A amargura
Deu-me um nó na garganta
Fez perder a
esperança
Que eu tinha
quando criança
Hoje vejo o tempo que passou
A amargura só
aumentou
E a esperança
nunca mais voltou
Sempre fui
esse pobre coitado
Jogado,
desamparado
E pra você,
que frio não passa
Nem fome, nem
desgraça
Talvez me
veja como bandido, marginal
Ou apenas
menino de praça
Não importa
se sou imoral ou anormal
Sei que por
você sou humilhado, esquecido, desprezado
Tudo que eu
queria que soubesse
É que por (conta
de) muitas como você
A amargura é
meu lar
Pois sou eu
Menor
abandonado
Rosângela Stononga
(Textos da
década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como
um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este
espaço divididos em posts semanais)
079.u cqe