-Não; você
disse
Me olhou com
olhos repreensivos de censura
Tão
autoritários quanto à sua altura
Tremi e o
medo fez-se perceber
Mãozinhas
para trás unidas
Dedinhos
apertados, cabeça baixa encolhida
Então era
assim a filosofia da educação?
Estaria ele
certo dizendo–me não?
Obediente
continuei, porém, revoltado fiquei
Não respeitou
sequer o meu desejo, a minha opinião
Pensou que
dizendo não
Estaria ele
fazendo, uma boa ação.
Aos pais faço
um apelo
Não
repreendam seus filhos
Eduquem sem
precisar dizer não
Só assim a
conquista terão
De serem
pessoas adultas e responsáveis
Sem mágoas
nem revoltas
Não haverá
tratamento de ditaduras
Ou barreiras
entre pais e filhos
Amigos é o
que serão.
Rosângela Stononga
(Textos da
década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como
um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este
espaço divididos em posts semanais)
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