Sou um
simpatizante de Nietzsche, porém nem de longe ouso comentá-lo fora do meu
restritíssimo círculo particular ou desse espaço igualmente peculiar. Suas
teses concentram o mais portentoso conjunto de ideias/pensamentos possível a um
ser aqui nascido. Ninguém, jamais, facultou com tanta visceralidade os meandros
da sensibilidade possível. Entre Seu Todo que acessei, o mais complexo sempre
foi o Eterno Retorno.
Todos nós que
ousamos citar Nietzsche não somos menores, mas pequenos, por jamais acessarmos
com propriedade real toda a força apenas por ele desvendada.
Entendo
bastante bem de limites. Compreendo a necessidade de saber seus caminhos,
precisão e funções em aplica-los. Sei muito mais sobre a dificuldade de
assumi-los. Nietzsche os possuía, o que não posso afirmar é até onde os
conhecia, assumia ou os entendia.
Ainda que
sempre me debruce sobre tudo o que entendo ser inteligente a seu respeito;
desenvolvi um pensar próprio; minha versão sobre o Eterno Retorno.
Nietzsche
buscou-se e como um ser desprendido, inegavelmente, distribuiu com abundância e
energia o acessado; porém, por motivos que não cabe aqui, cada um de seus
admiradores mais ferrenhos precisa particularizar o entendimento do Eterno
Retorno. Muito já se disse. Muitos tentaram e também o faço agora avalizado
muito, somente por impressões reservadas, responsáveis, e entendendo que
mormente é possível fazê-lo não apenas guardando proporções, como sob o manto
inegociável do distribuir, do compartilhar o que agrega.
O sensível, o
belo, a arte, a vida, a vontade, a busca, o esgravatar; e enquanto um diz que
ele usava o martelo para auscultar, outro afirma que era para destruir
preconceitos e tudo o mais que aprisionava o homem a não-natureza enquanto
outro afirma que os dois estão certos e... isso nunca pára.
Por quais
motivos não descobri - minha forma de leitura é limitadíssima -, então posso me
repetir sobre defesas a respeito da acepção do Eterno Retorno, ao entender que
seu significado está implícito. Seus simpatizantes reconhecem a luta de
Nietzsche para o desprender do indivíduo de culturas, dogmas e conceitos, por
exemplo, que nos mantêm presos a vontades ou determinações terceiras; portanto,
transmutar esse estado somente será possível quando o homem, uma vez
mentalmente liberto, se soltar das amarras imputadas, na sua maioria, obviamente,
devido ao seu ignorar. Quando finalmente essa percepção for atingida ele será
dominado por sensações próprias de êxtase, de graça, de arrebatamento somente
possível ao Übermensch. Essa força, esse estado de consciência atingirá,
inexoravelmente, todo aquele que, após inesgotáveis idas e vindas em um ir e
vir eterno, defendido por inúmeras escolas - inclusive o Budismo reconhecido por
Schopenhauer – apreender as necessidades que até então aqui o mantiveram.
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