menos muito pouco
promissor se não levantarmos a cabeça e olhar além do véu ou das sombras, dos
espectros, das distrações; até que em algum momento pudéssemos nos perguntar;
como entender a data de validade das representações a que estamos expostos?
Fazer isto
é transcender, é imaginar e almejar, inicialmente, algo melhor, até onde nossa
percepção alcança e, a partir daí conquistar a liberdade de criar.
O universo
agora assimilado tornou-se um colosso insondável; como se tivesse acesso a
inúmeros sites. Análogo ao observado no universo tecnológico das redes de
computadores, por exemplo. Através de “senhas” conquistadas posso acessar todos
os inimagináveis – e vasculháveis - mundos planejados enquanto cada um de nós
se torna, por opção de escolha, uma espécie de Manutentor, de oficial, de
trabalhador do universo. Encontrando, escolhendo e selecionando sites em que
vislumbro a possibilidade de tornar-me um voluntário útil e ao mesmo tempo ter
conquistado liberdades para explorar as maiores dimensões possíveis dentro do
insondável, que no momento, a minha mente atrofiada, ao escrevê-lo aqui:
obviamente age sob as regras limitadas de um pensar que continua seu despertar
muito longe do “é” factível; de um devir impossível de ser projetado da posição
temporária de prisioneiro.
Quanto
estou me aplicando disciplinarmente a fim de me tornar um Manutentor do
Universo? Qual o instante, a percepção definitiva a credenciar-me indicando que
estou na eminência de transcender da lagarta à crisálida; à borboleta... e
então...?
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