sábado, 28 de janeiro de 2023

Crê em Deus, mas...

 








Creia em Alá, mas amarre os camelos. Este conto árabe me acompanha há mais de três décadas e é bastante elucidatório.

“Determinada caravana comercial atravessava o deserto e o rapaz encarregado a cuidar dos camelos, temente, como todos ali, a Ala, por algum motivo foi designado às pressas ou sem os cuidados devido à função. À noite, cansados, a caravana estaciona e se prepara para passar a primeira de vários dias de jornada, em pleno deserto.





Na manhã seguinte todos os camelos haviam se espalhado, alguns ficaram perdidos por horas e outros nem sequer foram encontrados, então o patrão chamou o empregado responsável pelos estábulos para entender o que poderia ter ocasionado a tragédia; o rapaz, na simplicidade de sua devoção disse que estava muito cansado, recolheu os camelos e rezou a Alá para guardá-los à noite não se ocupando em amarrá-los com a presteza devida, afinal ele confiava em Alá.






O comerciante vociferando em um misto de raiva e pena, aos gritos disse, “confie em Alá, mas é você quem tem que amarrar os camelos”.

Ao que crê em Deus não há necessidade de esperança. Há Deus. Não é possível que eu creia em Deus e me apegue ou me entregue ao esperançar tolo. Esperar em Deus não me parece ser um expediente sensato de quem Nele Crê Realmente.










Creia em Deus e dê o seu melhor. Isso por si só nos tornará vencedores por questões de um conjunto de coisas, alinhamentos, condições e até mesmo determinação suficiente para enfrentarmos a sincronicidade subjetiva de escolhas externas, no entanto não há garantias. Devemos fazer o que puder no intuito de manter um existir sadio, e relaxar conscientemente dento desse conjunto de ocorrências que denominamos vida.







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