Creia
em Alá, mas amarre os camelos. Este conto árabe me acompanha há mais de três
décadas e é bastante elucidatório.
“Determinada
caravana comercial atravessava o deserto e o rapaz encarregado a cuidar dos
camelos, temente, como todos ali, a Ala, por algum motivo foi designado às
pressas ou sem os cuidados devido à função. À noite, cansados, a caravana
estaciona e se prepara para passar a primeira de vários dias de jornada, em
pleno deserto.
Na manhã seguinte todos os camelos haviam se espalhado, alguns ficaram perdidos por horas e outros nem sequer foram encontrados, então o patrão chamou o empregado responsável pelos estábulos para entender o que poderia ter ocasionado a tragédia; o rapaz, na simplicidade de sua devoção disse que estava muito cansado, recolheu os camelos e rezou a Alá para guardá-los à noite não se ocupando em amarrá-los com a presteza devida, afinal ele confiava em Alá.
O comerciante vociferando em um misto de raiva e pena, aos gritos disse, “confie em Alá, mas é você quem tem que amarrar os camelos”.
Ao
que crê em Deus não há necessidade de esperança. Há Deus. Não é possível que eu
creia em Deus e me apegue ou me entregue ao esperançar tolo. Esperar em Deus
não me parece ser um expediente sensato de quem Nele Crê Realmente.
Creia em Deus e dê o seu melhor. Isso por si só nos tornará vencedores por questões de um conjunto de coisas, alinhamentos, condições e até mesmo determinação suficiente para enfrentarmos a sincronicidade subjetiva de escolhas externas, no entanto não há garantias. Devemos fazer o que puder no intuito de manter um existir sadio, e relaxar conscientemente dento desse conjunto de ocorrências que denominamos vida.
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